PM, 01/04/2024
Dean estava com boa saúde e levava um estilo de vida saudável e ativo, de acordo com parentes, mas morreu após contrair uma infecção de rápida disseminação.
Outro denunciante da Boeing faleceu, desta vez após contrair uma infecção de rápida disseminação.
Segundo o Seattle Times, um dos antigos auditores de controle de qualidade do gigante aeroespacial, Joshua Dean (de 45 anos), faleceu na terça-feira após "lutar contra uma infecção súbita e de rápida disseminação".
Dean trabalhava no fornecedor da Boeing, Spirit AeroSystems, e foi um dos primeiros denunciantes a alegar que a alta cúpula da Spirit ignorou defeitos de fabricação no 737 MAX.
De acordo com o veículo, Dean, que morava em Wichita, Kansas, onde a Spirit está sediada, estava com boa saúde e levava um estilo de vida saudável e ativo, mas morreu após sofrer por duas semanas em condição crítica.
Anteriormente, Dean havia apresentado uma queixa à Administração Federal de Aviação (FAA) alegando "conduta grave e flagrante da alta administração de qualidade da linha de produção do 737" no fornecedor, e prestou depoimento em uma ação judicial de acionistas da Spirit.
Ele foi demitido pela Spirit em 2023, e então apresentou uma queixa ao Departamento de Trabalho dos Estados Unidos alegando que foi demitido por levantar preocupações com a segurança.
Segundo a tia de Dean, ele foi ao hospital duas semanas atrás após ter dificuldade para respirar e foi entubado após desenvolver pneumonia e, em seguida, uma infecção bacteriana grave.
À medida que seu estado piorava, ele foi transferido para um hospital em Oklahoma City, e colocado em um aparelho que assume a função do coração, e dos pulmões quando os órgãos de um paciente não funcionam.
Dean foi representado pelo mesmo escritório de advocacia da Carolina do Sul que representou o denunciante da Boeing John "Mitch" Barnett, que foi encontrado morto em um aparente suicídio no início deste ano enquanto prestava depoimentos.
Barnett alegou durante os depoimentos que a Boeing retaliou contra ele após reclamar sobre lapsos na qualidade. Ele foi encontrado morto em Charleston, SC, perto da instalação de fabricação do 787 da Boeing, devido a um "ferimento causado por arma de fogo autoinfligido", de acordo com o Gabinete do Legista do Condado de Charleston. A investigação sobre sua morte permanece ativa.
Dean, um engenheiro mecânico, descobriu em outubro de 2022 que os mecânicos haviam perfurado incorretamente furos no painel de pressão traseiro do MAX. Ele alegou que, depois de relatar o problema aos seus superiores, nada foi feito.
Ele afirmou que, ao se concentrar nesse problema, acabou deixando passar durante a mesma auditoria que também havia um defeito de fabricação nos encaixes que ligam a barbatana vertical do avião à fuselagem, e foi demitido após a descoberta ter causado uma pausa na fabricação na instalação da Boeing em Renton.
Logo depois, a Spirit anunciou a descoberta de furos perfurados incorretamente no painel de pressão traseiro do MAX, causando outra pausa na planta de Renton.
Dean então apresentou uma queixa de segurança à FAA alegando que a Spirit mentiu para a agência sobre os defeitos no painel de pressão traseiro e o usou como bode expiatório, escrevendo na queixa: "Depois que fui demitido, a Spirit AeroSystems [inicialmente] não fez nada para informar a FAA e o público."
A FAA enviou uma carta a Dean em novembro afirmando que concluiu a investigação, mas não revelou as descobertas.
Dean então apresentou sua denúncia de denunciante ao Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, alegando "conduta grosseira dos gerentes de qualidade sênior da Spirit AeroSystems" e demissão injusta.
Após uma tampa de porta falhar durante o voo em um Boeing 737 MAX em janeiro, um ex-colega de trabalho de Dean na Spirit confirmou algumas de suas alegações.
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