Euronews, 28/09/2024
Por Manuel Ribeiro
O Hezbollah confirmou que Israel matou o seu líder Hassan Nasrallah num ataque aéreo. De acordo com uma publicação na rede social X, o líder do Hezbollah foi morto após ataque israelita à capital do Líbano, disseram as forças de defesa israelitas.
O grupo militante Hezbollah confirmou a morte do seu líder, horas após as Forças de Defesa Israelitas (IDF, na sigla em inglês) garantirem que Sayyed Hassan Nasrallah tinha morrido num ataque israelita em Beirute.
Numa publicação na rede X, o exército israelita escreveu que "Hassan Nasrallah deixará de aterrorizar o mundo".
Ali Karki, o comandante da Frente Sul do Hezbollah, e outros comandantes do Hezbollah também foram mortos no ataque, segundo o exército israelita. Nasrallah lidera o Hezbollah há mais de três décadas.
As forças armadas israelitas afirmaram ter efetuado um "ataque aéreo preciso" enquanto o comando do Hezbollah se reunia no seu quartel-general em Dahiyeh, a sul de Beirute, na sexta-feira.
O Ministério da Saúde libanês afirmou que seis pessoas morreram e 91 ficaram feridas nos ataques, que arrasaram seis edifícios de apartamentos.
Horas antes, alguns meios de comunicação social norte-americanos afirmavam que o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, tinha sido alvo de um ataque, mas as autoridades israelitas ainda não tinham dado a confirmação.
A embaixada do Irão, em Beirute, disse que os ataques mudarão as "regras do jogo" e o líder supremo do Irão, Khamenei, escreveu no X que "Por um lado, a matança de civis indefesos no Líbano revelou mais uma vez a todos a natureza selvagem dos sionistas raivosos. Por outro lado, provou como são míopes e insanas as políticas dos dirigentes do regime de ocupação".
Após o anúncio da morte de Nasrallah, Khamenei foi levado para uma zona segura em parte incerta do Irão. O Hezbollah acabou por confirmar a informação da morte do seu líder, no sábado à tarde.
Netanyahu interrompe visita aos EUA
Horas antes dos ataques, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu dirigiu-se às Nações Unidas, prometendo que a campanha de Israel contra o Hezbollah iria continuar - diminuindo ainda mais as esperanças de um cessar-fogo apoiado internacionalmente. Netanyahu não se encontrou com o secretário-geral da ONU, António Guterres e interrompeu abrutamente a sua visita aos Estados Unidos para regressar a Israel.
Israel levou a cabo uma série de ataques aéreos contra o Hezbollah na sexta-feira, e na madrugada de sábado, enquanto este respondia com dezenas de rockets contra Israel.
As forças armadas israelitas afirmaram que estavam a mobilizar soldados de reserva adicionais à medida que as tensões aumentavam com o Líbano.
O exército disse na manhã de sábado que estava a ativar três batalhões de soldados de reserva, depois de ter enviado duas brigadas para o norte de Israel no início da semana para treinar para uma possível invasão terrestre.
Mais de 700 mortos e milhares de pessoas deslocadas
Mais de 720 pessoas foram mortas no Líbano desde a escalada do conflito na segunda-feira, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.
Segundo as Nações Unidas, o número de pessoas deslocadas do sul do Líbano devido ao conflito mais do que duplicou, sendo atualmente mais de 211.000. Pelo menos 20 centros de cuidados de saúde primários foram encerrados em zonas duramente atingidas do Líbano, informou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas.
Artigos recomendados: Hezbollah e Oriente
Nenhum comentário:
Postar um comentário