BU, 18/01/2024
Por Masha Borak
Um grupo de pesquisadores está dando vida a um novo sistema biométrico que pode identificar uma pessoa medindo a maneira como ela respira, especificamente a expiração.
Cada um de nós respira de uma maneira diferente. Durante a expiração, o ar passa dos pulmões através das complexas estruturas internas das nossas vias respiratórias, o que cria assinaturas de turbulência – um biomarcador único. Cientistas do Instituto Indiano de Tecnologia de Madras, na Índia, criaram agora um algoritmo biométrico baseado na medição da turbulência na respiração exalada que pode ser usado para autenticar e identificar um usuário, de acordo com uma pesquisa publicada no repositório de acesso aberto arXiv.
Para avaliar o desempenho do algoritmo, os cientistas mediram o ar exalado de 94 seres humanos. O grupo usou um anemômetro de fio quente para coletar dados respiratórios, uma ferramenta de pesquisa para medir a dinâmica dos fluidos.
“Os algoritmos de confirmação do usuário tiveram um desempenho extremamente bom para o conjunto de dados fornecido, com mais de 97% de taxa de confirmação verdadeira”, observa o artigo de pesquisa. “O algoritmo de identificação do usuário funciona razoavelmente bem com o conjunto de dados fornecido, com mais de 50% dos usuários identificados como estando entre dois possíveis suspeitos.”
Mais amostras de uma população maior seriam necessárias para construir um algoritmo de identificação de usuário, onde a identidade do usuário de teste não é revelada de antemão, acrescenta o artigo.
No futuro, o aplicativo poderá ser utilizado na medicina personalizada. As exalações são usadas como ferramenta de diagnóstico não invasiva para vários problemas médicos, como malária, doenças pulmonares e até diabetes. Um benefício do novo sistema biométrico é que seria difícil reconstruir as séries temporais originais que criam características biométricas individuais, segundo os cientistas.
“Como a entrada do sistema biométrico baseado na respiração exalada está correlacionada com a morfologia interna do corpo humano, é impossível para um hacker autenticar um usuário por falsificação”, escrevem os pesquisadores.
E se as pesquisas mais recentes não lhe tirarem o fôlego, talvez seja hora de preparar sua escova de dentes.
Na Universidade Kyushu, no Japão, cientistas desenvolveram um sensor que pode autenticar biometricamente uma pessoa pelo cheiro do seu hálito. De acordo com uma pesquisa publicada em 2022, o “nariz artificial” foi capaz de autenticar até 20 indivíduos com uma precisão média superior a 97 por cento.
Artigos recomendados: Biometria e ID
Nenhum comentário:
Postar um comentário