RTN, 19/11/2024
Por Didi Rankovic
A renomada escritora feminista britânica Julie Bindel, é uma das pessoas que receberam a visita da polícia devido a uma das denúncias anônimas de “crime de ódio”, relacionadas a publicações nas redes sociais.
No entanto, nesses casos, o suposto infrator sequer é informado sobre qual publicação está sendo investigada.
Tudo o que Bindel conseguiu descobrir dos policiais que apareceram em sua casa em um domingo à tarde foi que a denúncia foi feita por “um homem transgênero dos Países Baixos.”
Diante de tais circunstâncias, não é surpresa que a autora tenha decidido relatar sua experiência em um artigo contundente e com o título direto: "Minha experiência Orwelliana nas mãos de uma polícia que desperdiça tempo."
O depoimento surge em meio a outra polêmica envolvendo a polícia do Reino Unido, e investigações semelhantes. Desta vez, a jornalista Allison Pearson foi alvo por causa de uma publicação na plataforma X (antigo Twitter). Segundo ela, foi informada de que se tratava de um suposto “incidente de não-crime de ódio.”
O comportamento das forças de segurança nesses casos tem sido criticado como uma ameaça à liberdade de expressão, algo particularmente notável neste episódio envolvendo uma jornalista.
Agora, Bindel detalha como os policiais que a visitaram não revelaram qual tipo de crime de ódio ela era acusada de cometer, nem explicaram como funcionaria a jurisdição legal, considerando que a queixa veio de outro país.
"Qual tribunal julgaria o caso?" questionou Bindel, que, assim como Pearson, foi informada de que poderia comparecer voluntariamente à delegacia para prestar esclarecimentos.
“Eu disse: ‘De forma alguma.’ Por que eu faria isso, se nem sei do que estou sendo acusada? Tenho coisas mais importantes para fazer,” conta Bindel, acrescentando que sugeriu aos oficiais de Scotland Yard, visivelmente perplexos, que usassem seu tempo para investigar crimes violentos.
No dia seguinte, ela foi informada por telefone que a polícia não daria continuidade à investigação.
“Fiquei desapontada,” escreve Bindel – observando que, se o caso tivesse ido a julgamento, seria uma oportunidade para conscientizar o público sobre esse estado de coisas “orwelliano.” Ela imaginou amigos e colegas protestando em frente ao tribunal para expor a situação.
Bindel relata que conseguiu lidar com o episódio de maneira calma porque sabia que a polícia “não tinha nenhuma chance” de conseguir que ela fosse formalmente acusada, presumivelmente por “transfobia.”
Mas, ela continua: “Pensei nas mulheres que perderam empregos, foram forçadas a abandonar cursos universitários, grupos de amizade e sociedades acadêmicas, além daquelas que ficariam profundamente angustiadas por serem ameaçadas com uma condenação por crime de ódio sem motivo justo.”
“A polícia, ao perseguir aqueles de nós que não fazem nada além de dizer a verdade sobre a loucura de gênero e se recusam a se curvar a esse culto insano, está prestando um enorme desserviço ao público,” conclui Bindel.
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Fonte:https://reclaimthenet.org/julie-bindel-police-visit-hate-crime-complaint
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