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12 de fev. de 2019

EUA apelam à Europa pós-comunista para resistir a influência chinesa e russa

Mike Pompeo



Expresso, 12 de fevereiro de 2019. 




Mike Pompeo afirmou esta terça-feira que os países que pertenceram à esfera da antiga União Soviética são muito vulneráveis aos avanços predatórios da China e da Rússia

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, apelou esta terça-feira aos países da Europa Central e de Leste para resistirem à influência russa e chinesa e repetiu que os países que negociarem com a empresa Huawei não contarão com os Estados Unidos.

Mike Pompeo afirmou esta terça-feira que os países que pertenceram à esfera da antiga União Soviética são muito vulneráveis aos avanços predatórios da China e da Rússia, pedindo para que resistam às ameaças de intromissão política desses países.

Numa conferência na capital eslovaca, Bratislava, o secretário de Estado norte-americano recordou os 30 anos da queda do muro de Berlim, confirmando que os EUA estão empenhados em aumentar o seu envolvimento na região, através de acordos de cooperação e de defesa, bem como de programas de intercâmbio.

Contudo, Pompeo reiterou a ideia, que já tinha apresentado na segunda-feira em Budapeste, de que os EUA reduzirão a sua atividade na Europa se os países continuarem a fazer negócios com a empresa tecnológica chinesa Huwaei.

A visita de Pompeo à Eslováquia é a segunda etapa de uma ‘tournée’ européia de cinco países do secretário de Estado norte-americano, que começou na Hungria e o levará à Polônia, Bélgica e Islândia.

Pompeo disse que, por causa da sua história e geografia, a Eslováquia tem uma “perspetiva especial sobre o papel agressivo que a Rússia continua a ter na região”, em particular na Ucrânia.

Mas, “a Rússia não é a única potência que procurar erodir a soberania e a liberdade na Europa”, afirmou Mike Pompeo, apontando o dedo à China e dizendo que as autoridades eslovacas devem precaver-se contra os avanços econômicos chineses, que procuram “criar dependências políticas”, referindo-se às suspeitas de que a empresa de telecomunicação Huawei se poderá aproveita da divulgação dos produtos para interferir nos sistemas de segurança nacionais.

Pompeo disse que os EUA estão muito preocupados com os motivos da Huawei na Europa, especialmente junto dos países membros da NATO e da União Europeia.

"Convivemos bem com as empresas concorrentes (das norte-americanas), mas elas precisam de fazer concorrência de forma justa, aberta e transparente, e não com outros motivos que não sejam os econômicos", explicou Mike Pompeo.

Pompeo disse mesmo que as nações teriam que escolher entre a Huawei e os Estados Unidos, depois de o governo chinês ter dito que os EUA estão apenas a tentar suprimir um concorrente em ascensão.

Mas Pompeo respondeu que a sua preocupação é com a segurança das empresas e dos cidadãos norte-americanos, bem como dos países aliados.

Na quarta-feira, quando chegar à Polônia, Mike Pompeo aproveitará uma conferência internacional sobre o futuro do Médio-Oriente para voltar ao tema de uma outra ameaça, desta vez vinda do Irão.

Mike Pompeo deverá voltar a justificar as sanções impostas ao Irão, por não cumprir o acordo nuclear, e apelará aos países europeus para se manterem firme nos boicotes determinados, em particular à compra de petróleo iraniano, de forma a reduzir a influência regional desse país.

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