Euronews, 24 de janeiro de 2017.
Por Ricardo Figueira.
A Rússia, a Turquia e o Irão chegaram a acordo para um documento tendo em vista acelerar o processo de paz na Síria. O documento foi transmitido ao governo sírio e aos rebeldes.
É a principal conclusão da ronda de negociações de dois dias que terminou em Astana, no Cazaquistão: “Vamos estabelecer um mecanismo trilateral para observar e garantir um completo respeito do cessar-fogo, prevenir as provocações e determinar as modalidades da trégua”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão, Kairat Abdrakhmanov.
Se os três países promotores do encontro chegaram a um documento comum, já os representantes do governo sírio e dos grupos rebeldes chegaram ao fim sem um avanço palpável: “O maior obstáculo ao sucesso desta conferência e a estas negociações é a continuação das violações do cessar-fogo, por parte do regime de Assad, e a ameaça da deslocação forçada em muitas áreas da Síria. Não podemos falar sobre progresso sem que haja mudanças quanto ao que está a acontecer no terreno.”, diz Osama Abu Zaid, do Exército Livre Sírio.
Para o representante do governo sírio, Bashar Ja’Afari, o importante é ter-se chegado ao documento: “O importante não é saber quem está contente e quem não está. O importante é que temos, finalmente, um documento consensual, um comunicado, ou declaração final, sobre a qual todos concordaram. É o resultado e é com isso que nos devemos preocupar”.
O cessar-fogo, que não inclui os grupos considerados terroristas, como o Daesh ou a Jabhat Fateh al-Sham, ex-frente Al-Nusra, é um primeiro passo para o fim de um conflito que dura há quase seis anos e ceifou centenas de milhares de vidas.
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