LDD, 17/10/2024
Não foram utilizadas previamente na prática, nem realizados estudos de segurança a longo prazo em humanos.
Na última semana de setembro, ocorreu no Japão a sexta edição da Cúpula de Crise Internacional, cujo foco principal foi o protesto contra a recente aprovação de uma nova vacina experimental de mRNA contra a Covid pelo governo japonês.
O Japão será o primeiro país a permitir esse novo produto em sua população, que será aplicado ao longo do mês atual. Enquanto isso, a Agência Europeia de Medicamentos já está avaliando sua aprovação para comercialização na União Europeia.
Produzida pela empresa biotecnológica norte-americana Arcturus Therapeutics e comercializada no Japão pela Meiji Seika Pharma sob o nome "Costaive" (ARCT-154 COVID-19), essa nova vacina difere das anteriores por ser composta sob uma plataforma "autorreplicante".
Durante as fases iniciais da pandemia do coronavírus, as empresas farmacêuticas analisaram diversos mecanismos para o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19, decidindo-se, por fim, fabricar e promover tanto as plataformas de RNA mensageiro (mRNA, da Pfizer e Moderna) quanto as de vetor adenoviral (J&J e AstraZeneca).
Todas elas requereram uma aprovação de emergência em cada país, por não contarem com os estudos necessários para sua aprovação definitiva. As vacinas de mRNA foram as mais alarmantes, pois nunca haviam sido utilizadas na prática anteriormente, nem passaram por estudos de segurança a longo prazo em humanos.
Nesse processo de seleção de plataformas virais, várias alternativas foram descartadas para o produto final, mas seu desenvolvimento continuou em fase experimental. Esse é o caso da nova plataforma autorreplicante de mRNA, denominada Replicon ou "SA-mRNA" (mRNA autoamplificante).
Em comparação, a versão anterior das vacinas de mRNA introduz fragmentos de RNA mensageiro que instruem nossas células a produzir a proteína do Covid, obtendo assim a imunização. Já a Replicon apresenta um novo conceito: contém moléculas autorreplicantes.
São moléculas de mRNA que, uma vez dentro do citoplasma da célula, induzem a célula a produzir constantemente grandes quantidades da proteína do antígeno (Covid), além de RNA replicase.
Com isso, será gerado um ciclo em que, agora, não apenas algumas células do paciente serão direcionadas para expressar a proteína do Covid, mas também criarão novo mRNA, que reiniciará o processo em outras células para obter uma imunização prolongada.
Essa versão do mecanismo origina-se parcialmente de um tipo de alfavírus que causa encefalite equina, contendo as sequências de genes necessárias para sua replicação.
Esse processo não apenas apresentaria os efeitos adversos já conhecidos dos produtos anteriores de mRNA, como doenças imunológicas, cardíacas, trombose ou câncer (além do notável excesso generalizado de mortalidade em relação a anos anteriores), mas também novos potenciais perigos, inclusive para a sociedade como um todo.
Potenciais perigos das vacinas de mRNA
• Consequências genéticas imprevisíveis: As vacinas autorreplicantes envolvem a introdução de material genético estranho no corpo. Existe a possibilidade de que esse material interaja com o material genético próprio (incluindo cromossomos), desencadeando consequências imprevisíveis para o indivíduo e sua descendência.
• Produção involuntária de proteínas: A tradução intracelular das moléculas sintéticas de mRNA pode levar a um processo conhecido como ribosomal frame-shifting, o que implica a produção de proteínas incompletas ou com defeito. Isso prejudicaria gravemente a saúde ao gerar reações autoimunes, entre outras patologias, e, como se trata de um alfavírus como base do produto, os erros seriam ainda mais prováveis do que com outros vírus de RNA.
• Segurança: As plataformas de mRNA para vacinas não foram objeto de estudos de segurança a longo prazo. No caso das autorreplicantes, ainda há o desconhecimento sobre a duração de sua replicação, pois não há bibliografia publicada a respeito, impossibilitando a determinação de seu perfil de risco.
Os dados publicados na Nature sobre a fase de testes 3b da ARCT-154 mostraram um total de 5 mortes e quase 90% dos pacientes apresentaram efeitos adversos após a primeira dose (74,5% foram sistêmicos e 15,2% dos pacientes precisaram de atendimento médico).
• Contágio: Existe a possibilidade real de que os pacientes que receberem a Replicon se tornem "fábricas de vacinas", transmitindo o material genético sintético para outras pessoas de seu ambiente e, assim, amplificando o efeito.
Teoriza-se que o contágio poderia ocorrer tanto por exossomos de pessoas compatíveis com HLA (familiares) quanto por uma recombinação viral com outros vírus já presentes no organismo.
Dado que um alfavírus é um vírus presente não apenas em humanos, mas em diversas espécies de animais e insetos, a transmissão involuntária poderia se multiplicar consideravelmente ao incorporar os genes da Replicon no ecossistema.
Prevê-se que essa nova plataforma não apenas substitua as versões atuais da vacina contra a Covid, mas também seja utilizada na composição de outras vacinas regulares do calendário, começando pelo vírus da Influenza, que já possui estudos realizados com a tecnologia autorreplicante.
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