DefenseNews, 19 de julho de 2016.
Por Barbara Opall-Roma.
Tel Aviv – uma fonte de inteligência israelense confirmou segunda-feira que uma nova unidade de atiradores afegãos treinados pelo Hezbollah libanês e financiados pelo Irã estão agora operando além de sua fronteira norte, em nome do presidente sírio, Bashar Al-Assad.
Em uma entrevista de 18 de julho, a fonte disse que a unidade de atiradores perto do Afeganistão, da Brigada Fatemiyoun – é um dos vários grupos adicionais das forças especiais que estão sendo implementadas na luta contra a organização Estado Islâmico, também conhecida pelo acrônimo em árabe “Daesh”.
“Estes xiitas afegãos estão tendo uma difícil batalha com o Daesh. Mas nós estamos, obviamente, acompanhando o interesse na introdução de novas forças e capacidades num cenário em que poderão voltar sua atenção para nós, e quando será o momento certo em que farão isso”, disse o analista israelense, que insistiu no anonimato, porque a entrevista não ocorreu através de canais autorizados. A fonte israelense validou relatórios no início deste mês a partir do Irã, duma agência de notícias afiliada a Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC), que relata um novo grupo de atiradores especializados em camuflagem e táticas de ocultação, que agora estava operacional na Síria.
De acordo com um relatório de 09 de julho, a Tasnim [agência de notícias] reconheceu que a unidade era parte da Brigada Fatemiyoun afegã, treinada pelo Hezbollah, e que opera na Síria sob o comando da IRGC.
Outro relatório da Tasnim de 12 de julho, traduzido por Amir Toumaj, analista de pesquisa para Fundação para a Defesa das Democracias, em um artigo publicado pela revista online Longa Guerra, observou que “centenas de atiradores especiais Fatemiyoun foram mobilizados para defender santuários sagrados em toda a Síria e para juntarem-se as unidades de combate Fatemiyoun”.
De acordo com a tradução de Toumaj, “grupos adicionais de forças afegãs especiais com formação avançada em combate, e capacidades de comando, de guerrilha, misseis anti-blindados, lança misseis, e etc. São esperados para participar nas fileiras da Fatemiyoun”.
“O ponto notável é que as forças especiais Fatemiyoun foram treinadas sob o comando de instrutores afegãos qualificados que já tinham concluído a formação em cursos especiais, sob a supervisão de forças qualificadas do Hezbollah”, observou o relatório da Tasnim.
De acordo com a pesquisa feita por Toumaj sobre a mídia iraniana, o IRGC expandiu as fileiras das forças da Brigada Fatemiyoun para uma divisão completa no ano passado; e cerca de 380 foram mortos até agora na Síria.
Um estudo recente da Meir Amit Centro de Inteligência de informação e Terrorismo observou que um ano após a assinatura do acordo nuclear entre o Irã e as potências mundiais, Teerã não teve qualquer intenção de reduzir seus laços com o Hezbollah, uma designada organização terrorista.
No seu relatório “Spotlight on Iran” (Holofote sobre o Irã) de 04-17 de julho, o Centro citou uma entrevista de 12 de julho na TV estatal Fars com Abbas Araghchi, vice-ministro das Relações Exteriores iraniano, em que o funcionário caracteriza o eixo Irã-Hezbollah como “uma prioridade... Que não poderia ser alterada”.
“As observações de Araghchi reforçam a nossa avaliação de que nenhuma mudança significativa pode ser esperada na qualidade e quantidade de apoio do Irã ao Hezbollah, apesar de seu esforço para levantar as sanções econômicas internacionais impostas ao país nos últimos anos”, observou o Centro.
E acrescentou: “O Irã estará preparado para continuar pagando o preço por meios diplomáticos e financeiros em suas relações com os Estados Unidos e o Ocidente para manter sua promoção continuada do Hezbollah como uma força político-militar e uma representação iraniana”.
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