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11 de jul. de 2022

Argentina, à beira da escassez de alimentos




Panampost, 11/07/2022 



Por Marcelo Duclos 



Cresce a preocupação nas redes de supermercados com a iminente desabastecimento. O governo pretende continuar alterando um modelo fracassado.

O processo de desabastecimento na Argentina começa a aumentar nas gôndolas e até nos restaurantes. Na verdade, já existe há algum tempo e não é novo. Há alguns meses, visitei uma vinícola para um artigo que ia tratar do assunto vinho, mas no final era sobre outra coisa. O proprietário, que me ofereceu o produto de vários barris, ofereceu-me um copo de um delicioso Cabernet Franc. Porém, na boca percebi que a bebida já deve estar engarrafada para o arredondamento da estiva. O tempo da madeira já havia acabado, mesmo há um tempo. Com o respeito necessário para não contrariar o enólogo da casa, que sabe algo mais do que eu, perguntei se era hora de tirar o vinho das barricas.

Não tenho garrafas. Há problemas com importações e insumos do exterior são necessários para a fabricação. Tenho boa parte da produção estragando em barris de plástico, esperando que nos vendam alguma coisa para poder engarrafar”, me disse o dono com total resignação. Logicamente, propus fazer um artigo para tornar a situação visível. Ele me disse que seria interessante e necessário, mas que não queria se tornar o rosto de uma causa que pudesse enfurecer as autoridades, agravando sua situação na “lista de espera” por garrafas de vidro.

Se a situação era crítica quando o ministro da Economia era Martín Guzmán, não é necessário ser um grande analista para prever o desfecho do processo que Silvina Batakis iniciou na semana passada. É que o novo ministro considera que o capitalismo é um sistema explorador com características machistas e que os responsáveis ​​pela falta de dólares são os argentinos que viajam ao exterior e compram online.

Neste momento, a preocupação aumenta devido à falta de produtos nas gôndolas. Não só das importações, mas também de muitas "indústrias nacionais", que contêm ingredientes estrangeiros que não podem mais entrar no país. Muitas das carências iminentes são alimentos produzidos em massa. O que já havia começado com higiene, limpeza e elementos tecnológicos já chegou a produtos de uso diário como café e cacau em pó. Serão esses os novos luxos suntuosos que os argentinos trazem nas malas quando viajam?

Diante do desastre atual, a ministra Batakis mostra sua absoluta ignorância sobre questões econômicas básicas. Com uma teimosia infantil, garante: “o mercado não me cansa”. O problema é que ela não entende o que está acontecendo. Você não tem a menor ideia do que é o mercado e como ele funciona. Isso encerrará sua administração.

A última coisa que as empresas desses produtos essenciais que começam a não ser renovados tiveram foi a promessa do presidente do Banco Central, Miguel Pesce. O chefe da entidade que emite uma das piores moedas do mundo quis trazer alguma certeza e garantiu que em breve serão implementados certos abrandamentos que permitem ao câmbio importar os elementos mais urgentes. Refira-se que as últimas restrições, implementadas para travar a saída de divisas, só terminarão em setembro. O problema é que, enquanto Batakis garante que não vai desvalorizar mais o peso, o dólar "oficial" ancorado está se afastando cada vez mais do "azul", como resultado da incerteza gerada pela gestão fracassada da Frente de Todos. E quanto mais a lacuna se alarga,

Enquanto isso, nas redes, as pessoas começam a compartilhar informações sobre os produtos que estão faltando todos os dias. Diante dessa situação atual, não há espaço para perspectivas otimistas. Falta um ano e meio para o governo de Alberto Fernández e a única ideia que tem é consertar um sistema falido, enquanto aumentam as distorções que dificultarão ainda mais o bom senso, quando chegar a hora de implementá-lo pela força. e para o mal. Não há mais espaço para fazê-lo para o bem.

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Fonte:https://panampost.com/marcelo-duclos/2022/07/08/argentina-al-borde-del-desabastecimiento-alimenticio/

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