12 de jun. de 2018

Ministro belga francófono: "(Governo) quer divisão e fim do país" – As falácias do socialista Rachid Madrane




Euronews, 12 de junho de 2018 



A Bélgica enfrenta um grave problema de imigração e de radicalização de jovens.

Para saber o que está a ser feito na busca de soluções para estes problemas, a Euronews foi ao encontro de Rachid Madrane, o ministro de Apoio à Juventude, das Casas da Justiça, do Desporto e da promoção de Bruxelas na comunidade francófona na Bélgica.

Euronews: Como vê a apertada política de imigração do governo belga?


Rachid Madrane: Hoje em dia, como sabe, vive-se na Bélgica a primeira experiência de termos no poder um partido maioritário populista, nacionalista e de direita extrema. Não digo de extrema-direita, digo de direita extrema. Eles têm uma visão do mundo ultraliberal, neo-liberal, onde o humano é apenas uma variável de mero ajuste. Eu tenho uma visão socialista, internacionalista, universalista e eles têm uma visão nacionalista e confederalista da Bélgica. Eles querem a divisão e o fim do país.

É possível desradicalizar um individuo? Dito de outra forma: existe algum método para desradicalizar um jovem?

O que fizemos aqui na Bélgica francófona foi construir modelos que trabalhem mais na prevenção, no afastamento da violência e na desistência, isto é, na forma como fazemos alguém deixar um percurso de violência e delinquência. É sobre esses eixos que nós trabalhamos. A Nova Aliança Flamenga no governo Federal, por exemplo, só trabalha na questão da segurança, coloca os militares na rua e mobiliza cada vez mais polícias. Mas não nos vai colocar a trabalhar na raiz do problema.

Será mesmo a discriminação positiva uma solução na luta contra o racismo? 

Colocámos em prática um dispositivo que nos permite favorecer a adesão de pessoas oriundas de zonas onde a taxa de desemprego é mais elevada [criminosos]. Eu quero evitar as quotas étnicas, por isso baseamo-nos mais em quotas geográficas destinadas a todos os que procuram trabalho e vivam em certas zonas. Se nessas zonas, a taxa de desemprego é superior ou igual à média regional, esses desempregados tornam-se prioritários na seleção para as vagas em empregos públicos. Este método teve resultados e pudemos ver no conjunto dos dispositivos implementados que o desemprego entre jovens com menos de 25 anos tem vindo a baixar em Bruxelas há quase 60 meses consecutivos.

Nota: Eu acrescentei ao título “falácias de Rachid”, porque é isso exatamente que o socialista está praticando. Por exemplo: [Olivier] Chastel é o atual primeiro-ministro, assumindo assim o lugar de Charles Michel, o ex-primeiro-ministro que esteve no cargo durante os atentados de 2016. Porém ele, [Chastel] faz parte do mesmo partido, o Movimento Reformista. Ou seja, ambos são da mesma linha ideológica. Charles Michel durante o período dos atentados foi, como de praxe, um líder politicamente correto em um âmbito político dominado pelo pensamento Politicamente Correto. Michel incessantemente fazia apologia do Islã, e sempre pedia medidas contra qualquer um que associasse a religião as práticas terroristas. Na Bélgica, tanto na direita quanto na esquerda o Politicamente Correto predomina. O Movimento Reformista é aceito pela União Europeia por ser um movimento político que coaduna com a agenda de Bruxelas, e não seria por menos, já que o partido vigora dentro do sistema político da capital da organização.

O que Rachid está fazendo é o típico fingimento esquerdista e uma tentativa de limpar-se no adversário, no qual eles precisam culpá-los por uma medida drástica que é correta no cerne, mas publicamente fere a suscetibilidade dos fiéis. Se o partido fosse dos verdes ou dos comunistas, Rachid faria a mesma coisa. Igual alguns partidos de esquerda fizeram quando os escândalos do PT ficaram incontroláveis e foram julgados e ratificados. Vários partidos de esquerda falavam dos erros do partido outrora, quando há pouco tempo estavam defendendo ele como o que seria uma “perseguição jurídica”. No fim, o que o governo do  “quase partido de extrema-direita, mas não de extrema-direita, mas sim de direita extrema” está fazendo é propor uma mudança nas regras de imigração, e uma forma mais intrusiva de busca e investigação nos bairros muçulmanos. Não se pode deduzir que o Movimento Reformista de Michel e Chastel agora se tornou “populista e de direita extrema”. Eles só estão tentando limpar um pouco da merda que respingou neles, para que de fato não nasça um partido que faça frente aos do Establishment. Rachid jamais criticou o partido de Chastel enquanto o mesmo fazia apologia do Islã após os atentados, mas agora é propício fazer, pois o partido provavelmente está sentindo a pressão de ter de servir a União Europeia, com um governo que não existe em Bruxelas, mas em Berlim, já que a proposta em si nem sequer foi uma ideia belga em si, mas do colegiado de burocratas da União Europeia. 
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