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22 de jan. de 2023

Manifestantes no Peru recebem doações suspeitas à medida que a violência aumenta




PP, 21/01/2023



Por Oriana Rivas 



Um dos aspectos que mais se destacou neste último dia foi a chegada de doações para os manifestantes no centro de Lima. É quando ganha força o questionamento da presidente Dina Boluarte sobre o financiamento da revolta

"A marcha em Lima não é nada pacífica", disse o general José Luis Zanabria, chefe da Polícia Regional de Lima, ao portal RPP em 20 de janeiro em meio aos protestos que continuam não apenas na capital do Peru, mas também em várias partes do país. Na noite anterior, a atual presidente Dina Boluarte enviou uma mensagem esclarecendo que não deixará o cargo, mas longe de apaziguar os ânimos, as ruas continuam sendo palco de atos violentos.

Oficialmente já se fala em "danos graves" na infraestrutura do centro histórico de Lima. Não satisfeitos com isso, os manifestantes tentaram ocupar a avenida central de Abancay, onde estão localizados o Congresso Peruano e o Ministério Público, segundo imagens de câmeras de segurança da Prefeitura. Os protestos se radicalizaram com a insistência dos civis em chegar àquele setor e relatos indicavam que a polícia começou a disparar bombas de gás lacrimogêneo.

A frase do presidente peruano ainda é válida neste momento. Durante sua última mensagem televisionada, ela questionou quem são as pessoas que estão financiando esses protestos, que, embora tenham se agravado nas últimas horas, também é verdade que estouraram desde que ela assumiu a presidência há mais de um mês. Dúvidas abundam, assim como violência.

Além dos prejuízos materiais e da revolta social, vêm os alertas quanto à economia. Para o presidente do Banco Central da Reserva (BCR), Julio Velarde, o prolongamento dos protestos pode afetar não só o PIB do país, mas também os preços.

Doações para manifestantes

Até a tarde desta sexta-feira havia bloqueios de estradas em 15 dos 24 departamentos do país. Cuzco, Puno e Madre de Dios são as que apresentam o maior número de bloqueios. No entanto, o caos é generalizado, apesar de o último relatório da Superintendência de Transporte Terrestre de Pessoas, Cargas e Mercadorias (Sutrán) indicar que o número de trechos bloqueados passou de 127 para 120. Além disso, em Puno uma delegacia foi incendiada no distrito de Zepita.

Possivelmente uma das coisas que mais se destaca neste último dia de protestos, foi a chegada de doações para os manifestantes ao redor da Plaza San Martín, no centro de Lima. É aí que crescem as suspeitas sobre quem poderia estar por trás da reivindicação de saída de Dina Boluarte da presidência, do fechamento do Congresso e do avanço das eleições. Também não é por acaso que essa revolta ocorre em meio ao ressurgimento de governos socialistas na América Latina. De qualquer forma, uma foto divulgada pelo La República mostra como as pessoas descarregam alimentos doados de um veículo.

A respeito disso, o general José Luis Zanabria disse ao Canal N que na capital peruana havia para este 20 de janeiro "cerca de 2.500 pessoas realizando atos violentos que a Polícia controla com meios químicos". Há pelo menos 40 detidos.

Violência na fronteira com a Bolívia

A única certeza sobre a situação no Peru é que os protestos podem continuar. A maior consequência é que com o passar das horas o nível de agressões também aumenta, tanto que chegaram até a fronteira com a Bolívia desde que os manifestantes atacaram e incendiaram o Centro Binacional de Atendimento Fronteiriço (CEBAF) que funciona como centro alfandegário, apontou a agência EFE. "Essas ações não são consistentes com o direito de protesto pacífico", afirmou o Ministério das Relações Exteriores.

Do gabinete de Boluarte, eles se comportam com cautela, rejeitando que a violência venha de policiais e denunciando irregularidades sobre os manifestantes. Neste 20 de janeiro não houve pronunciamento da presidente e sua conta no Twitter não foi atualizada nos últimos dias.

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Fonte:https://panampost.com/oriana-rivas/2023/01/21/protestas-en-lima-peru/?utm_content=bufferbdfa7&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer

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