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28 de jun. de 2016

Radar de alta potência pode gerar hegemonia chinesa sobre Mar do Sul da China

A China tem construido novas ilhas no Mar Sul da China



EpochTimes, 28 de junho de 2016. 



Por Larry Ong



Radar pode aumentar significativamente a capacidade da China para monitorar navios ou aviões que passam pelo Estreito de Malaca.

A provável instalação de um poderoso radar da China numa ilha no Mar do Sul da China significa a tentativa do regime chinês de “efetivamente controlar” as águas disputadas na região, o local de muitas reivindicações marítimas concorrentes e de rotas marítimas cruciais, segundo um instituto de reflexão norte-americano.

Num relatório divulgado em 22 de fevereiro, o Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) baseado em Washington, D.C., apresentou imagens de satélite do recife Cuarteron e destacou o que seria a instalação de um radar de alta frequência. Instalações de radar provavelmente também podem ser vistas nos postos avançados chineses nos recifes Gaven, Hughes e Johnson South.

Um radar de alta frequência em Cuarteron iria “aumentar significativamente” a capacidade da China para monitorar navios ou aviões que passam pelo Estreito de Malaca, uma via principal de transporte entre a Malásia e a Indonésia, diz o relatório do CSIS. Por outro lado, a instalação da China de mísseis terra-ar na ilha Woody, no arquipélago Paracel, no norte da ilha Spratly, não tem muita importância estratégica devido ao Exército da Libertação Popular já possuir capacidades antiaéreas superiores na região, segundo outro relatório do CSIS.

As imagens de satélite do CSIS foram tomadas entre 24 de janeiro e 12 de fevereiro. Os recifes Cuarteron, Gaven, Hughes e Johnson South são quatro das sete ilhas artificiais rapidamente reivindicadas pela China no arquipélago Spratly, entre Brunei e Vietnã. Numa audiência no Congresso dos EUA em 23 de fevereiro, o almirante Harry Harris Jr. confirmou a presença de novos radares em Cuarteron.

A presença de um radar de alta potência seria o toque final no drama em desenvolvimento no Mar do Sul da China, um trecho de 3,4 km² de água e ilhas que é contestado por Brunei, China, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietnã. Embora os Estados Unidos não tenham reivindicações no Mar da China do Sul, ele se vê enredado na disputa na tentativa de preservar o tráfego livre para o comércio internacional.

De acordo com o relatório do CSIS, as instalações de radar do regime chinês nas Spratly e a construção de “novas pistas e capacidades de defesa aérea” em outras ilhas sugerem uma “estratégia antiacesso de longo prazo da China – que resultaria no controle efetivo sobre o mar e o espaço aéreo em todo o Mar do Sul da China”.

Quando questionado sobre as possíveis instalações de radares durante uma conferência de imprensa em 23 de fevereiro, Hua Chunying, a porta-voz do Ministério das Relações Exterior da China, afirmou que “não estava ciente da situação”, mas afirmou que o regime chinês tem o direito de implantar “instalações limitadas e necessárias de defesa em ilhas e recifes relevantes” nas ilhas Spratly de acordo com a lei internacional.

O regime chinês começou a agir mais assertivamente sobre suas reivindicações no Mar do Sul da China em novembro de 2013. No ano passado, um projeto enorme de aterro viu a criação de várias ilhas artificiais. Uma pista de avião que teria especificações militares apareceu numa destas novas ilhas. O regime também teria implantado armamentos nas ilhas, segundo relatos.

O almirante americano Harris acredita que o regime chinês está avançando para o controle total da região. “Eu acredito que a China visa à hegemonia na Ásia Oriental”, disse Harris em 23 de fevereiro numa sessão do Congresso dos EUA. Num gesto de propaganda que tem sido visto com alguma ironia, a mídia estatal chinesa defendeu que são os Estados Unidos, com suas exigências de liberdade de navegação, que estão buscando a hegemonia na região.

Harris disse ao Comitê de Serviços Armados do Senado que a China está militarizando o Mar do Sul da China, “e você tem que acreditar que a Terra é plana para pensar de outra forma.”

A Associated Press contribuiu para esta matéria.


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