Projeto financiado pela UE propõe políticas dietéticas ecologicamente corretas

GQ, 08/06/2023 

Por Jil Ettinger 

O projeto Smart Protein, financiado pela UE, lançou um documento abrangente que recomenda medidas políticas para fazer a transição dos europeus para escolhas alimentares mais ecológicas.

O novo relatório Smart Protein sugere a utilização de várias ferramentas políticas que incluem a implementação de rótulos em itens alimentares indicando fatores de sustentabilidade, como pegada de carbono, consumo de água e distâncias de transporte. O relatório ainda defende que mais países da União Européia eliminem o IVA sobre frutas e vegetais, uma política atualmente em vigor em apenas quatro estados membros.

Tornar a comida sustentável o padrão

O Smart Protein Policy Brief também incentiva a promoção de alimentos à base de plantas em estabelecimentos públicos, como escolas, hospitais e prédios do governo local. “A pecuária é responsável por cerca de 17% das emissões de carbono na UE, por isso é vital que a UE se concentre na implementação de políticas que promovam alimentos mais amigáveis ​​ao clima”, Juliette Tronchon, especialista sênior em política e relações públicas da ProVeg International e co- autora do relatório, disse em um comunicado.

Proteínas de origem vegetal, como a soja, podem ajudar a UE a atingir suas metas de sustentabilidade

Tronchon também enfatiza que a pecuária contribui para doenças relacionadas ao estilo de vida, fome global e sofrimento animal. “A substituição de produtos de origem animal por alimentos à base de plantas e cultivados (cultivo celular) oferece à UE uma solução multifacetada para esses problemas”, disse ela.

“Precisamos urgentemente de políticas positivas e abrangentes para apoiar o crescimento da demanda por produtos à base de plantas, especialmente produtos alternativos aos de origem animal”, disse Tronchon. “O setor de origem vegetal está atraindo cada vez mais consumidores, enquanto as atuais regulamentações europeias estão retardando o processo. Com este Smart Protein Policy Brief, queremos enfatizar o fato de que são necessárias reformas regulatórias e políticas se a UE quiser atingir sua meta de tornar os sistemas alimentares europeus mais saudáveis ​​e sustentáveis.”

No entanto, a alocação de fundos para pesquisa de proteína sustentável é uma fração do orçamento atual do programa Horizon Europe da UE. Apenas € 32 milhões de seu orçamento de € 95,5 bilhões são dedicados a esta causa. Falk Hemsing, Diretor de Política Internacional da ProVeg e co-autor do relatório, diz que os produtos alternativos à base de plantas mal são mencionados na política de promoção da agricultura da UE, enquanto o setor pecuário, com suas altas emissões de carbono e alto uso de água, recebe consideráveis financiamentos.

Rotulagem sustentável de alimentos

O relatório incentiva a Comissão Europeia a agir em quatro áreas principais: rotulagem e marketing, compras públicas de alimentos, taxas de IVA e subsídios. Especificamente, eles recomendam a introdução de um esquema de rotulagem de sustentabilidade na frente da embalagem para produtos alimentícios, estabelecendo uma definição em toda a UE para “vegan” e “vegetariano” e promovendo alimentos à base de plantas nos critérios da UE para compras públicas sustentáveis.

Alimentos marinhos como algas marinhas oferecem uma solução sustentável

Cindy Schumacher, Diretora de Políticas da DG Pesquisa e Inovação da Comissão Europeia, destacou que as proteínas vegetais, microbianas ou marinhas estão entre as principais áreas de pesquisa para um sistema alimentar sustentável. “O Smart Protein está fornecendo informações importantes para preencher as lacunas de conhecimento sobre proteínas alternativas, e contribuir para alcançar os objetivos do European Green Deal”, disse ela.

As recomendações vêm na sequência de um relatório recente que constatou que, embora a pecuária em particular seja um dos principais contribuintes para o aquecimento global – produzindo cerca de 15% de todas as emissões – apenas 7% do conteúdo climático menciona o papel da pecuária nas mudanças climáticas.

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Fonte:https://www.greenqueen.com.hk/eu-eco-friendly-dietary-policies/