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3 de set. de 2022

Chile – cidadãos vão às urnas para rechaçar ou aprovar nova constituição comunista




Amanhã, dia 04 de Setembro, ocorrerá o Plebiscito chileno, no qual se decidirá se os dispositivos aprovados na Convenção Constitucional (de elaboração constitucional) serão aceitos, ou rejeitados. Se a proposta for rejeitada, ela causará uma crise sem precedentes no atual governo do comunista Gabriel Boric, que foi eleito basicamente como uma salvaguarda da proposta de nova constituição. Contudo, se ela for aprovada, isso criará no Chile uma crise perpétua constitucional, impossibilitando que o estado de direito prevaleça. Segundo as estimativas das pesquisas, 46% são contra a nova constituição, e apenas 37% a aprovam, enquanto os indecisos são 17%

Terrorismo urbano para impor nova constituinte

O referendo constituinte chileno só foi possível graças a uma série de distúrbios e terrorismos urbanos, causados pela esquerda chilena universitária, ou estudantil, que literalmente colocou fogo no país em 2019 (um ano antes da Pandemia). Muitos desses grupos radicais são ligados umbilicalmente ao Partido Comunista Chileno, e outros movimentos de esquerda. Nem mesmo as instituições privadas escaparam do radicalismo, como algumas universidades também sendo alvo de terrorismo. O resultado dessa empreitada terrorista foi o entreguismo do presidente Sebastián Piñera, que permitiu que a oposição convocasse um referendo revogatório. Literalmente, a nova constituição chilena foi conseguida através de puro terrorismo urbano

Não é para menos, pois essa juventude radicalizada foi apadrinhada pelos ex auto-exilados, que lançaram através deles sua vingança contra o Chile. Piñera, um social-democrata, implementava a mesma agenda que a comunista Michele Bachelet, mas de forma muito mais gourmet. Ele aprovava iniciativas de políticas identitárias, como ideologia de gênero, de mudança de gênero a "mudança de sexo", bem como créditos estudantis para piromaníacos de extrema-esquerda. Além do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. Comparado a extrema-esquerda, Piñera era um lorde inglês, mesmo assim, um grande traidor. Após centenas de incêndios, saques, e até assassinatos, Piñera simplesmente disse “sim” aos terroristas, que hoje estão sendo soltos e anistiados. Sua falsa oposição custou caro ao Chile. 




Reflexo do passado 

O Chile atual é reflexo de uma sucessão de crises que remontam os anos 60-70. Enquanto Cuba se tornou um país comunista anos após o final da Segunda Guerra Mundial, e a URSS gozava da fama de potência aliada vencedora, no Chile, a Contracultura veio junto com a crescente tendência de radicalização de esquerda. A esquerda chilena já dominava a cultura naquela época, como domina hoje, e Allende não tomou o poder, ele foi colocado pelos chilenos lá. E assim, a juventude chilena mais os grupos organizados se mobilizaram para eleger Allende, mas não sem antes colocar em prática todo o radicalismo que compraram durante aqueles anos. Em pouco tempo no Chile, começaram a fomentar grupos armados e de invasão de terra. Os radicais queriam garantir que não só alguém que os representasse estivesse no poder, mas que caso não conseguisse, eles mesmos tomariam o poder, e caso obtivesse êxito, também o ajudariam a manter o poder. 

Logo após ser eleito, grupos terroristas como o MIR, que já atuavam desde a década de 60, começaram a lançar operações para assassinar policiais e roubar propriedade privada. De 1970, a 1973, os grupos guerrilheiros vitimaram centenas de pessoas, entre elas proprietários de terras, e oficiais da polícia e do exército. Em 1973, Allende perdeu maioria no Congresso nas eleições para o parlamento, e isso abriu caminho para sua destituição. Tudo por conta de uma série de crises econômicas causadas pelas suas reformas comunistas. As intenções de Allende já estavam claras nas suas propostas: expropriações, controle dos meios de comunicação, fim da propriedade privada, e estatização de todos os meios de produção, bem como ampliação do poder e dos órgãos estatais, como escolas, e departamentos de segurança – polícia exército etc. 

Em 1970, quando ganhou as eleições, Fidel Castro veio pessoalmente celebrar junto com seu amigo. Algo um tanto irônico, pois poucos anos antes o próprio Fidel havia chegado ao poder através de um golpe militar, um ato contra o qual até hoje a esquerda chilena choraminga. Cuba tornou-se o modelo da revolução para a América Latina, enquanto a União Soviética seria a “pátria” mãe para esses filhos bastardos. O Chile estava se tornando assim o primeiro país latino-americano a cair nas garras do Comunismo, e um satélite soviético cubano. Através do sucesso dos comunistas no Chile, o resto da região seria infectada pela cancerígena revolução. Contudo, uma série de contrarrevoluções poria por água abaixo as pretensões de Fidel e seus mestres em Moscou, e Allende estaria morto em pouco tempo.

Após seu despacho pelas mãos dos militares chilenos, os comunistas se auto exilaram no exterior. Alguns preferiram se exilar entre a esquerda burguesa nos países europeus ocidentais, enquanto alguns corajosos e bem ideologizados se exilaram na Alemanha Oriental. Outros obtiveram empregos nas instituições, mas outros que vieram no balaio acabaram se arrependendo, e fugido para outros países. Entre eles, Michele Bachelet, que declarou que os anos na Alemanha Oriental, dos pelotões de fuzilamento, do muro e dos guardas armados para impedir que pessoas famintas pudessem comer três vezes ao dia no lado Ocidental, foram os melhores de sua vida. Não é à toa que ela foi preocupada para a China investigar os campos de concentração Uigures, porém, sem pôr os pés nos campos de Xinjiang já em Pequim, disse que não viu nada, e rapidamente voltou para as Nações Unidas, em Nova York. Mas não se preocupem: ela está muito preocupada com as eleições no Brasil.

Ironicamente, o ditador comunista Erich Honecker, da Alemanha Oriental, o recanto de Bachelet, foi para o Chile no exílio morrer na terra de Pinochet, que exilou tantos comunistas em seu antigo estado satélite soviético. A esquerda chilena ironicamente teve bastante espaço, mesmo sob as barbas de Pinochet, e quando os comunistas voltaram do exílio, o Chile já estava radicalizado. Os anos que se seguiram foram da esquerda fazendo dobradinha com a social-democracia. Piñera e seus antecessores, Bachelet e a “democracia-cristã”, a esquerda “moderada” do período Pinochet. Tal como ocorreu com a social-democracia aqui, a dicotomia “esquerda e direita” passou a ser usada para atribuir lados entre sociais-democratas e socialistas.

Oposição controlada para normalizar um golpe constitucional

Piñera tornou-se a única direita permitida, mesmo assim, insuportável para a extrema-esquerda comunista. Pouco a pouco, e principalmente após governos socialistas, a esquerda foi ganhando força e enfraquecendo o estado de direito. O radicalismo passou a ser apaziguado, e atos terroristas de toda sorte começaram a ganhar ar de normalidade, principalmente perpetrados por grupos indígenas, ou pessoas que diziam representá-los. A lei não se aplicava aos militantes de extrema-esquerda, e os prefeitos e governadores dos estados, muitos de esquerda, faziam vistas grossas. Juízes e promotores distritais alinhados a extrema-esquerda, e uma máquina de ONGs e grupos de direitos humanos engrossavam o caldo promovendo impunidade.

2019 foi o estopim, e a esquerda chilena tomou as ruas, e por meio do entreguista e traidor Piñera, a constituição chilena foi entregue de bandeja para acalmar terroristas. Agora o país corre o risco de ficar ainda mais dividido por meio de uma nova constituição, que trará consigo o fim de toda ordem institucional e direito. Entre as propostas mais absurdas está a plurinacionalidade, que basicamente reconhece grupos indígenas como cidadãos pertencentes a outro país, e seu território como outro país, dentro do Chile, uma vez que eles consigam supostamente povos originários, e tem sua própria tradição e modelo de nação. O separatismo indigenista é consagrado na constituição chilena, que deveria declarar que todos são iguais perante a lei, mas o novo dispositivo de plurinacionalidade cria um novo povo, e um país dentro de um país. Além disso, a constituição também reconhece o “Direito Indígena”, ou seja, um corpo jurídico puramente indigenista. Isso significa que quaisquer decisões da Suprema Corte Chilena não terão efeito sob essas regiões autônomas. Aliás, esse dispositivo de plurinacionalidade basicamente mina a função do judiciário, e o torna inusual.

Isso abre as portas para que regiões indígenas se tornem o foco do narcotráfico, pois uma vez que a jurisdição chilena não alcança esses pequenos países separatistas, quaisquer atividades ilícitas serão legais, inclusive o plantio de coca. Muitos comunistas têm a ideia de criar uma pátria indígena nas fronteiras entre, Chile, Bolívia, Peru e Argentina. Os dois seguidos do Chile (citados) são exatamente os países que produzem folhas de coca, sendo a Bolívia o que mais tem primazia nesse quesito. O resultado dessa seção separatista na constituição é a transformação do Chile em um narco-estado, ao estilo boliviano. O país já está corrompido pelo narcotráfico e a desordem jurídica, mas com essa constituição, o crime literalmente será consagrado em lei.




Desarmamento, ambientalismo, aborto e o fim da propriedade privada

Uma das propostas da nova constituição é o desarmamento total da população, e a consagração do aborto, bem como de políticas climáticas permanentes. Basicamente, os comunistas legalizaram o fim da propriedade privada, e da legítima defesa em uma tacada só. O Swiss.info, um site noticioso da Suíça, com laços globalistas ao redor do mundo, alegou que a nova constituição não consagra a expropriação, mas convenientemente se esqueceu de ler os demais dispositivos, que embora não declare isso formalmente, cada um deles na prática acaba por tornar essa ação real dentro da nova constituição. Sem porte de armas, o proprietário não pode defender sua propriedade, e com as ambições climáticas dentro da nova constituição, o estado poderá multar a exaustão os proprietários de terras.

A nova constituição do Chile declara que a natureza tem direitos. E como bom comunistas que são, os constituintes se delegam a autoridade de conceder direitos a natureza, assim como para todo resto da população. Se a natureza tem direitos, e o estado o reconhece, então o estado o concede. Assim sendo, por absolutamente qualquer desculpa o estado pode desapropriar (roubar) a propriedade privada de quem não estiver em conformidade com os “direitos a natureza”. Eles também podem impedir novas aquisições de terras por indivíduos que sejam de seu particular interesse.

Não importa de que ângulo você olhe, a nova constituição chilena é um desastre, e ela acabará de destruir o que um dia foi um país próspero. Que Deus ajude os chilenos a tomar a decisão certa. Mas eu não acho que a esquerda se contentará com esse resultado, então provavelmente mais terrorismo virá. Cabe aos chilenos, e as forças policiais e democráticas decidir se seguem agonizante a agenda de autodestruição do país, ou se tentam colocar um pouco de ordem, em um país em constante caos revolucionário.


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