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17 de jun. de 2016

Deputada do Partido Trabalhista, Jo Cox, assassinada na sua região natal – e a desonestidade de alguns setores da imprensa






Euronews, 16/06/2016.





Por Nara Madeira | Com REUTERS, AFP






Morreu a deputada britânica do Partido Trabalhista, Jo Cox, que foi esfaqueada e baleada, esta quinta-feira.

A tragédia ocorreu em Birstall perto de Leeds, no condado de West Yorkshire, quando esta participava num encontro com eleitores da sua região.

Cox tinha 41 anos, era casada e mãe de dois filhos. Defendia a permanência do Reino Unido na União Europeia.

À Associated Press uma testemunha afirmou que a deputada terá tentado parar uma briga entre dois homens e que um deles puxou de uma arma e disparou.

A consternação dos trabalhistas

A polícia de Yorkshire deteve, entretanto, um homem de 52 anos:

“Jo foi atacada por um homem que lhe provocou ferimentos graves e que, infelizmente, se revelaram fatais. Posteriormente, houve um outro ataque, a um homem de 77 anos, que sofreu lesões mas não corre perigo de vida. Pouco tempo depois, um homem foi detido pela polícia local. Foram recuperadas armas, incluindo uma de fogo”, explicou, em conferência de imprensa, Dee Collins, da polícia local.

Uma morte que mancha o referendo e que já levou à suspensão das campanhas a favor e contra a saída do Reino Unido da União Europeia.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, classificou a morte como uma “tragédia”.

Nota do editor do blog: eu quero chamar a atenção para algumas questões sobre este artigo, que dizem respeito ao evento Brexit, mas também ao fato da desonestidade da mídia estar muito em voga ultimamente. Para aqueles que acompanham a mídia de massa, e os grupos conservadores independentes, que sabem que houve um atentado em Orlando em uma boate gay, onde um terrorista do Estado Islâmico entrou e matou centenas de pessoas desarmadas. A nossa mídia, como sempre – e em especial, o G1, portal vinculado à Rede Globo de televisão – não perdeu tempo em vincular o terrorista ao Cristianismo, como já foi feito naquele caso do terrorista norueguês pela mídia, unilateralmente; incluindo, a mídia escandinava chapa branca. Poucos meios de comunicação fizeram jus ao jornalismo sério – em vez de boatos infundados – como no caso Breiviki. No caso de Orlando, o mesmo se sucedeu: parcelas da mídia fez lobby anticristão, e mais tarde, lobby anti-armas, para no fim fazer lobby contra a suposta “homofobia” generalizada, que está supostamente baseada nos preceitos morais do Cristianismo, e que segundo os autores da peça, é a causa de todos os males perpetrados contra a minoria "mais perseguida" do planeta Terra – a comunidade LGBT. 

 


O fato do jornalismo do G1 ser podre não assusta, o que assusta é não haver punição para esse tipo de jornalismo. A desonestidade não é só do G1, diga-se de passagem, mas de toda a classe jornalística espúria mundo a fora. Mas incrivelmente o G1 é fichinha perto da Folha de São Paulo, pois segundo o jornal, quem matou a MP trabalhista foi “um membro do ultraconservador nacionalista britânico,” o Partido Nacional Britânico, ou o movimento comumente conhecido como Britain First [Grã-Bretanha Primeiro]. Alegadamente, por alguns meios de comunicação desonestos e descompromissados com a verdade, o assassino teria gritado “Grã-Bretanha primeiro”, antes de atirar na MP, e que por ela ser favorável à permanência na União Europeia, essa seria a motivação do criminoso. Portanto, aqueles que desejam a saída do Reino Unido, ficariam manchados por estarem fomentando o assassinato de pessoas favoráveis à permanência. Essa é a lógica por trás dessas ações desonestas da imprensa.

O líder do Britain First é Paul Golding – e eu confesso que, não tenho nenhum apreço por Paul Golding, e nem pelo Britain First, ou pelo Partido Nacional Britânico, pelo simples fato de tanto ele quanto o partido e o movimento serem pró-Rússia, como já demonstrei no meu artigo sobre o prefeito muçulmano de Londres. No entanto, está claro como funciona o modus operandi da mídia de massa, inclusive a nossa mídia, no que se refere a desmoralizar adversários, e difamar todo movimento opositor. Golding certamente não merece nenhuma consideração minha, no entanto, deixar passar batido uma desonestidade dessas, não faz o meu estilo. Há ainda dúvidas de que a imprensa – e em especial a folha de São Paulo – é vendida?

O Brexit realmente está envolvido numa grande gama de interesses, e o evento em si trará muitas mudanças que talvez sejam irreversíveis. Mas sempre podemos contar com nossa imprensa, para usar qualquer tipo de acontecimento para culpar os cristãos, ou movimentos de oposição. Nesse caso, não foi diferente, e a Folha de São Paulo sempre está aí para nos dar o exemplo. No caso de Orlando, eu resolvi não cobrir, pois já estava se tornando assunto rechaçado por diversos meios. E a mídia já havia sido desmascarada. Nesse caso, eu não pude deixar passar batido. Mais uma vez a mídia me surpreende com sua desonestidade. Só não posso dizer que estou surpreso.

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