Reino Unido – Polícia de Northumbria pede desculpas à torcedora do Newcastle Linzi Smith por investigação de crime de ódio “inaceitável”

RTN, 04/03/2024

Por Carn Wakefield 

A Polícia de Northumbria admite ter lidado mal com investigação de crime de ódio relacionado a opiniões críticas sobre gênero, e pede desculpas à torcedora do Newcastle United.

A Polícia de Northumbria, no Reino Unido, emitiu um pedido de desculpas pela forma como conduziu uma investigação sobre Linzi Smith, torcedora do Newcastle United que foi banida pelo clube após expressar opiniões críticas sobre questões de gênero online.

A polícia reconheceu que aspectos fundamentais da investigação sobre as acusações de que Smith teria cometido um crime de ódio foram falhos. Embora não tenham identificado má conduta por parte dos oficiais envolvidos, admitiram que sua abordagem no caso — e em futuras investigações de crimes de ódio semelhantes — precisa ser aprimorada com treinamento adicional.

Smith, de 34 anos, foi acusada de “transfobia” por um denunciante que alegou que pessoas transgênero se sentiriam inseguras ao sentar perto dela nos jogos. Defensora ativa dos direitos de lésbicas, bissexuais e mulheres, Smith havia publicado nas redes sociais que o ativismo pró-trans era homofóbico, argumentando que buscava “transicionar os gays para longe” e sugerindo que algumas pessoas transgênero sofriam de doenças mentais.

Após o Newcastle United reunir um dossiê sobre sua atividade online e enviá-lo à Polícia de Northumbria, Smith foi interrogada sob advertência. Ela relatou ter ficado chocada ao descobrir que era alvo de uma investigação de crime de ódio, e foi convocada para prestar depoimento em novembro de 2023. Embora tenha sido informada de que a entrevista era voluntária, foi advertida de que poderia ser presa se tentasse sair, experiência que descreveu como deixando-a em um “estado de terror”.

Segundo o Telegraph, Smith também afirmou que a investigação a fez se sentir “envergonhada e humilhada”, pois precisou justificar seu sexo biológico e sua orientação sexual para os policiais. Mesmo depois de ser informada de que nenhuma ação adicional seria tomada após as duas horas de interrogatório, ela recebeu uma carta informando que a investigação permaneceria aberta caso surgissem novas evidências. Segundo Smith, isso a fez sentir como se estivesse sendo “perseguida sob o pretexto respeitável de uma investigação policial”.

Em sua denúncia formal, Smith acusou a polícia de discriminação com base em suas crenças críticas de gênero, que sustentam que identidade de gênero não pode ser separada do sexo biológico. Ela também relatou ter se sentido angustiada e intimidada pelos policiais envolvidos no caso.

Smith afirma que o Newcastle United justificou sua suspensão dos jogos com base na investigação policial sobre sua atividade nas redes sociais. No entanto, a Polícia de Northumbria negou qualquer envolvimento na decisão do clube, alegando não ter poder para intervir.

Agora, em uma carta respondendo às queixas de Smith, a polícia pediu desculpas. A declaração dizia: “O impacto desses eventos em sua vida pessoal não é contestado nem subestimado. O oficial responsável pela investigação expressa sinceras desculpas pela situação em que você se encontrou.”

A polícia admitiu erros no caso, especialmente a referência de um oficial a uma suposta “vítima hipotética” do alegado crime de ódio de Smith, mesmo sem haver uma vítima real. Eles reconheceram: “Você está correta ao afirmar que [o oficial] mencionou uma vítima hipotética e que o crime pelo qual você foi interrogada exige uma vítima. Não havia vítima neste caso, e questionamentos sobre uma vítima hipotética não se aplicam ao crime de Comunicação Maliciosa. O serviço prestado pela Polícia de Northumbria foi inaceitável.”

Além disso, a polícia admitiu que os agentes não avaliaram adequadamente se um crime sequer havia ocorrido antes de convocar Smith para interrogatório. Eles reconheceram que isso representou “uma falha em considerar os elementos necessários para a comprovação do crime” e que fez parte de um padrão mais amplo de erros na condução do caso.

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Fonte:https://reclaimthenet.org/northumbria-police-apologize-linzi-smith-gender-critical-investigation