Páginas

17 de mai. de 2023

Mais de 90 ataques do ELN mostram fracasso da "paz total" de Petro

Terroristas marxistas do ELN, terroristas de esquerda 



PP, 16/05/2023 



Por Gabriela Moreno 



"Enquanto não houver um decreto presidencial que diga algo diferente sobre o ELN, fazemos o que temos que fazer com qualquer grupo armado organizado que vá contra as políticas e a Constituição", disse o comandante do Exército Nacional, general Luis Mauricio Ospina.

As negociações entre o Exército de Libertação Nacional (ELN) e o governo do presidente colombiano Gustavo Petro não estão indo bem. Os narcoguerrilheiros pouco ou nada se importam em cumprir a utópica "paz total" que tem sido a bandeira da campanha do presidente de esquerda. Desde o estabelecimento das mesas de diálogo, há seis meses, o ELN cometeu 90 ataques armados em território colombiano.

"Enquanto não houver um decreto presidencial que diga algo diferente sobre o ELN, fazemos o que temos que fazer com qualquer grupo armado organizado que vá contra as políticas e a Constituição", disse o comandante do Exército Nacional, general Luis Mauricio Ospina.

As promessas ilusórias de Petro de retirar os irregulares são vagas e se tornam mais difíceis de cumprir a cada dia. De fato, Ospina reconhece que há confrontos entre os "dissidentes" de Iván Mordisco e a Segunda Marquetalia, no corredor estratégico de Sumapaz, uma cidade rural de Bogotá onde a paz supostamente "impera".

A troca de fogo entre ambos os lados está concentrada no setor da área do Cânion da Dúvida, localizado no entorno dos departamentos (administrações) de Meta e Cundinamarca. A Ouvidoria confirma isso. A entidade mantém-se alerta para as disputas que diariamente colocam em risco os habitantes de dez conselhos de Cundinamarca e um de Tolima.

"Depois que essas pessoas saem há um confronto, é relatado que eles estão presentes, então nós vamos lá, e ficamos lá, e no momento em que há intenção (de confronto), nós reagimos de acordo", disse o general Ospina.

Diálogos sem resultado

Essa longa lista de ataques do Exército de Libertação Nacional (ELN) na Colômbia confirma que a disposição da organização criminosa de se sentar à mesa de negociações em busca do tão esperado acordo de paz com Petro é uma farsa.

As ações violentas tornam inútil a ânsia das equipes de negociação – instaladas em novembro do ano passado em Caracas, na Venezuela, em sua primeira fase – de retomar o "diálogo político" iniciado em março de 2016, durante o mandato de Juan Manuel Santos e que foi suspenso em janeiro de 2019 pelo governo de Iván Duque, após o ataque cometido por este grupo narcoguerrilheiro com um carro-bomba contra a escola geral de cadetes em Santander, em Bogotá, que deixou 23 mortos, incluindo o atacante.

Talvez agora Petro entenda Duque. A lição é amarga, claro. Especialmente para o presidente de esquerda que pretendia usar um acordo com os insurgentes como troféu.

Um pleno acordo muito provavelmente tardará ou provavelmente nunca chegará, considerando que as delegações encerraram o primeiro ciclo de negociações em 12 de dezembro anunciando apenas um acordo parcial sobre "ações e dinâmicas humanitárias".

Rugosidade na mesa

Ter anunciado um cessar-fogo bilateral sem o apoio da guerrilha custou caro para Gustavo Petro, e mover a mesa de negociações para a Cidade do México para a segunda rodada de negociações em fevereiro confirmou isso ao fechar o dia sem grandes avanços.

Agora, o terceiro ciclo de discussões acontece em Cuba, onde é claro que a fumaça branca também não vai subir. "Em Havana, onde a guerrilha e o governo negociam, as horas mais tensas foram vividas desde o início do processo", diz o El País. E é que Petro equiparou o ELN aos cartéis de drogas, e a comparação o queimou, já que "se o presidente chega e diz aos generais que somos um grupo não político, que somos como o Clã do Golfo, todas as negociações vão para o lixo", disse o chefe da delegação do ELN. Pablo Beltrão.



A tensão é tem em vista o histórico de ataques cometidos pelo ELN nos últimos seis meses em meio à tentativa de negociação. Será reduzido em breve? Com tantas arestas ninguém sabe. Menos ainda quando o ELN permanece dentro da lei Gao, aprovada em 2018, que rege as disposições para grupos armados organizados. Estar nos regulamentos não só os qualifica como dita o protocolo judicial caso um miliciano seja capturado. Mesmo que não seja acusado de nenhum crime de sangue, ele fará parte da classificação mais dura, A, reservada aos terroristas. E Petro? Vai tirá-los para continuar com sua utopia de "paz total"?

Artigos recomendados: Colômbia e FARC


Fonte:https://panampost.com/gabriela-moreno/2023/05/16/90-ataques-del-eln-paz-total-de-petro/ 

Nenhum comentário:

Postar um comentário