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6 de set. de 2018

Paraguai retrocede e leva a embaixada de Jerusalém de volta a Tel Aviv




AFP, 05 de setembro de 2018 



Paraguai anuncia transferência de embaixada a Tel Aviv, e Israel e Palestina reagem

O Paraguai anunciou nesta quarta-feira que transferirá novamente para Tel Aviv a sede de sua embaixada, que havia sido levada a Jerusalém em 21 de maio. A decisão provocou a imediata reação de Israel, que decidiu fechar sua representação diplomática em Assunção.

O novo governo do presidente Mario Abdo Benítez explicou que tomou essa decisão por seu desejo de "contribuir para que se intensifiquem os esforços diplomáticos regionais e internacionais a fim de alcançar uma paz ampla, justa e duradoura no Oriente Médio", segundo um comunicado da chancelaria.



Imediatamente, o primeiro-ministro israelense Benjamín Netanyahu considerou "gravíssimo" esse anúncio e ordenou o fechamento da embaixada israelense em Assunção.

A chancelaria israelense classificou de "decepcionante" a medida de Assunção e argumentou que "tensiona as relações entre os dois países", em uma mensagem no Twitter.

"Eu acho que não deveriam se chatear com nossos irmãos e amigos de Israel. Há mais de 85 países que conservam sua embaixada em Tel Aviv, e nós somos amigos e aliados históricos de Israel", comentou pouco depois com jornalistas o chanceler paraguaio, Luis Castiglioni.

"Não se pode esquecer que o voto do Paraguai foi o voto decisivo para a criação do Estado de Israel", acrescentou.

Pouco depois do anúncio israelense, a Autoridade Palestina decidiu abrir "imediatamente" uma embaixada no Paraguai, informou o ministro das Relações Exteriores palestino, Riyad al Maliki, citado pela agência oficial Wafa.

"Sob as instruções de Mahmud Abbas, o Estado da Palestina decidiu abrir imediatamente uma embaixada na capital do Paraguai, Assunção, como sinal de agradecimento pela corajosa posição do governo paraguaio", disse Maliki.

- Transferência não foi consultada -

A transferência da sede da embaixada paraguaia para Jerusalém foi acordada em maio pelo ex-presidente Horacio Cartes, já em seus últimos dias de mandato.

O ex-presidente compareceu pessoalmente à cerimônia de inauguração da nova sede em Jerusalém, junto com o primeiro-ministro Netanyahu.

Essa decisão, que indignou palestinos, foi questionada por Abdo Benítez, que na época já era presidente eleito, e que, segundo ele, não foi consultado.

"O Paraguai sempre foi previsível em suas relações internacionais. Queremos que isso continue. Achamos que isso que aconteceu veio a distorcer essa tradição e essa cultura de respeito irrestrito ao direito internacional e ao mesmo tempo às disposições emanadas pelas Nações Unidas", disse Castiglioni.

Ao mudar sua embaixada de Tel Aviv a Jerusalém, o Paraguai havia seguido os passos de Estados Unidos e Guatemala, que fizeram o mesmo pouco antes, em meio a protestos na Faixa de Gaza, onde 60 palestinos foram mortos pelas forças de segurança israelenses.

Essa transferência foi polêmica, na medida em que considerou pacificado o reconhecimento de Jerusalém - cuja parte oriental é desejada pelos palestinos como capital de seu futuro Estado - como a capital de Israel.

Israel anuncia o fechamento de sua embaixada no Paraguai


O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou nesta quarta-feira o fechamento de sua embaixada no Paraguai, depois que Assunção resolveu transferir sua sede diplomática de Jerusalém para Tel Aviv.

Netanyahu classificou como "gravíssima" a situação após a decisão do novo presidente paraguaio Mario Abdo Benítez.

O Paraguai decidiu transferir novamente para Tel Aviv sua embaixada ante Israel, que havia sido deslocada para Jerusalém em 21 de maio passado.

A decisão foi tomada pelo novo governo do presidente Mario Abdo Benítez em seu desejo de "contribuir para a intensificação dos esforços diplomáticos regionais e internacionais, a fim de alcançar uma paz abrangente, justa e duradoura no Oriente Médio", diz o texto.

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