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30 de abr. de 2022

Polônia à beira de saturação no acolhimento de refugiados da guerra na Ucrânia




Euronews, 30/04/2022 



Por Francisco Marques 



A Polônia anunciou este sábado ter já registado a entrada no país de 3,05 milhões de refugiados oriundos da Ucrânia desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro, e começa a dar sinais de saturação perante a falta de recursos materiais e humanos para responder às necessidades.

Só na sexta-feira, a guarda fronteiriça polaca terá registado 22 mil controlos de entrada no país a pessoas oriundas da Ucrânia.

Desde 24 de fevereiro, há comboios diários a chegar a Przemyśl oriundos de Kiev e de Lviv. Um dos voluntários polacos no acolhimento a estas pessoas em fuga da guerra é Igor Woronin, que se tem cruzado com pessoas que pretendiam ir "ao encontro de amigos ou de família em Breslávia, Varsóvia ou até na Alemanha".

"Agora, as pessoas estão apenas a deixar as cidades bombardeadas sem saber bem para onde ir, o que fazer ou em que condições podem ficar aqui", conta-nos Igor Woronin.

À medida que a guerra na Ucrânia se arrasta sem fim à vista, há no entanto refugiados, incluindo mulheres, a decidir regressar já a casa e, à estação de Lviv, cerca de 90 quilómetros a leste de Przemyś, na Polônia, estarão agora a chegar cerca de 30 mil pessoas todos os dias que tinham fugido da guerra.

Ao mesmo tempo, em Portugal o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciou ter registo de pelo menos 2.448 ucranianos terem regressado ao país natal nos últimos dois meses.

Desde o início da invasão russa, mais de 33 mil pessoas, ucranianos ou estrangeiros residentes na Ucrânia, dos quais dois terços mulheres (22.208), pediram proteção temporária a Portugal. Pelo menos 160 terão cancelado esse pedido junto do SEF.

Ainda assim, continuam a ser mais as pessoas que fogem da invasão russa do que as que regressam à Ucrânia.

Nota do editor do blog: no vídeo acima, um grupo de apoiadores de Putin, da cidade de Setúbal, recepcionaram de maneira hostil os ucranianos. Segundo a reportagem acima, os comunistas dominam a legislatura local que tem autonomia plena da região. Os comunistas de Setúbal (políticos eleitos) não compareceram até a assembleia legislativa portuguesa para ouvir o discurso de Zelensky. Segundo a própria imprensa, os comunistas portugueses têm apoiado a Rússia em todas as suas empreitadas. Aqueles que não se posicionam a favor ao menos ficam em silêncio, principalmente os com cargos no Parlamento Europeu. Isso mostra que aqueles que fizeram pressão nos ucranianos refugiados eram da ala comunista, ou seja, simpatizantes de esquerda de Putin. Outra questão a se levar em conta é que, a Polônia está sem pessoal e recursos, e mesmo assim, a União Europeia a está deliberadamente prejudicando com sanções econômicas. A Polônia está verdadeiramente do lado da Ucrânia, e tem uma aversão compreensível da Rússia. Porém, a União Europeia não faz questão em mostrar uma aversão semelhante, mas a Polônia, por não aceitar todo o programa de desintegração da soberania nacional na União Europeia. A Polônia deveria sair da União Europeia, mas continuar ajudando a Ucrânia, como país-irmão, e verdadeiro adversário da Rússia e da União Europeia. 

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Fonte:https://pt.euronews.com/2022/04/30/polonia-a-beira-de-saturacao-no-acolhimento-de-refugiados-da-guerra-na-ucrania

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