Por José Muñoz
O vice-presidente Hugo Velázquez decidiu permanecer no cargo, apesar de na semana passada ter declarado que renunciaria após ser sancionado pelos Estados Unidos, que o acusaram de "corrupção significativa".
O Ministério Público do Paraguai anunciou nesta terça-feira a abertura de um "processo criminal" contra o vice-presidente do país, Hugo Velázquez.
Logo depois que os EUA o acusaram de participar “em atos significativos de corrupção” e proibiram sua entrada naquele país.
Especificamente, a procuradora-geral do Paraguai, Sandra Quiñónez, decidiu "investigar os fatos relacionados à declaração" do embaixador dos Estados Unidos no país, Marc Ostfield.
Com isso, são dados a conhecer "fatos que possam ter relevância criminal" e que fez referência a Velázquez, explicou esse escritório em comunicado.
O órgão investigador indicou que os fiscais Liliana Alcaraz e Osmar Legal, da Unidade Especializada de Crimes Econômicos e Anticorrupção, serão responsáveis pelo caso.
Questionado sobre o assunto, Velázquez explicou à Rádio Monumental que, como o Ministério Público não tem uma reclamação sobre o fato que lhe é atribuído, "a única forma de solicitar os registros à embaixada é abrindo um processo".
"É a possibilidade de saber do que se trata que eu não sei do que se trata", argumentou.
Por sua vez, Alcaraz disse à mesma emissora que, como não teve denúncia sobre um suposto suborno envolvendo o vice-presidente, a investigação tem como ponto de partida as declarações de Ostfield.
Da mesma forma, ele confirmou que na segunda-feira eles formularam um “pedido de cooperação jurídica” aos EUA com base na Convenção das Nações Unidas contra a corrupção.
Processo criminal contra Hugo Velázquez, vice-presidente do Paraguai
Em 12 de agosto, os EUA fizeram acusações contra Velázquez e Juan Carlos Duarte, agora ex-assessor da entidade binacional Yacyretá (EBY).
Como anteriormente mencionado, de participar “em atos significativos de corrupção”, incluindo a oferta de propina e interferência em processos públicos.
Ostfield afirmou então em uma entrevista coletiva em Assunção que Duarte, a pedido do vice-presidente Velázquez, "ofereceu um suborno de mais de um milhão de dólares" a um funcionário público.
Isso, com a suposta intenção de "obstruir uma investigação que ameaçava o vice-presidente e seus interesses financeiros".
Logo após o anúncio do Departamento de Estado, Quiñónez ordenou uma "análise técnica legal" dessa declaração para determinar se havia "fatos com relevância criminal" e se uma investigação era apropriada.
Velázquez, que em princípio se declarou disposto a deixar o cargo, desistiu na quinta-feira passada para formalizar sua renúncia e alegou que pediria "às agências correspondentes" provas das acusações.
Em comunicado divulgado naquele dia, Velázquez disse ter recebido a confirmação de que o Ministério Público não tem um processo aberto contra ele.
No entanto, o vice presidente retirou sua candidatura à presidência do país pelo Partido Colorado. Lá ele foi substituído pelo agora ex-ministro de Obras Públicas e Comunicações Arnoldo Wiens.
Questionado sobre a situação do vice-presidente, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, declarou no domingo em entrevista ao canal Telefuturo "que o correto é renunciar". Apesar disso, ele admitiu que "respeita absolutamente" a decisão de Velázquez.
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