A corrida para construir uma plataforma de mídia social no Blockchain

YF, 25/07/2022 Com TechCrunch 

Por Anita Ramaswamy 

É fácil ser cético em relação aos grandes gigantes da mídia social. Eles normalmente vendem dados de usuários para anunciantes e estão envolvidos em controvérsias por sua abordagem à moderação de conteúdo. Os proponentes da Web3 acham que podem construir um sistema totalmente novo que evite o poder concentrado das plataformas - um ecossistema de mídia social descentralizada (DeSo) onde os usuários idealmente têm mais propriedade sobre o conteúdo que criam.

A DSCVR, uma rede social baseada em blockchain construída no protocolo Internet Computer da Dfinity, entrou na corrida para construir uma plataforma DeSo escalável com US$ 9 milhões em financiamento inicial liderado pela Polychain Capital. Outros participantes da rodada incluem Upfront Ventures, Tomahawk VC, Fyrfly Venture Partners, Shima Capital e Bertelsmann Digital Media Investments (BDMI), segundo a empresa.

É um espaço competitivo com muitas startups e grandes empresas correndo para construir uma rede que forneça utilidade para seus usuários. No início deste mês, o ex-funcionário da Coinbase, Dan Romero, garantiu US$ 30 milhões liderados pela a16z para desenvolver o Farcaster, um protocolo DeSo que permite aos usuários mover sua identidade social em diferentes aplicativos. O TechCrunch cobriu outra startup em estágio inicial, a Primitives, que levantou uma rodada de US$ 4 milhões em maio para sua própria rede DeSo baseada em Solana. A Big Tech também está no jogo – o Twitter financia uma ramificação de seu serviço chamado BlueSky, um projeto DeSo de código aberto fundado em 2019 que não foi ao ar, mas está experimentando publicamente seu processo de desenvolvimento.

O DSCVR, por sua vez, hospeda comunidades protegidas por token chamadas "portais", onde os usuários precisam possuir um determinado NFT para poder participar. As comunidades ajudam os projetos da NFT a criar hype lançando ativos digitais para usuários do DSCVR, disse o cofundador e CEO Rick Porter ao TechCrunch em uma entrevista.

"As pessoas precisam de distribuição para suas NFTs. Elas querem obter liquidez para suas NFTs e precisam de pessoas reais, não bots, para possuir essas NFTs e potencialmente elas (e nós) mesmas mantê-las. Então nos tornamos um canal de distribuição para NFTs para que [pessoas que procuram distribuição] têm uma coleção de 10.000 entidades e podem deixar 1.000 para nossos principais usuários", disse Porter.

O DSCVR integrou mais de 100.000 usuários, de acordo com Porter, e gerou "milhões de dólares" em recompensas NFT para esses usuários por meio do mecanismo de recompensa de airdrop. O que o diferencia de outras plataformas DeSo, disse Porter, está em seu objetivo de construir uma ponte entre a Web 2.0 e a web3.

"Como pegamos um usuário típico da Web 2.0 que pode não se sentir confortável com a web3 e apresentamos a tecnologia web3 e fornecemos a eles uma experiência absolutamente autêntica e verdadeiramente nativa na web3 sem fazer grandes sacrifícios para preencher essa lacuna? Essa é uma das diferenças que estamos olhando, é que estamos tentando aumentar a quantidade de perspectiva ou aumentar a quantidade de fidelidade que pode ser dada a partir de uma experiência web3", disse Porter.

Para esse fim, observou Porter, vincular uma carteira externa através do MetaMask ou outro provedor a um perfil social pode ser complicado, principalmente para aqueles menos familiarizados com a tecnologia web3. A resposta do DSCVR está em sua carteira nativa, que Porter diz estar disponível para usuários na plataforma e não exige que eles entreguem o controle de suas próprias chaves.

A pergunta que o DSCVR está tentando responder, acrescentou, é como dar aos usuários uma experiência descentralizada e nativa da web3 com "pouco ou nenhum sacrifício". É interessante que a empresa tenha escolhido desenvolver o protocolo Internet Computer em vez do Ethereum, a cadeia de contratos inteligentes mais popular. Porter disse que tomou essa decisão depois de conhecer o presidente e cientista-chefe da Dfinity, Dominic Williams, enquanto Porter trabalhava em um projeto de contrato inteligente baseado em blockchain como consultor do BCG.

Depois de se envolver com a Dfinity enquanto o próprio protocolo estava sendo desenvolvido, Porter decidiu após alguns anos deixar seu cargo no BCG e começar a trabalhar em tempo integral com a Dfinity. Seu primeiro projeto foi construir um quadro de mensagens no protocolo, que, segundo ele, o expôs à necessidade de comunidades web3 e inspirou sua decisão de construir uma rede social.

O ecossistema da Internet Computer também viu suas próprias controvérsias. Dfinity está enfrentando uma ação coletiva alegando que (ela) vendeu ilegalmente seus tokens como títulos não registrados. O processo também nomeou Polychain e a16z como réus, já que ambos foram os primeiros apoiadores da Dfinity. No mês passado, a Dfinity se viu do outro lado da equação quando entrou com uma ação contra dois repórteres do New York Times, Andrew Ross Sorkin  e  Ephrat Livni, alegando que eles se envolveram em difamação contra a Dfinity.

Quando perguntado por que Porter achava que o Internet Computer era a melhor escolha para construir sua plataforma social, ele disse: "Parece que estou desenvolvendo algo como AWS, mas é completamente descentralizado, certo? Tenho contratos inteligentes atualizáveis, então posso realmente fazer alterações e atualizar progressivamente meu aplicativo, enquanto ainda tenho tudo verificado, on-chain e rastreável."

Ainda assim, comunicar-se diretamente com os clientes é uma necessidade ao construir uma plataforma DeSo, disse Porter.

"A parte difícil é na web3, você não obtém muitas análises sobre o usuário. Você precisa realmente se comunicar com sua base de usuários para realmente entender quais são os problemas que eles estão enfrentando? E quais são os atritos pontuais? Se alguns dos usuários enfrentam um problema, não recebemos nenhum alerta", disse Porter. "Temos que esperar que ou eles postem em nosso site, ou tenham um amigo postando em nosso site para nos informar sobre os problemas que estão enfrentando, e então podemos resolver isso."

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Fonte:https://finance.yahoo.com/news/race-build-social-media-platform-130005547.html