IP, 21/02/2024
Os Estados Unidos manifestaram preocupação nesta quarta-feira com relatos de remessas de armas pelo seu adversário Irã ao exército sudanês, que está travado em uma guerra mortal com paramilitares supostamente recebendo apoio dos Emirados Árabes Unidos e da Rússia.
John Godfrey, embaixador dos EUA no Sudão, disse que Washington estava "profundamente preocupado com o apoio externo" às Forças Armadas do Sudão e às Forças de Apoio Rápido rivais, conhecidas pelas siglas SAF e RSF.
"Há relatos sobre o reestabelecimento dos laços entre o Sudão e o Irã, que poderiam incluir supostamente apoio material iraniano ao SAF, o que também é muito preocupante e uma fonte de grande preocupação para nós", disse Godfrey a repórteres.
Sem nomear outros países, Godfrey disse que os Estados Unidos "instaram os atores externos a se absterem de fornecer apoio material às duas partes beligerantes".
"Prolonga a luta, prolonga a guerra. Também reduz as perspectivas de encontrar uma saída negociada do conflito", disse ele.
No mês passado, a RSF postou nas redes sociais o que disse ser destroços de um drone Mohajer de fabricação iraniana pertencente ao exército.
A Bloomberg News também relatou, citando autoridades ocidentais, que o Irã está fornecendo armas ao exército sudanês.
O Sudão sob o ex-ditador Omar al-Bashir, que foi derrubado em 2019, desenvolveu relações estreitas com o estado clerical do Irã.
Com o exército sudanês no controle ao longo do Mar Vermelho, uma grande presença iraniana alarmaria as potências ocidentais, já que os insurgentes Houthis dominantes do Iêmen, do outro lado da importante rota marítima de trânsito, têm disparado contra navios internacionais em declarada solidariedade com os palestinos.
Um relatório de especialistas da ONU no mês passado, citou evidências credíveis de que os Emirados Árabes Unidos estavam canalizando apoio militar através do Chade para a RSF, que havia enviado combatentes para apoiar a campanha dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita no Iêmen contra os Houthis.
Em dezembro, o Sudão expulsou 15 diplomatas dos Emirados Árabes Unidos e o general Yasser al-Atta, segundo comandante do exército, denunciou a potência do Golfo como uma "máfia estatal" por apoiar a RSF.
Os Emirados Árabes Unidos negaram ter tomado partido no conflito.
Egito e Turquia também apoiaram o exército, enquanto a RSF enfrenta amplas acusações de colaboração com os mercenários do grupo Wagner da Rússia.
Milhares morreram desde que a guerra irrompeu em abril do ano passado entre os generais em disputa.
Os Estados Unidos, que lideraram negociações infrutíferas entre as duas partes, acusaram ambos de crimes de guerra e acusaram a RSF de limpeza étnica contra pessoas etnicamente africanas em Darfur, um eco de uma campanha de terra arrasada na região há duas décadas.
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Fonte:https://insiderpaper.com/us-voices-alarm-on-alleged-iran-role-in-sudan/
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