LDD, 29/06/2023
Por Santiago Vera
O chefe do Grupo Wagner foi informado de que suas forças não lutarão mais na Ucrânia depois que ele se recusou a assinar contratos com o Ministério da Defesa russo.
O chefe de Wagner, Yevgeny Prigozhin, foi informado de que suas forças mercenárias não lutariam mais na Ucrânia, disse o coronel-general Andrei Kartapolov, que preside o Comitê de Defesa da câmara baixa do parlamento russo.
Além disso, Kartapolov acrescentou que o estopim do motim de sábado foi o desacordo entre Prigozhin e o Ministério da Defesa sobre a exigência deste último, de que as tropas do Grupo Wagner assinassem contratos oficiais.
“Como você sabe, alguns dias antes da tentativa de motim, o Ministério da Defesa disse que todas as formações que executam tarefas de combate devem assinar contratos com o Ministério da Defesa”, confirmou Kartapolov.
“Todos começaram a implementar esta decisão… todos exceto Prigozhin”, destacou Kartapolov; e acrescentou que, após a recusa de Prigozhin, ele foi informado de que seus mercenários não lutariam mais na Ucrânia e, portanto, não receberiam dinheiro do Estado.
Ao mesmo tempo, imagens de satélite a cerca de 90 quilômetros a sudeste de Minsk, capital da Bielo-Rússia, parecem mostrar novas instalações militares instaladas nos últimos dias, sugerindo a rápida construção de uma base de operações para Wagner.
Enquanto isso, o Kremlin se recusa a responder a perguntas sobre Sergey Surovikin, o general russo supostamente detido após a rebelião do fim de semana liderada por Prigozhin e suas tropas.
Algumas fontes afirmam que o general Sergey Surovikin foi preso pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia em 25 de junho, sob suspeita de ter apoiado e ajudado a tentativa de "golpe" de Yevgeny Prigozhin e do Grupo Wagner.
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| General Serguei Surovikin |
Conforme relatado pelo Financial Times, Surovkin não apareceu publicamente desde os eventos do último fim de semana. Além disso, de acordo com o The Moscow Times, “duas fontes próximas ao aparato do Ministério da Defesa” afirmam que Surovikin foi preso.
"Aparentemente, ele [Surovikin] escolheu ficar do lado de [Prigozhin durante o motim] e eles o agarraram pelas bolas", disse uma segunda fonte ao The Moscow Times. Sobre o paradeiro do general, a fonte respondeu que "esta informação não é discutida nem pelos canais internos".
Além disso, do Kremlin eles anunciaram, depois de confirmar que não tinham informações sobre o paradeiro de Yevgeny Prigozhin, e que “Surovikin foi interrogado por promotores militares por vários dias sobre seus laços com o líder de Wagner, Prigozhin. O general está detido em um só lugar, mas não está na prisão”.
Nesse contexto, os líderes da União Européia se reuniram para discutir o abortado motim de Wagner e discutir seu papel de longo prazo no reforço da segurança da Ucrânia.
"Temos que nos preparar para que isso dure muito tempo", disse o chanceler alemão Olaf Scholz a repórteres durante uma cúpula em Bruxelas. "É importante que consultemos e digamos que estamos prontos para resistir a longo prazo, com o apoio financeiro e humanitário necessário à Ucrânia, mas também no que diz respeito às armas", acrescentou o líder alemão.
Além disso, vários líderes europeus concordaram que é necessário monitorar de perto a Bielo-Rússia, onde o chefe do Grupo Wagner se exilou e onde seus membros parecem ser recebidos como em "casa".
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| Yevgeny Progizhin a caminho da Bielorrússia |
Outros líderes europeus também enfatizaram que, embora o motim tenha enfraquecido Putin, o Ocidente não pode relaxar e parar de apoiar a Ucrânia. “Um Putin enfraquecido é um perigo maior”, disse Josep Borrell, Alto Representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança. "Uma Rússia instável também se torna um risco."
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