BBC, 27/11/2023
Por César Vega
"Eles são corruptos e não confio neles", disse Marset, fugitivo da Justiça da Bolívia e do Paraguai, durante entrevista transmitida no domingo pelo programa de televisão local Santo y Seña.
O alegado narcotraficante uruguaio Sebastián Marset destacou que tanto a Bolívia como o Paraguai são países “corruptos”, nos quais não confia, ao mesmo tempo que garantiu que a sua família “não tem nada a ver” com os seus negócios.
Nesse sentido, Marset insistiu que embora pudesse estar envolvido nas causas pelas quais está sendo investigado, sua família nunca participou.
“Meu irmão nunca fez nada por mim. Não misturo minha família nas minhas coisas. Ela criou a empresa da minha esposa e fomos morar em Dubai. Ela nunca usou a empresa e era tudo mentira, lavagem de dinheiro não existe, impossível”, afirmou.
Da mesma forma, garantiu que conseguiu escapar da Bolívia após uma notificação sobre a operação de batida (policial) para sua prisão na cidade de Santa Cruz de la Sierra, e qualificou o Ministro de Governo desse país, Carlos Eduardo del Castillo, como “corrupto”.
“90 por cento do que dizem é mentira. Deixe Del Castillo dizer a verdade. Eles me contaram e eu fiz duas malas e fui embora”, disse ele.
Da mesma forma, Marset referiu-se ao caso da emissão do passaporte uruguaio enquanto esteve detido em Dubai, e que levou à demissão dos ministros e vice-ministros das Relações Exteriores e do Interior.
Provérbios de Sebastián Marset
“Não gastei um dólar no passaporte uruguaio. É polêmico porque a política quis assim e não havia nenhum processo contra mim, não havia nada”, afirmou.
No entanto, o fugitivo da Justiça da Bolívia e do Paraguai destacou a sua confiança no sistema judicial uruguaio.
“Gostaria que o Uruguai avaliasse antes de eles (seus familiares) se renderem que não há crime. Se quiserem colocar uma tornozeleira em mim enquanto o caso está sendo avaliado, não tenho problema”, observou.
Além disso, o uruguaio destacou que seu país é o “menos corrupto” no que diz respeito à penetração do tráfico de drogas, por isso afirmou que para acabar com este crime “deve-se acabar com a polícia e os políticos corruptos”.
Marset também falou sobre os anos de prisão no Uruguai, onde destacou “o bom e o ruim” daquela fase em que, como explicou, aprendeu “muitas coisas” para chegar onde chegou.
“Sou correto e profissional no que faço. Quem vende não consome, não gosto de festa, não gosto de usar drogas”, disse.
Marset é acusado de liderar uma rede criminosa internacional de tráfico de drogas e é procurado pelo Departamento de Justiça do Uruguai, Brasil e Paraguai, pela Agência Antidrogas dos EUA (DEA), pela Europol e pela Interpol.
Além disso, está relacionado ao assassinato do promotor paraguaio Marcelo Pecci, em maio de 2022, na Colômbia, ao qual insistiu em sua inocência.
“Felizmente as coisas estão vindo à tona e não tenho nada a ver com isso. Não conheço Marcelo Pecci e não há nada contra mim nesse caso”, disse.
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