FIF, 16/01/2023
Por por Elizabeth Green
16 de janeiro de 2023 --- Cientistas da Universidade de Sheffield descobriram que o arroz geneticamente modificado com menos estômatos tem melhor tolerância ao sal, permitindo que seja cultivado em locais onde, de outra forma, falharia.
As descobertas e novos resultados que exploram o número e tamanho dos estômatos foram publicados no New Phytologist. Conforme concluíram os pesquisadores, o arroz pode ser adaptado para sobreviver em ambientes cada vez mais difíceis devido às mudanças climáticas, o que ajudará a combater a insegurança alimentar em todo o mundo.
Demanda por arroz
O arroz é indiscutivelmente a cultura alimentar mais essencial da Terra – 3,5 bilhões de pessoas dependem dele todos os dias e 30% do abastecimento de água doce do mundo é usado para cultivar a cultura.
À medida que o nível do mar aumenta devido à mudança climática, mais e mais lugares em todo o mundo estão lutando contra a inundação da água do mar – onde a água salgada do mar está inundando mais o interior e destruindo plantações que não conseguem lidar com o aumento da salinidade.
O arroz é uma das culturas mais afetadas – indiscutivelmente o carboidrato mais importante da Terra – mas em países como o Vietnã, está se tornando mais difícil crescer devido à crescente interferência da água do mar.
Dr. Robert Caine, principal autor do estudo da Escola de Biociências da Universidade de Sheffield, diz: “O arroz é uma cultura alimentar extremamente importante consumida por mais da metade da população mundial diariamente. Garantir que ele possa sobreviver em condições mais severas causadas pelas mudanças climáticas será essencial para alimentar uma população crescente que deve chegar a 10 bilhões em 60 anos”.
“Nossas descobertas revelam como o arroz pode ser modificado para crescer da forma mais eficaz possível em diferentes climas – variedades de arroz com menos estômatos podem sobreviver com menos água e em locais com água salgada”.
O número de estômatos é fundamental
No entanto, descobertas do Instituto para Alimentos Sustentáveis da Universidade de Sheffield revelaram que a modificação genética do arroz para reduzir o número de estômatos – pequenas aberturas usadas para perda de água – o torna mais resistente ao sal.
Os estômatos são aberturas que a maioria das plantas possui, que regulam a absorção de dióxido de carbono para a fotossíntese e liberam vapor de água.
Vários anos atrás, os cientistas de Sheffield revelaram que a redução do número e tamanho dos estômatos das plantas de arroz permitiu que eles usassem até 60% menos água, tornando-os extremamente benéficos em locais propensos à seca.
Os pesquisadores também descobriram, no entanto, que reduzir o número e o tamanho dos estômatos pode tornar o arroz mais difícil de crescer em temperaturas extremamente quentes. Como resultado, para garantir que o arroz possa crescer da forma mais eficaz possível em diferentes países e ambientes, modificações adicionais precisarão ser feitas.
Por exemplo – arroz com menos estômatos maiores pode ser mais adequado para crescer em temperaturas quentes.
“Enquanto isso, variedades naturais de arroz com menos estômatos maiores podem prosperar em temperaturas mais altas”, explica Caine.
Os pesquisadores da Universidade de Sheffield, trabalhando ao lado do Instituto de Pesquisa de Alta Tecnologia Agrícola no Vietnã, estudaram 72 variedades de arroz natural e geneticamente modificado.
Eles agora estão planejando investigar se podem fazer variedades de arroz anãs, que produzem os maiores rendimentos, mais resistentes ao calor.
Arroz em destaque
O alimento básico é uma commoditie vital nos mercados globais de alimentos e continua sendo destaque nas notícias da indústria de alimentos e bebidas.
Um aumento de 29% nos preços do arroz longo começou em dezembro passado, com aumentos de preços programados para continuar até 2023, de acordo com a Eurostar Commodities do Reino Unido. A forte seca no Hemisfério Norte atingiu duramente a commoditie.
Enquanto isso, como os riscos à segurança alimentar continuam pesando sobre as economias, as autoridades promoveram o arroz altamente calórico como uma alternativa aos alimentos básicos afetados pela inflação.
Cientistas pesquisam como tornar a cultura mais resistente às adversidades climáticas, e o interesse dos formuladores pelo ingrediente ganha força.
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