Com gás lacrimogêneo caindo sobre os tumultos dos imigrantes na Grécia e na frança, países brigam e discutem sobre quem deve assumir a culpa pela crise espiral que não parece dar sinais de desaceleração.
Mais uma vez as divisões cavernosas entre os diferentes países da União Europeia foram postas a olhos nus para todos, com Angela Merkel com raiva tendo que defender o papel da Alemanha em meio aos ataques de outros estados membros.
Em um dia inédito de violência milhares de refugiados e imigrantes destruíram uma cerca na fronteira entre a Macedônia e a Grécia, enquanto os habitantes de Calais em Selva tocavam fogo no acampamento e arremessavam pedras contra os policiais na tentativa de evitar que fossem despejados.
Mas a carnificina nesses motins foi acompanhada de danos diplomáticos de forma selvagem tanto a União Europeia quanto aos estados membros que são ligados uns aos outros.
Merkel ficou com o pé atrás quando expressou o seu “desespero” em não conseguir compartilhar com outros países o seu sonho de imigração e portas abertas.
Muitos membros da União Europeia estão profundamente ressentidos com a Alemanha culpando sua líder por desencadear precipitadamente a inundação de milhões de imigrantes no continente, prometendo asilo para todos os sírios.
Recusando-se a colocar limites para os números de refugiados que entram no seu país, ela desafiadoramente disse à emissora estatal ARD: “Às vezes, eu também me desespero. Algumas coisas acontecem muito lentamente. Há muitos interesses conflitantes na Europa. Mas é o meu maldito dever fazer tudo o que puder para que a Europa encontroe uma solução coletiva”.
Essa postura deixou a Alemanha em desacordo com os seus vizinhos mais próximos como a Áustria, que anunciou aplicações de limitações diárias para imigrantes requerentes de asilo, numa tentativa desesperada para parar o fluxo de imigrantes.
Hoje, o país intensificou o seus ataques à senhora Merkel a novos níveis, pedindo-lhe para levar os imigrantes da Grécia diretamente para Alemanha, para aliviar a pressão sobre os países situados entre os dois.
Em uma entrevista o Ministro da Defesa, Hans Peter Doskozil disse à rádio oe1 da Áustria: “A Chanceler alemã... disse formalmente que não há nenhum limite numérico para a Alemanha. Então eu gostaria de convidá-la para levar para lá as pessoas que chegam à Grécia par a Alemanha, agora que ela resolveu cuidar delas.”.
Seus comentários foram feitos após a Grécia a apunhalar, e o restante da Europa abandoná-la com dezenas de milhares de imigrantes que estão presos em sua fronteira no norte com a Macedônia.
Havia cenas de violência com milhares de refugiados que tentaram destruir uma cerca na fronteira fazendo uso da força, para passar pelo pequeno país e seguir viagem através dele até a Alemanha.
O Ministro dos Transportes da Grécia, Thodoris Dritsas disse: “Essas pessoas não querem ficar aqui. Mesmo que tivéssemos um sistema com um lugar para que eles ficassem permanentemente não iria funcionar”.
Mas o Ministro do Exterior macedônio, Nikola Poposki imediatamente rebateu, dizendo que há um problema com os estados membros da União Europeia, e que simplesmente estão “transferindo a responsabilidade” para os seus vizinhos.
Em outros lugares como a Suíça – que não é um membro da União Europeia, mas é parte da Schnengen (acordo global) – deve anunciar os seus próprios planos para limitar o fluxo de imigrantes que cruzam suas fronteiras.
Os suíços foram barrados nas negociações com os líderes da União Europeia sobre o seu desejo de introduzir uma barreira para os imigrantes, o que vai contra as regras da livre circulação.
Mas seu Parlamento está agora planejando substituir o acordo de Bruxelas, com a introdução duma “cláusula unilateral” que tornará a media em lei.
E a Finlândia se preparava para receber seis vezes mais de pedidos de asilo, quando o seu Presidente advertiu que a imigração em massa ameaçava os valores europeus.
Sauli Niinisto disse: “A imigração é um problema sério. Na Europa a Finlândia expôs uma forma ocidental de pensar nos nossos valores, e fomos todos desafiados por ela”.
A crise migrante continua um desafio depois que a Hungria anunciou os seus próprios planos para construir uma enorme cerca na fronteira com a Romênia, que efetivamente vai vedar o norte da Europa desde os Bálcãs.
Ousadamente o Primeiro Ministro Viktor Orbán ignorou os apelos de Bruxelas para abandonar os seus planos radicais de reduzir a imigração, enquanto ele insistia que ele estava agindo como um defensor da Europa cristã.
Ele disse: “Nós vamos mostrar para Bruxelas, e os traficantes de seres humanos e os imigrantes que a Hungria é um país soberano. Nós não podemos resolver os problemas demográficos dos europeus que inegavelmente estão diminuindo e envelhecendo com pessoas oriundas do mundo muçulmano, sem perder nosso estilo de vida, e a nossa própria segurança. Aqueles que vêm para cá não têm a intenção de se adaptar ao nosso estilo de vida.”.
Amanha a senhora Merkel se reunirá com Tihomir Oreskvoic, o Primeiro Ministro da Croácia, vizinho da Hungria, para discutir como podem reduzir o fluxo de imigrantes.
O pequeno estado do leste europeu tem estado sob a intensa pressão, com milhares de refugiados que passam por suas terras no caminho para a Alemanha e a Escandinávia.
As diferenças cavernosas e as prioridades dos diversos membros da União Europeia foram expostas nesses últimos dias, com nenhuma das partes conseguindo chegar a um acordo para lidar com o caos migrante da melhor forma.
A política de asilo e portas abertas da Alemanha foi contestada até pelo seu aliado mais próximo na França, cuja fé na zona livre de circulação tem sido abalada pelos ataques terroristas em novembro em Paris.
Enquanto isso a Grã-Bretanha está definindo sua saída do bloco de 28 nações, por meio dum referendo, usando a imigração como uma questão chave na campanha para decidir os rumos do país.
David Cameron passou mais de dois dias em negociações tensas com os líderes de Bruxelas sobre um acordo que ele acredita que vai ajudar a manter a Grã-Bretanha na União Europeia.
Mas um diplomata resumiu o clima na Europa, quando disse: “Todos nos salões e nos corredores estão bastante irritados como o fato de que aqui estamos lidando com algumas questões um tanto obscuras do abono de família a indexação, enquanto nós temos outros problemas reais na Síria, os estados membros fecham suas fronteiras, deveríamos em vez disso discutindo essas principais questões.”.
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