Express UK, 09 de março de 2016.
Por Charlie Peat.
Mais centenas de milhares de imigrantes podem estar vindo para a Europa, como resultado dum acordo potencialmente “catastrófico” entre a União Europeia e a Turquia.
Ancara apresentou uma proposta de “um por um”, que faria com que a Turquia tivesse que receber de volta todos os imigrantes ilegais sírios, e em troca a União Europeia iria reassentar o mesmo número de refugiados diretamente da Turquia na Europa.
Burocratas da União Europeia na noite passada chamaram o negócio de um avanço na crise de refugiados, após firmarem um acordo que terá como objetivo apreender aqueles que estiverem no Mar Egeu – ao tentar chegar à Grécia – e levá-los de volta a Turquia.
O Presidente do Conselho Europeu Donald Tusk elogiou a medida, dizendo que “os dias de imigração ilegal para a Europa estão acabados”.
Mas os críticos têm rebatido dizendo que o acordo é “sujo” e “catastrófico” e que o acordo poderia de fato tornar a crise muito pior, e acabar por criar um “carrossel imigrante”.
A possibilidade dum negócio de “um por um” poderia funcionar com um incentivo ($) para a Turquia para deixar os refugiados sírios ilegais na Grécia, porque para cada refugiado enviado de volta, a Europa poderia tomar um sírio dos acampamentos turcos.
Líder do UKIP Nigel Farage disse: “As ações da União Europeia estão indo mal. É catastrófico dar isenção de visto para que os turcos possam entrar na União Europeia, isso só irá encorajar mais migrantes econômicos.”.
O líder também condenou a Turquia sobre o seu “terrível recorde de infligir os direitos humanos e de facilitar o financiamento aos jihadistas do ISIS”.
Ele acrescentou: “É completamente equivocado da parte de Cameron apoiar esse movimento de adesão da Turquia. Além de ser economicamente falho, irá inundar a União Europeia de imigrantes, dentro de que... Dez anos?”.
A Turquia também tem sido acusada de manter a Europa como refém, exigindo duplicação do seu financiamento para € 6 bilhões para poder lidar com os refugiados.
David Davis, porta-voz dos Tory para a campanha popular para a saída da Grã-Bretanha, disse: “Estamos sendo feitos reféns pelo governo turco. Toda essa charada prova a má influencia que a União Europeia tem sobre nós. O fato de nós estarmos prontos para dar a Turquia € 500 milhões para ajudá-los a lidar com a sua própria crise – e então permitir que 77 milhões de turcos tenham isenção de visto para Schengen antes do verão é como um bônus – e demonstra que a União Europeia é um negociador muito fraco nesses assuntos, e é um grupo do qual o melhor é não fazer parte”.
A Anistia Internacional também afirmou que o esquema recém-proposto é legalmente falho.
O Chefe do escritório europeu do grupo, Iverna McGowan disse: “A Turquia tem forçado os refugiados sírios a voltar para a Síria, e muitos são repatriados a força e muitos destes refugiados vivem em condições nada adequadas.”.
O Primeiro Ministro David Cameron levantou preocupações junto ao Primeiro Ministro turco, Ahmet Davutoglu em matéria de direitos humanos e liberdade de imprensa.
Um porta-voz de Downin Street disse: “O Primeiro Ministro sublinhou a importância da proteção duma imprensa livre e dos direitos humanos na Turquia.”.
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