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2 de nov. de 2023

A Índia demonstra interesse em comprar petróleo barato do regime venezuelano




PP, 01/11/2023 



Por Oriana Rivas 



“É sempre bom quando mais suprimentos chegam ao mercado”, disse o ministro do petróleo indiano. Mas Nicolás Maduro ainda não pode reivindicar vitória depois de ter violado o acordo assinado em Barbados, o que levou os EUA a considerarem reverter o alívio das sanções.

À medida que circulam notícias sobre o alívio das sanções ao regime de Nicolás Maduro por parte dos Estados Unidos, estes parecem interessados ​​em comprar o petróleo que a ditadura chavista pode agora exportar sem restrições. A Índia já levantou a mão. É o terceiro maior importador e consumidor de petróleo do mundo, com cerca de 4,9 milhões de barris por dia, o que representa 5% do petróleo bruto consumido no planeta. O ministro do Petróleo daquele país, Hardeep Singh Puri, deixou claro que espera fazer compras "onde for possível obtê-las mais baratas".

É sempre bom quando chegam mais ofertas ao mercado”, disse o responsável indiano num evento dedicado à indústria petrolífera noticiado pela agência Reuters. A estatal venezuelana PDVSA teria agora novos compradores à sua porta, considerando que no passado as multinacionais Reliance Industries e Indian Oil Corp fizeram negócios com Caracas.

Maduro pode perder concessões

Mas Nicolás Maduro ainda não pode reivindicar a vitória. Como ponto de partida, as concessões dos EUA são propostas inicialmente por seis meses. Além disso, se a Administração Biden finalmente decidir reverter o alívio das sanções, a ditadura venezuelana ficaria sem esse alívio econômico. O motivo é a caça às bruxas que foi desencadeada contra as primárias da oposição, para tentar anular a vitória de María Corina Machado, como porta-estandarte do antichavismo nas eleições presidenciais de 2024.

Esta decisão é altamente questionada na política dos EUA, causando pressão sobre a Administração Biden por parte de senadores e representantes republicanos para que tome medidas firmes após os novos abusos de Maduro, que violam o acordo assinado em Barbados com a Plataforma Unitária.

Como afirmam os especialistas, internamente não existem recursos que possam ser acionados para contrariar a decisão contra as primárias proferida pelo Supremo Tribunal de Justiça ao serviço do regime. As esperanças são depositadas em organismos internacionais. Isso definirá se as refinarias indianas finalmente receberão o petróleo venezuelano comprado a um preço baixo.

Incerteza no mercado

Embora os EUA tenham aliviado as sanções ao petróleo e gás venezuelanos, a capacidade de produção é outro constrangimento. Em agosto, as exportações da PDVSA foram de cerca de 544 mil barris por dia, bem abaixo dos 877.032 registrados em julho. Ou seja, houve uma queda mensal de 38% após anos de abandono e pouco investimento.

Segundo dados da empresa Baker Hughes, só existe uma plataforma de perfuração ativa no país, longe das mais de 80 que existiam em 2014. A Reuters também noticiou há dois meses que as duas unidades de mistura de petróleo bruto do projeto Petrosinovensa em o Cinturão Venezuelano do Orinoco, operado pela PDVSA e pela China National Petroleum Corp (CNPC), “sofreu apagões paralisantes no mês passado”.

O mercado internacional observa todo o contexto ao qual se soma a notícia de que os títulos soberanos da Venezuela e da estatal PDVSA, avaliados em cerca de 53 milhões de dólares, foram colocados sob “vigilância” do índice JP Morgan EMBI até 31 de dezembro. A empresa, como observa a Bloomberg, monitorará as negociações no mercado, a liquidez e os “preços bidirecionais verificáveis”, bem como “a durabilidade do alívio das sanções”.

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Fonte:https://panampost.com/oriana-rivas/2023/11/01/india-comprar-petroleo-barato-a-venezuela/ 

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