DN, 13/03/2016.
CDU perdeu em dois dos três Estados que hoje foram a votos. Os populistas de direita da AfD já estão representados em metade dos 16 parlamentos regionais.
A direita populista alemã registou hoje um importante avanço nas eleições regionais em três estados germânicos, interpretado como uma sanção para os conservadores de Angela Merkel, abalados pelo fluxo de refugiados que tem agitado a Alemanha.
No seu bastião histórico de Bade-Wurtemberg (sudoeste), a União Cristã-Democrata (CDU) conseguiu a segunda posição (cerca de 27,5%), atrás dos Verdes (32%), um resultado inédito. Na Renânia-Palatinado (oeste) também alcançou o segundo lugar, atrás dos sociais-democratas do SPD (37,5%), segundo as estimativas divulgadas pelas cadeias televisivas públicas ARD e ZDF.
Segundo as mesmas fontes noticiosas, os populistas da Alternativa para a Alemanha (AfD) registaram, respetivamente, neste dois estados (länder), 10-11% e 12,5% dos votos.
Na Saxónia-Anhalt (Leste), a CDU surge na frente (29 a 30%). Mas com 21,5% a 22,8%, a AfD obtém um resultado histórico para um partido populista de direita e surge inclusive como a segunda força política regional, ultrapassando a esquerda radical Die Linke (16,5 a 17%).
Os populistas, um partido formado há apenas três anos, surgem assim como os grandes vencedores do escrutínio. Um avanço que vai também complicar a tarefa da CDU, do SPD e dos Verdes para garantir coligações regionais estáveis.
A 18 meses das eleições legislativas, antecedidas por outros escrutínios regionais, a AfD passa a estar representada em oito das 16 regiões do país.
O copresidente da AfD Jorg Meuthen manifestou "alegria" pelos resultados e afirmou, citado pela agência noticiosa France-Presse, que a sua jovem formação anti-imigração "não é racista nem nunca o será".
A ascensão deste partido, que multiplicou as suas declarações contra os migrantes, constitui um cenário inédito desde 1945, num país desde então se tenta reger pela "exemplaridade moral" devido ao seu passado nazi.
A AfD centrou a sua campanha na crítica à política migratória considerada demasiado generosa da chanceler, que abriu as portas do país a 1,1 milhões de requerentes de asilo em 2015.
No poder há mais de uma década e líder do atual executivo de coligação com o SPD, Angela Merkel insistiu contudo em defender a sua política perante os eleitores, muitos deles incrédulos, e apesar das críticas internas, com diversos candidatos conservadores a distanciarem-se das suas opções questão decisiva.
Numerosos ministros multiplicaram os ataques contra os populistas e apelaram à mobilização para travar este partido, acusado de proximidades ideológicas com a extrema-direita, e após ter sido anunciado como um partido contrário ao euro.
Os sociais-democratas também conheceram um fim de tarde difícil. Apesar de terem garantido a vitória na Renânia-Palatinado, o SPD foi cilindrado nas duas outras regiões, com entre 12 e 13% de votos, em Bade-Wurtemberg e Saxónia-Anhalt.
Os resultados estão a ser interpretados pelos analistas como uma penalização para os dois grandes partidos que dominam a vida política alemã há 70 anos. A chanceler ainda não referiu se pretende apresentar-se a um quarto mandato nas legislativas previstas para setembro de 2017.
No entanto, Merkel, cuja popularidade permanece elevada, não parece ameaçada no imediato devido à ausência de qualquer alternativa política ou líder credível.
Nota do editorApesar desse título nada profissional, na Alemanha, está bastante claro: Angela Merkel está perdendo a vez, ou, cedendo-a para os novos rostos políticos. Parece meio estranho essa palavra “cedendo”, mas tenha em mente que, nem sempre aquilo que vemos como incompetência, realmente o é, mas pode ser muito bem uma ação para algo maior. É um fato que as políticas de imigração de Angela Merkel são um desastre, e como se sabe, o acordo de Schengen, que estipula que países membros da zona demarcada dentro do contrato terão o direito de que os seus cidadãos possam circular livremente, para dentro e fora da Europa – bem, esse acordo tem sido a causa de muita dor de cabeça de diversos políticos, principalmente pelo fato da obrigatoriedade dos países para com a União, no quesito direitos humanos. A questão de imigração, como vocês podem ver, é uma delas e somada ao acordo de Schengen é dor de cabeça em dose dupla. A Turquia, reitero, quer fazer parte da União Europeia, e ser agraciada como parte do acordo, mas com isenção de visto, ou seja, centenas de turcos circulando pela Europa.O histórico da Turquia não é ótimo, ao começar pelo ano passado, quando um navio boliviano aportou no país e saiu carregado com armas para ir para a Líbia. No fim acabou sendo apreendido pelas autoridades gregas. Havia no navio nada menos do que 500.000 cartuchos de munição, bem como 5.000 rifles. A Turquia, por sua vez, jogou a culpa no Sudão. Turquia faz parte, ou coopera diretamente com a OTAN, e também está sob a sua tutela. Isso é um risco sem precedentes, pois a partir do momento que o país que possibilitou, ou possibilita a entrada de terroristas, mais o embarque de armas para zonas de conflito, o risco de fazer parte duma União Europeia que congrega tal país seria enorme.No começo de minha fala eu disse que o título não era nada profissional, e tenho razão em fazê-lo, porque embora eu tenha alguns “contras” a respeito deste partido, para mim está totalmente claro que a única coisa que assusta os burocratas de Bruxelas é o nacionalismo, mas o nacionalismo do tipo monárquico, e não propriamente um que vislumbra a Rússia e o seu Putin como líder. A respeito de Putin e o falso nacionalismo eu deixarei para outra ocasião. O número de casos de estupro na Alemanha, bem como em toda Europa, estão assustando os cidadãos, que embora estejam ainda saturados com o Politicamente Correto, agora passam a temer pelo futuro de seu bem-estar social. Fora as discrepâncias políticas da organização, como aquela que eu já mencionei de visto para cidadãos turcos, ainda tem as emblemáticas ações diplomáticas, como dar guarida para Cuba, ou retirar sanções sobre o Irã, que aproveitou o final de semana com lucros para lançar mísseis com dizeres de “morte a Israel”, em testes.Enfim, eu vou deixar um artigo do GatesTone Institute, para lerem e vejam as estatísticas alarmantes dos crimes cometidos por imigrantes na Alemanha. Duma coisa eu tenho certeza: quanto mais tempo durar a União Europeia, mais dividida a Europa vai estar, e mais próxima duma guerra ela estará.
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