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11 de nov. de 2018

Cuidado com o Novo e Perigoso Papel da Turquia em Relação aos Refugiados

Gatestone, 10 de novembro de 2018 





  • "A polícia turca" já está patrulhando abertamente as "áreas turcas" de Berlim... Carros com a logomarca de uma unidade de elite da polícia turca foram vistos nas ruas de Berlim, mas as autoridades alemãs dizem que não têm condições de detê-los. — The Sun.
  • Apesar da fantasia ainda abraçada por alguns europeus segundo a qual os imigrantes acabarão se integrando às sociedades dos países que os acolheram, o que tem acontecido é justamente o contrário.
  • Aqueles europeus que defendem a imigração em massa, irrestrita, em nome do "multiculturalismo" e da "diversidade" não estão dando a devida atenção à natureza dos países de maioria muçulmana de onde esses imigrantes vêm. O desrespeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão, o abuso às mulheres e gays, assassinatos em nome da honra, antissemitismo e violência contra os não muçulmanos e muçulmanos "apóstatas" são típicos desses países. Em vez de se livrarem dos grilhões desses países, muitos imigrantes estão simplesmente levando-os para a Europa.
  • "A lei da Sharia foi reconhecida por um tribunal britânico pela primeira vez quando um juiz emitiu uma sentença de divórcio histórica... segundo a qual o casamento islâmico de um casal que já está vivendo separado, conduzido em uma cerimônia chamada nikah, se enquadra na lei matrimonial britânica apesar de não ser legalmente reconhecida como tal". — The Telegraph.



A Turquia, graças às Nações Unidas, será a partir de agora oficialmente responsável por decidir não só quem será considerado refugiado, mas também para onde o refugiado ou a refugiada será recolocado(a) ou transferido(a). Autoridades do estado turco têm recorrentemente ameaçado inundar a Europa com refugiados, conforme a mensagem transmitida à Europa pelo Presidente Recep em 2016:


"Vocês se esgoelaram fumegando quando 50 mil refugiados se aglomeraram na fronteira de Kapikule. Vocês começaram a se perguntar o que será de vocês se a Turquia abrir a fronteira. Prestem atenção, se vocês continuarem a agir dessa maneira, os portões deste posto de fronteira ficarão abertos. Vocês deveriam saber disso."

Dadas as ameaças turcas, esta nova postura oficial da Turquia deveria ser motivo de preocupação.

O jornal turco pró-governo Daily Sabah publicou recentemente o seguinte:

"A agência da ONU para refugiados entregou a gestão dos procedimentos de registro dos refugiados que se encontram na Turquia à autoridade de migração do país. O próprio Departamento de Migração da Turquia supervisionará a partir de agora o registro dos refugiados e determinará o status desses refugiados. Qualquer estrangeiro em busca de proteção internacional na Turquia será obrigado a se inscrever nos órgãos locais da autoridade de migração da Turquia."

A preocupação existe por três razões principais.

Terrorismo

Em março Erdoğan teceu duras críticas ao presidente francês Emmanuel Macron por ele ter se oferecido a fazer a mediação entre Ancara e os curdos sírios. Ele advertiu:

"Com uma atitude dessas, a França perde o direito de se queixar de qualquer organização terrorista, qualquer terrorista, qualquer ataque terrorista. Quem dorme com terroristas, recebe terroristas com braços abertos em seus palácios, se dará conta, mais cedo ou mais tarde, do erro que cometeu.

Em abril, horas depois que um homem arremessou sua van em cima de pedestres em Münster, na Alemanha, Erdoğan novamente atacou verbalmente a França, chamando-a de "fantoche":

"... dando apoio ao terrorismo... hospedando terroristas no Palácio do Eliseu ... Vocês estão vendo o que está acontecendo na Alemanha, certo? O mesmo acontecerá na França. O Ocidente não conseguirá se libertar do terror. O Ocidente irá afundar à medida que alimenta esses terroristas".

Não são apenas as ameaças de Erdoğan que deveriam levar a Europa a repensar suas complacentes políticas de imigração. Nos últimos anos cidades europeias, como Manchester, Paris, Bruxelas, Nice, Copenhague, Londres, Amsterdã, Barcelona, Toulouse, Trèbes, Saint-Etienne-du-Rouvray, Berlim e Estocolmo, foram sacudidas por ataques jihadistas que resultaram em mortos e feridos. Dado que inúmeros terroristas que participaram desses ataques foram radicalizados e recrutados por grupos jihadistas, tanto no Oriente Médio quanto na Europa, a imigração desenfreada de países de maioria muçulmana parece ser arriscada.

Não se trata de mera especulação. Pesquisas de opinião indicam que um grande contingente de muçulmanos mundo afora apoia o terrorismo ou a violência em nome do Islã. Além disso também há relatos segundo os quais o ISIS tem infiltrado agentes na Europa através da Grécia, disfarçando-os de migrantes em meio às massas. De acordo com o recente Documentário da Deutsche Welle, "Terror no Campo de Refugiados de Moria":

"Ao que consta, um grupo de seguidores do ISIS vem aterrorizando pessoas que se encontram no campo de refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos. Sob o pretexto da propriedade religiosa, punem brutalmente quem eles julgam ser criminoso.

"Recentemente, mais e mais refugiados de Deir ez-Zor, um dos últimos redutos do Estado Islâmico na Síria, chegaram ao campo. Desde então, ao que tudo indica, o crime no campo assumiu uma nova faceta. Segundo consta, um grupo de sírios está controlando a maioria das atividades ilegais. Quem não se comportar conforme manda o figurino ou quem estiver prestes a não se comportar conforme manda o figurino, pode colocar as barbas de molho, porque virão violência física e até ameaças de morte. Os perpetradores frequentemente citam a lei da Sharia como justificativa. Cada vez mais pichações glorificam o ISIS."

Demografia

Dos países com maior risco de se tornarem "bombas-relógio demográficas", de acordo com um artigo do Business Insider de agosto, estão a Espanha, Itália, Bulgária, Letônia e o Reino Unido. A baixa taxa de natalidade dos europeus é, segundo consta, uma das motivações por parte das autoridades da UE de trazer enormes contingentes de migrantes muçulmanos, para compensar o encolhimento das populações europeias. Outra motivação está relacionada ao envelhecimento da população. Um artigo de opinião de 2017 publicado na revista Forbes afirma:

"Se a Europa Ocidental quiser manter seus benefícios sociais, os países da UE necessitarão de mais trabalhadores. Nenhum lugar no mundo tem uma população mais envelhecida que não esteja focada em natalidade do que a Europa. Não é de se admirar que os planejadores de políticas estejam fazendo o máximo para incentivar a imigração. A Europa Oriental está velha".

Ideias como estas, no entanto, já foram postas à prova. A Alemanha, por exemplo, para "satisfazer a demanda de mão-de-obra barata na economia em expansão do pós-guerra", acolheu trabalhadores turcos. Segundo o plano original, esses trabalhadores deveriam ser temporários "para evitar que os hóspedes turcos se tornassem imigrantes", a política mudou e os trabalhadores foram autorizados a permanecer por longos períodos de tempo e de trazerem suas famílias.

No final de 2011, de acordo com a Deutsche Welle, "cerca de 2,5 milhões de pessoas de origem turca viviam na Alemanha, o que significa que eles ou seus pais nasceram na Turquia, tornando-os assim o maior grupo migrante do país".

O resultado disso ficou claro em junho, quando cerca de dois terços da comunidade turca na Alemanha apoiou Erdoğan na eleição presidencial. Ironicamente, trata-se de um apoio a Erdoğan bem maior do que o apoio por ele recebido na própria Turquia.

Três meses antes da eleição, o parlamentar Alparslan Kavaklıoğlu, membro do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), da Turquia e chefe da Comissão de Segurança e Inteligência do parlamento, declarou que a demografia da Europa estava mudando a favor dos muçulmanos:

"O destino e a riqueza do mundo estão se movendo do Ocidente para o Oriente. A Europa está passando por um momento fora do comum. Sua população está diminuindo e envelhecendo... Convenhamos, a Europa enfrenta esse problema. Todos os recém-chegados são muçulmanos. Do Marrocos, Tunísia, Argélia, Afeganistão, Paquistão, Iraque, Irã, Síria e Turquia... Chegou a tal nível que o nome mais popular em Bruxelas, na Bélgica, é Mohammed. O segundo nome mais popular é Melih (Malih) e o terceiro é Ayşe (Aisha)."

Se essa tendência continuar, salientou Kavaklıoğlu:

"A população muçulmana ultrapassará a população cristã da Europa, não há como remediar isso. A Europa será muçulmana. Nós seremos eficientes na Europa muçulmana, com a graça de Alá. Estou certo disso."

Em 2017, o Erdoğan conclamou os turcos que residem na Europa a se multiplicarem:

"Os lugares onde vocês trabalham e moram são agora seus lares e seus novos países... Tenham cinco filhos, não apenas três. Pois vocês são o futuro da Europa".

A julgar pelos recentes estudos, esse futuro não parece ser tão brilhante para os europeus. Segundo o The Sun,

"A polícia turca" já está patrulhando abertamente as "áreas turcas" de Berlim... Carros com a logomarca de uma unidade de elite da polícia turca foram vistos nas ruas de Berlim, mas as autoridades alemãs dizem que não têm condições de detê-los.

"Os veículos portam os dizeres Özel Harekat (Operações Especiais) escritas na lateral juntamente com o logotipo da unidade e foram vistos cruzando as regiões da capital alemã com grandes populações turcas."

Cultura

O influxo do número em massa de refugiados e migrantes das ditaduras islâmicas, particularmente no momento em que a jihad global está em ascensão, tem tido e está tendo um efeito profundo na cultura europeia. Apesar da fantasia ainda abraçada por alguns europeus segundo a qual os imigrantes acabarão se integrando às sociedades dos países que os acolheram, o que tem acontecido é justamente o contrário. Aqueles europeus que defendem a imigração em massa, irrestrita, em nome do "multiculturalismo" e da "diversidade" não estão dando a devida atenção à natureza dos países de maioria muçulmana de onde esses imigrantes vêm. O desrespeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão, o abuso às mulheres e gays, assassinatos em nome da honra, antissemitismo e violência contra os não muçulmanos e muçulmanos "apóstatas" são típicos desses países. Em vez de se livrarem dos grilhões desses países, muitos imigrantes estão simplesmente levando-os para a Europa. Além disso, em vez de exigir que os imigrantes respeitem os costumes e as leis europeias, grande parte da Europa está simplesmente capitulando diante da nova realidade.

Segundo uma reportagem do The Telegraph:

"A lei da Sharia foi reconhecida por um tribunal britânico pela primeira vez quando um juiz emitiu uma sentença de divórcio histórica... segundo a qual o casamento islâmico de um casal que já está vivendo separado, conduzido em uma cerimônia chamada nikah, se enquadra na lei matrimonial britânica apesar de não ser legalmente reconhecido como tal".

Em 2006, o ditador líbio Muammar Gaddafi declarou solenemente que o Islã conquistaria a Europa "sem disparar um tiro". Hoje, apenas 12 anos depois, Erdoğan parece estar agindo segundo o mesmo princípio. Isso torna ainda mais amedrontador o fato das Nações Unidas terem dado ao governo de Erdoğan a autoridade de checar os refugiados. A Europa deve ter o devido cuidado e eleger líderes que compreendam o perigo de perder a batalha pelo coração, alma e democracia do velho mundo.
Uzay Bulut, jornalista da Turquia, Ilustre Colaboradora Sênior do Instituto Gatestone. Ela está atualmente radicada em Washington DC.
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