“Se temerdes ser injustos no trato com os órfãos, podereis desposar duas, três ou quatro das que vos aprouver, entre as mulheres. Mas, se temerdes não poder ser equitativos para com elas, casai, então, com uma só, ou conformai-vos com o que tendes à mão. Isso é o mais adequado, para evitar que cometais injustiças”, Alcorão 4:3.
Lahore (RV) – Thaira, de 21 anos, e Reema Bibi, de 20, são duas mulheres cristãs paquistanesas que foram sequestradas em 02 de dezembro de 2015, próximas de suas casas em Sargodha (Punjabi), enquanto voltavam juntas do trabalho.
Os dois homens muçulmanos que as levaram, estuprou-as, e, em seguida, as forçou a se casarem com eles. Depois, eles mantiveram-nas separadas em suas casas, isto de acordo com a Associação Britânica Cristã – British Pakistani Christian (BPCA), um grupo de ativismo que trabalha pela liberdade religiosa no Paquistão, e monitora as contínuas violações contra minorias, e, principalmente, as mulheres, que o governo não pune.
Casamentos forçados tem sido um flagelo nessa nação muçulmana durante anos, e não parece que está perto de ter uma solução. O caso de Tahira e Reema é emblemático. Em 11 de fevereiro, Tahira conseguiu escapar, mas seu “marido” muçulmano que apresentou uma queixa a policia, que imediatamente prendeu seis membros de sua família. Os parentes foram libertados graças à pressão de grupos dos direitos humanos, mas as autoridades ordenaram a família para deixar Tahira voltar para o seu “marido”.
A BPCA relata um caso semelhante há alguns dias. Uma mulher cristã foi levada e forçada a se casar com um proprietário muçulmano, da casa onde ela trabalhava como faxineira. Depois que ela conseguiu escapar graças a um colega, a Polícia ordenou a sua família a entregá-la às autoridades; caso contrário, eles iriam prender um dos parentes.
De acordo com um relatório do Movimento para a Solidariedade e Paz no Paquistão, ao menos 1.000 mulheres e meninas paquistanesas foram forçadas a se casar com muçulmanos, e a se converter ao islamismo. No entanto, o número real certamente é muito maior, já que muitos incidentes não são relatados.
O referido relatório descobriu que casamentos forçados normalmente seguem um padrão semelhante: mulheres entre as idades de 12 a 25 anos são sequestradas, para se converter ao islamismo, e depois são forçadas a se casarem com um sequestrador envolvido.
Mesmo se o caso for para o tribunal, as vitimas são ameaçadas e pressionadas por seus “maridos” e suas famílias são obrigadas a declarar que sua conversão foi voluntária.
As vitimas sexualmente abusadas, geralmente são forçadas à prostituição, e sofrem abuso doméstico ou até mesmo acabam na rede do tráfico de seres humanos. Aquelas que tentam se rebelar é dito que “agora vocês são muçulmanas e a punição para apostasia é a morte”.
Em novembro de 2015, o Ministério Paquistanês de Assuntos Religiosos e o Conselho de Ideologia Islâmica, se opuseram a uma lei contra “conversão forçada”, o que acabou gerando consternações e protestos entre hindus e paquistaneses cristãos.
Como a maioria dos paquistaneses são muito pobres, é difícil para eles ter representação política adequada e receber justiça.Esses casamentos forçados são apenas algumas das questões que as minorias étnicas e religiosas enfrentam quando são privados de seus direitos, mesmo tendo eles formalmente garantidos pela Constituição.
A decisão histórica do Supremo Tribunal de Justiça em 19 de junho de 2014 levou a justiça a dispensar as minorias do país.Chefiado pelo Juiz Tassaduq Hussain Jiliani, o tribunal inclui os juízes Azmat Saeed e Mushir Alam. Constatou-se também que o governo é cúmplice desses atos de injustiça. Infelizmente, a decisão do tribunal não provocou nenhuma reação do governo.
Que surpresa!
“Em um caso mais recente, a Comissão de Direitos Humanos da Ásia (AHRC) pediu o retorno de Tahira e Reema às suas famílias e a abertura dum processo penal contra os seus captores e estupradores”. Fundada em 1994, a AHRC tem sede em Hong Kong.
Quais são as chances de que os sequestradores muçulmanos que estupram mulheres “infiéis” no Paquistão vão prestar contas a uma decisão judicial promulgada por infiéis de Hong Kong?
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