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8 de mar. de 2022

Crise energética Global: como Joe Biden e seus aliados estão fortalecendo os regimes autoritários através de concessões




A frenesi energética e a crie em meio a guerra


Alguns analistas têm afirmado que as atuais negociações de Joe Biden com Maduro por petróleo são "pragmáticas", porque visam dois objetivos a longo prazo: o primeiro, minar a influência russa na Venezuela, e o segundo, obter petróleo fácil e barato para abastecer o mercado norte-americano e europeu, que está se desfazendo dos combustíveis fósseis, mas não sabe qual a alternativa correta, ou em quanto tempo ela poderá ser implementada. 

O frenesi das energias renováveis tornou a Europa dependente do gás russo, pois ao mesmo tempo em que as nações tentam sinalizar virtude mesmo fazendo uso do gás natural, elas acabam minando umas as outras em suas políticas energéticas. Um boicota o outro por interesses políticos, mas no fim todos estarão com pires nas mãos pedindo por alguns barris. Esse é o exemplo dos Estados Unidos.

Biden pediu sanções a Rússia, após a invasão da Ucrânia, mas não sancionou o petróleo e o gás russo, assim como a Europa que, segundo ele, precisa decidir em conjunto fazê-lo. Porém, Biden e a Europa dependem em parte do petróleo russo. A proposta de Biden e dos europeus é depender do petróleo do Oriente Médio. Mas o problema é que os países produtores do Oriente Médio fazem parte da OPEP, da qual a Rússia faz parte também na OPEP Plus.

Segundo os europeus, o ideal seria depender de países como o Catar, porém, o Catar é aliado do Irã, com quem os europeus e Biden estão negociando os acordos nucleares que são vantajosos pro Irã, mas prejudiciais a Israel. O Irã quer o fim das sanções, em troca dará petróleo para os Estados Unidos e os países europeus, bem como atuará como lobista na OPEP em favor da produção de petróleo. Porém, Israel não concorda, e provavelmente tomará ações militares contra o Irã, o que prejudicará a OPEP e a Europa. 

O Irã tem como inimigo na OPEP a Arábia Saudita, que é também inimiga do Catar, que apoia o Irã e os Houtis no Iêmen. Se os europeus beneficiarem o Irã e o Catar por concessões nas negociações nucleares, Ríade então prejudicará as negociações na OPEP, por meio dos Emirados Árabes Unidos, e outros aliados, como o Kwait. Para negociar com os sauditas, os americanos e os europeus teriam de prejudicar o Irã e se afastar do Catar. Porém, o Iraque, outro aliado do Irã, não ficaria calado e pediria também nos acordos (da sua parte) que os Estados Unidos desocupem de vez o país, em troca facilitaria as negociações por petróleo dos membros da OPEP.

A Venezuela, o Irã e a Arábia Saudita pediriam o fim das sanções a Rússia, pois elas prejudicariam a OPEP Plus, que é uma fonte de lucro ainda maior para os membros que tiveram que encarar a escassez de demanda, e os prejuízos oriundos dela. E para finalizar, nós temos a Líbia, um país dividido por uma guerra civil fomentada desde o Ocidente (administração Obama-Biden) contra o ditador líbio, e que dividiu o país em dois: o regime líbio não quererá outra coisa, senão o total controle da Líbia sob o regime Haftar, que está sob proteção da Rússia.

Não importa como você veja, todas as negociações da questão energética da Europa terão de ser feitas às custas de concessões para regimes autoritários, e no fim, a Europa e os Estados Unidos farão do mundo um lugar muito mais perigoso. 

As políticas de energias renováveis são um fracasso, e ao adotá-las unilateralmente, os membros da OTAN e da União Europeia colocaram um alvo em suas cabeças. Cada país pedirá uma concessão impossível, e potencialmente perigosa. Ao fazê-las, os Estados Unidos e seus aliados vão terminar de consolidar o poder russo-chinês e o chefes de estados membros do cartel da OPEP. A política externa de Joe Biden será de  redistribuição do poder para atores adversários no cenário político. Quem disse isso? A própria China. No fim, a pergunta é: quem ficará com a maior parte?

Façam suas apostas. 

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