19 de jul. de 2017

Separatistas pró-Rússia de Donetsk querem novo Estado que substitua Ucrânia

Separatistas pró-Rússia de Donetsk querem novo Estado que substitua Ucrânia



Epoch Times, 19 de julho de 2017 






Moscou ainda não se manifestou sobre o inesperado anúncio

O representante da autoproclamada República Popular de Donetsk, Alexander Zakharchenko, comunicou nesta terça-feira (18) que está sendo formado um novo Estado para substituir a atual Ucrânia, o qual englobaria as regiões dominadas por separatistas no leste e as demais partes do país.

Conforme divulgado pela Agência de Notícias de Donetsk e por inúmeros meios de comunicação russos, Zakharchenko informou na cidade de Donetsk, local onde se concentram os separatistas pró-Rússia, que o novo Estado será chamado de Malorossiya (Pequena Rússia) e haverá uma fase de transição de três anos para sua criação. A palavra “Malorossiya” lembra “Novorossia” (Nova Rússia), termo que foi utilizado pelo Kremlin nos meses iniciais da guerra no leste da Ucrânia para se referir às regiões de idioma russo do leste e sul do país. Na fase czarista, essa expressão foi usada para designar territórios referentes à Ucrânia de hoje. Este novo país será criado após a realização de um referendo coordenado em toda a Ucrânia.


Segundo o projeto que os separatistas anunciaram, a extensão do novo Estado não abrangerá apenas as áreas rebeldes de Donetsk e Lugansk, mas também as “outras 19 regiões” de toda Ucrânia, inclusive Kiev, menos a Crimeia, península incorporada pela Rússia em março de 2014. Sua capital seria Donetsk, um dos refúgios rebeldes do leste do país, e Kiev seria transformada no “centro cultural e histórico”.

O comandante da autoproclamada república separatista de Donetsk, Alexandre Zakarchenko, anunciou a Constituição do Estado. “Nós, representantes das regiões da antiga Ucrânia, exceto a Crimeia, proclamamos a criação do novo Estado que será o sucessor da Ucrânia”, declarou Zakharchenko.

“Todos os delegados presentes votaram por unanimidade em favor da declaração política sobre a criação de Malorossiya com capital em Donetsk”, divulgou a imprensa que representa os separatistas pró-Rússia.

Constituição

As autoridades de Donetsk formarão uma delegação para criar a Constituição do novo Estado de Malorossiya, de acordo com o assessor de Zakharchenko, Alexander Kazakov. Segundo ele, essa Constituição será submetida a um referendo popular depois de um exaustivo debate. O texto mostra que os representantes autoproclamados de Donetsk e Luganks, além de 19 regiões da Ucrânia, foram unânimes em “anunciar a criação de um novo Estado, que será o herdeiro da Ucrânia”.

Um dos aspectos da declaração destaca que “a Ucrânia é um Estado falido que demonstrou sua incapacidade para proporcionar a seus habitantes um presente e um futuro próspero e em paz”.

Moscou ainda não se manifestou sobre o inesperado anúncio dos separatistas que, em 2014, depois que a península da Crimeia foi incorporada pela Rússia, deram início a uma guerra contra o governo central em Kiev no leste do país a qual já causou cerca de 10 mil mortes. Kiev e o Ocidente acusam a Rússia de dar assistência financeira e militar aos rebeldes, o que é negado por Moscou. Em fevereiro, a assinatura de tratados de paz em Minsk diminuiu consideravelmente os combates, mas ainda são realizados bombardeios diariamente na linha de frente.

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, reagiu à iniciativa, garantindo que Kiev vai restabelecer a soberania das regiões de Donetsk e Lugansk, assim como da Crimeia. “O projeto de Novorossiya foi enterrado”, afirmou Poroshenko.

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