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2 de mai. de 2018

Cientista australiano de ascendência britânica de 104 anos procura clínica de eutanásia suíça e reabre o debate sobre a prática na Austrália

Dr. David Goodall 


Yahoo! UK, 01 de maio de 2018


Por Ross McGuinness


Um cientista nascido na Grã-Bretanha, de 104 anos, está pegando um voo para a Suíça na semana que vem para acabar com a sua vida em uma clínica de eutanásia.

O cientista mais antigo da Austrália, o doutor David Goodall, que nasceu em Londres, não tem uma doença terminal, mas diz que lamenta viver por tanto tempo.

Ele disse à ABC News: “Lamento muito ter atingido essa idade. Eu não estou feliz. Eu quero morrer. Não é triste particularmente. O que é triste é se alguém é impedido de poder se matar. [Enfase minha]. Se alguém escolher se matar, isso deve ser justo o suficiente. Não acho que ninguém mais deva interferir”.

 

O botânico e ecologista nasceu em Londres em 1914 e foi para a Austrália em 1948, tornando-se professor na Universidade de Melbourne.

Ele celebrou o seu 104º aniversário há um mês e agora planeja viajar de classe executiva para a Suíça para acabar com a sua vida.

As leis de eutanásia voluntária ainda precisam ser aprovadas na Austrália Ocidental e só seriam aplicáveis àqueles com doença terminal.

O doutor Goodall disse ao Seven News: “Meu sentimento é que um idoso como eu deveria ter direitos de plena cidadania, incluindo o direito ao suicídio assistido”.

Uma página do GoFundMe foi criada para que o doutor Goodall possa viajar para a Suíça na classe executiva, em vez de na econômica.

Espera-se que ele deixe Perth para ir a Suíça nos próximos dias.

Ele será acompanhado por seu amigo, e pelo coordenador da organização sem fins lucrativos pró-eutanásia da Austrália Ocidental, Carol O’Neil, da Exit International


                                                                   Nota

O caso desse cientista é no mínimo curioso: ele nasceu em 1914, no começo da Primeira Guerra mundial, e quando a Segunda Guerra Mundial se iniciou tinha 31 anos. Ou seja, do período em que nasceu até o fim da Segunda Guerra ele soube de antemão sobre tudo o que girava em torno do programa eugenista Nazista e da ideia eugenista de modo geral. No período em que nasceu a pregação da eugenia era tão natural como respirar por pseudointelectuais de todo tipo. Em especial, um certo George Bernard Shaw é a figura que me vem a mente. Shaw viveu o período final da Segunda Guerra e, de certa forma, era contemporâneo do doutor que viveu mais que ele. Ambos têm uma origem em comum, o Reino Unido. Shaw era irlandês e o doutor era um inglês. 
 
O que é realmente repugnante é o fato dele ter sabido sobre tudo o que gira em torno dessa cultura de morte, mas, mesmo assim, fazer essa afirmação hipócrita de "dignidade para morrer", e da "morte como um direito". O que os eugenistas pregavam no passado foi reembalado na forma de uma piedade humanística dúbia, um produto do Marxismo que transformou o pior da condição humana em um direito. Então, se outrora a eugenia era vista como uma política racista e de superioridade, um tipo de filosofia darwinista, hoje, ela é vista como um direito, e como vivemos em uma era onde todos querem ter um Estado babá acabam por engolir a tese. Logo a prostituição, o vício, a lascívia e a imoralidade se tornam fontes de direitos com o Estado na dianteira garantido-os. Com o suicídio e o assassinato não seria diferente.  

Assim com a ideia dos eugenistas trouxe consequências, assim também a ideia do doutor em tornar-se a si mesmo “garoto propaganda” dos grupos de lobby internacional da eutanásia trará consequências terríveis. Esse tipo de coisa pode futuramente influenciar as crianças e por meio de uma falsa sensibilização os pais acabarem cedendo a pressão “pelo melhor interesse da criança”; uma tese que busca tirar o direito dos pais e outorgar ao Estado o direito de matá-las, como ocorreu no caso recente de Alfie Evans, no qual os seus pais e ele tinham uma escolha, mas o Estado alegou que era do interesse do filho morrer, quando na verdade era o interesse do Estado. Os direitos que o Estado "garante" não são realmente do indivíduo, mas do Estado, que por meio de sua propaganda e lavagem cerebral garante que os incautos acreditem nessa "nova moralidade".


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