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25 de ago. de 2016

Navios do Irã fazem ‘interceptação em alta velocidade’ a navio norte-americano, dizem os Estados Unidos.




Reuters, 25 de agosto de 2016. 



Por Idrees Ali



Quarto dos navios da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) “assediaram” um navio de guerra dos Estados Unidos nessa terça-feira perto do Estreito de Ormuz, disse um funcionário da Defesa dos Estados Unidos, em meio a preocupações de Washington sobre a postura do Irã no Golfo e na guerra civil síria.  

O funcionário, falando sob a condição de anonimato, disse isso na quarta-feira depois que dois navios iranianos vieram dentro de 300 jardas do USS Nitze em um incidente que foi “inseguro e pouco profissional”.

Os navios assediaram o destroier por “meio da realização de interceptação em alta velocidade a uma curta distância, apesar das inúmeras advertências”, disse o oficial. 

A IRGC, guarda pretoriana da República Islâmica, está suspeitando de atividades militares dos Estados Unidos perto das fronteiras do Irã, e parece estar aderindo a uma postura familiar no Golfo que antecede o acordo nuclear do ano passado entre o Irã e as seis potências mundiais, incluindo os Estados Unidos

Os Estados Unidos e os outros países estão preocupados com o apoio do Irã ao presidente sírio, Bashar al-Assad, e com o seu programa de mísseis balísticos, e seu apoio às milícias xiitas que abusaram de civis no Iraque. 




O funcionário da Defesa dos Estados Unidos disse que no incidente de terça-feira o USS Nitze tentou se comunicar com os navios iraquianos 12 vezes, mas não receberam resposta. E também foram feitos 10 disparos sinalizadores em direção a dois navios do Irã. 

“A alta taxa iraniana de fechamento [abordagem]... tem crido uma situação perigosa, a ofensiva poderia ter levado a uma maior escalada de incidentes, incluindo medidas defensivas adicionais pelo Nitze”, disse o oficial. 

O USS Nitze teve que mudar de rota, a fim de se distanciar das embarcações iranianas, disse o funcionário, acrescentando que o incidente poderia ter levado a um protesto diplomático, mas que os Estados Unidos não têm relações diplomáticas com o Irã. 

Essas ações normalmente são feitas por comandantes desonestos da Guarda Revolucionária ou sancionadas por altos funcionários em Teerã, disse Karim Sadjadpour, especialista em Irã do Fundo Carnegie para a Paz Internacional. 

“Durante quatro décadas, a Guarda Revolucionária tem dito que a América é a maior ameaça a Revolução Islâmica”, disse Sadjadpour. “Essa cultura institucional não mudou após o acordo nuclear”, acrescentou. 

Em janeiro, 10 marinheiros americanos a bordo de duas embarcações de patrulha foram detidos pela IRGC quando, inadvertidamente, entraram em águas territoriais iranianas. Eles foram libertados no dia seguinte depois de serem mantidos por cerca de 15 horas. 

O Golfo separa o Irã de seu rival regional, a Arábia Saudita e uma base naval dos Estados Unidos no Bahrein. 


O ministro da Defesa do Irã disse nessa quinta-feira que os dois navios de seu país acusados de assediarem um navio de guerra dos Estados Unidos só estavam cumprindo o seu dever, e que Teerã irá enfrentar qualquer navio americano que entrar em suas águas. 


ministro da Defesa iraniano Hossein Dehghan 

Os navios da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) realizaram o que um funcionário da Defesa dos Estados Unidos descreveu como sendo uma “interceptação em alta velocidade” do navio de guerra na terça-feira no Estreito de Hormuz. 

O funcionário disse que os dois navios iranianos vieram dentro de 300 jardas do USS Nitze em um incidente “inseguro e pouco profissional”, sublinhando as tensões que permanecem há mais de um ano depois que Washington e outras potências ocidentais chegaram a um acordo nuclear com o Irã e as sanções foram levantadas. 

O ministro da Defesa Hossein Deghan disse nessa quinta-feira que os navios só estavam fazendo suas funções regulares de monitoramento de navios estrangeiros perto das águas iranianas. 

“Se um navio americano entra na região marítima do Irã, ele definitivamente receberá um aviso. Nós vamos monitorá-los e, se eles violarem nossas águas, vamos enfrenta-los”, disse ele em um forte comunicado relatado pela Agência de Notícias dos Estudantes Iranianos (ISNA).


[Corrigido e atualizado].

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