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13 de ago. de 2022

Avião venezuelano-iraniano: reclamações de Maduro são ignoradas e avião será apreendido e verificado por autoridades americanas.




BTB, 12/08/2022 



Por Christian K. Caruzo 



CARACAS, Venezuela - O governo da Argentina apreendeu oficialmente na quinta-feira um avião de carga venezuelano-iraniano que estava detido ao lado de sua tripulação desde junho.

Um tribunal federal argentino aprovou a moção após um pedido oficial do governo dos Estados Unidos, alimentando acusações de que os cidadãos iranianos que fazem parte da tripulação podem ter ligações com o terrorismo internacional. O FBI está pronto para realizar uma inspeção do avião.

Em 6 de junho, o avião agora apreendido, um Boeing 747-300 (código de registro YV353) pertencente à Emtrasur da Venezuela, pousou no Aeroporto Internacional de Ezeiza, na Argentina, vindo do México com autopeças no porão de carga. A Emtrasur é uma empresa de carga estabelecida pelo ditador socialista da Venezuela Nicolás Maduro por meio de um decreto em novembro de 2020 para importar e exportar cargas entre a Venezuela e nações asiáticas, do Oriente Médio e americanas. A Emtrasur funciona como subsidiária da companhia aérea estatal Conviasa, sancionada pelo Departamento do Tesouro dos EUA em fevereiro de 2020.

Como o Infobae informou em junho, a empresa de carga Emtrasur funciona como uma empresa fantasma. Não possui telefone público nem presença nas redes sociais, ao contrário da controladora Conviasa.

Em 8 de junho, dois dias após o pouso do avião na Argentina, o Boeing da Emtrasur tentou partir para o Uruguai para reabastecimento. O Uruguai revogou a autorização de sobrevoo, obrigando o avião a retornar à Argentina. A resposta do Uruguai levou as autoridades argentinas a realizar uma investigação sobre o avião e sua tripulação, composta por 14 cidadãos venezuelanos e cinco iranianos.

A investigação centrou-se no piloto do avião, Gholamreza Ghasemi, suspeito de fazer parte do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC)-Qods Force, uma organização terrorista designada pelos EUA e ala oficial das forças armadas iranianas. A Argentina acusou membros da Força Quds - a ala terrorista internacional do IRGC - de estar por trás do atentado de 1994 ao centro judaico da Associação Mútua Argentino-Israel (AMIA), o ataque terrorista mais mortal da história do país sul-americano e no hemisfério antes de 11 de setembro de 2001.

As autoridades argentinas encontraram no telefone de Ghasemi registros de comunicação relacionados a líderes da Guarda Revolucionária Islâmica e da Força Quds, incluindo fotos de Mohsen Rezai, um dos responsáveis ​​pelo atentado à AMIA. A Argentina liberou 12 dos 19 tripulantes em 2 de agosto. Ghasemi, junto com o resto da tripulação – 3 iranianos e 3 venezuelanos – atualmente permanece detido na Argentina.

Antes de sua chegada à Argentina, o avião havia realizado em maio um voo de Caracas, na Venezuela, para Ciudad del Este, no Paraguai, cidade localizada próxima à fronteira tripartite entre Argentina, Brasil e Paraguai. O avião e sua tripulação iraniana-venezuelana levantaram as preocupações das autoridades paraguaias, que iniciaram uma investigação própria em junho.

Após os resultados da investigação do Paraguai, o presidente daquele país, Mario Abdo Benítez, afirmou em 29 de junho que parte significativa da tripulação do avião tem ligações com o terrorismo internacional, alegando que “um deles, inclusive, fez uma cirurgia para mudar o rosto em Cuba”.

A inteligência paraguaia fez um ótimo trabalho para determinar o perigo desse voo e, como o Paraguai informou e alertou, podem ser feitas investigações”, acrescentou o presidente Abdo Benítez.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos solicitou formalmente a apreensão do avião em 2 de agosto, afirmando que o avião Boeing pertencia originalmente à iraniana Mahan Air, que o transferiu para a Emtrasur, um ato que constitui uma violação das sanções dos EUA impostas à companhia aérea iraniana desde 2008. O Departamento de Justiça também afirmou que a Mahan Air é afiliada ao IRGC.

Maduro respondeu ao incidente fazendo birra na TV ao vivo na segunda-feira. 

Estamos muito chateados com o que está acontecendo na Argentina, muito chateados e muito indignados com o roubo do avião na Argentina!” Maduro gritou durante uma transmissão obrigatória.

O regime de Maduro imediatamente organizou comícios na terça-feira para protestar contra os governos da Argentina e dos Estados Unidos pelo avião apreendido. Vale ressaltar que esses comícios estão cheios de funcionários do setor público e beneficiários dos programas de esmolas de Maduro, o que significa que a participação é obrigatória para que não corram o risco de perder seus empregos e as esmolas de que dependem.

A Assembleia Nacional da Venezuela, tomada pelo regime de Maduro em uma eleição fraudulenta em 2020, acusou o governo da Argentina e seu presidente de esquerda, Alberto Fernández, de serem “marionetes” dos Estados Unidos, alegando que não haverá mais negociações entre os socialistas. do regime e da oposição venezuelana até que o avião apreendido seja devolvido.

O regime venezuelano também enviou trabalhadores da Conviasa e membros do Partido Socialista do lado de fora da embaixada argentina em Caracas na quinta-feira para protestar, exigindo que o avião fosse devolvido à Venezuela.

“Devolva o avião, com sua tripulação”, gritavam os manifestantes.

A Argentina respondeu às birras do regime socialista na quinta-feira dizendo que a situação com o avião apreendido “não é um incidente diplomático”.

Entendemos que são expressões de diferentes atores da vida venezuelana, pois muitas vezes os atores da vida argentina tiveram expressões muito fortes em relação à Venezuela, e isso não implica que tenha ocorrido um incidente diplomático”, disse a porta-voz da presidência, Gabriela Cerruti., em entrevista coletiva.

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Fonte:https://www.breitbart.com/national-security/2022/08/12/venezuela-regime-protests-fail-deter-seizure-plane-suspected-iran-terror-ties/

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