YLE, 29/08/2023
A Comissão Europeia propõe proibir a pesca seletiva do arenque do Báltico em águas próximas da Finlândia, o que paralisaria a indústria da pesca marítima da Finlândia.
A Comissão Europeia deverá proibir a pesca dirigida de arenque na Finlândia devido ao declínio das unidades populacionais de arenque do Báltico.
A proposta da Comissão, que chocou a indústria pesqueira finlandesa, concede apenas uma quota limitada para o arenque do Báltico como capturas acessórias, juntamente com a pesca da espadilha.
Esta medida drástica contrasta com as recomendações dos cientistas do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES), que sugeriram uma redução de 20-40 por cento das quotas.
Os pescadores finlandeses, profundamente preocupados, argumentaram que estas propostas poderiam eliminar o arenque das mesas finlandesas.
Em 2022, a Finlândia capturou 68 milhões de quilogramas de arenque, avaliados em 15,5 milhões de euros. A Federação das Associações de Pesca Finlandesas criticou a proposta da Comissão como excessiva e baseada em dados desatualizados.
O impacto estende-se à pesca do salmão, com restrições propostas para o Golfo de Bótnia e uma redução de 15% nas quotas. Contudo, a pesca do salmão no Golfo da Finlândia continuaria com um potencial aumento da quota.
Estas medidas representam um desafio significativo para os pescadores profissionais, afetando potencialmente várias espécies das quais dependem.
O Ministério se opôs
O Ministério da Agricultura e Florestas da Finlândia opõe-se à proposta da Comissão, alegando o seu impacto desproporcional na indústria pesqueira, especialmente no arenque e no salmão do Báltico, e na potencial perda de empregos.
Apoiando o setor pesqueiro finlandês, Risto Lampinen, Chefe da Unidade da Indústria Pesqueira do Ministério da Agricultura e Florestas, disse que a proibição da pesca seria um grande golpe para a pesca comercial nas áreas marinhas.
"O arenque do Báltico é, de longe, a mais importante das nossas espécies de peixes comercialmente. Também para o salmão, a proposta seria desastrosa, uma vez que o salmão é uma parte muito importante da pesca costeira para muitos pescadores. O impacto socioeconómico seria muito elevado e um número significativo de empregos estaria em risco", disse Lampinen a Yle.
A Finlândia está atualmente revendo a proposta e pretende finalizar rapidamente a sua posição para apreciação parlamentar. O organismo internacional das pescas do Mar Báltico, Baltfish, irá se reunir também para avaliar as opiniões de outros Estados-Membros sobre a proposta.
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