YLE, 30/07/2022
Os setores químico e florestal da Finlândia alertam para possíveis fechamentos de fábricas à medida que os preços do gás natural disparam.
Os fabricantes de exportação finlandeses dizem que podem ser forçados a reduzir a produção se os preços do gás natural continuarem subindo.
Os preços do gás na Europa subiram recentemente depois que a Rússia aprofundou os cortes na oferta. Os preços do gás natural estão cinco vezes mais altos do que há um ano e ainda podem subir.
O setor industrial da Finlândia não depende tanto do gás natural como muitos outros países europeus, mas ainda é quase impossível para os fabricantes finlandeses eliminarem completamente o uso do gás natural. Embora represente apenas cerca de cinco por cento do consumo total de energia na Finlândia, o gás é uma parte importante da matriz energética.
Choque de energia de inverno
Os setores florestal e químico do país manifestaram preocupação com o próximo inverno, quando dizem que podem ser forçados a fechar temporariamente algumas fábricas.
"É possível que a produção em algumas instalações diminua ou pare se o preço do gás atingir níveis impossivelmente altos ou se surgirem problemas de abastecimento", disse Ahti Fagerblom, que dirige a política de energia e clima das indústrias florestais finlandesas.
Em maio, a Rússia cortou o gás para a Finlândia, que se recusou a pagar em rublos e irritou Moscou ao pedir para se juntar à Otan.
"É especialmente difícil para as pequenas empresas substituir o gás natural", disse Mika Aalto, da Federação da Indústria Química da Finlândia, explicando que os investimentos em outras fontes de energia levam tempo, enquanto o gás natural também serve como matéria-prima.
Cerca de um quinto das empresas do setor químico finlandês depende do gás natural como fonte de energia ou matéria-prima. Entre as empresas florestais, cerca de 5% usam gás para abastecer as fábricas. Fagerblom disse que as empresas florestais estão mudando principalmente para o óleo combustível para substituir o gás natural.
Apesar da crise do gás natural no continente, a Finlândia diz que deve ter gás natural suficiente para cobrir as necessidades de exportação industrial. Mas isso depende do acesso a um navio terminal de gás natural liquefeito (GNL) de onde o gás pode fluir para a Finlândia e a Estônia através do gasoduto Balticconnector. As cargas de gás ajudarão a cobrir as necessidades de gás da Finlândia em caso de escassez.
Vários portos europeus também estão construindo cada vez mais terminais de GNL, ou expandindo a capacidade existente, para reduzir a dependência do gás de origem russa.
Em caso de escassez de gás, a Finlândia priorizaria as famílias e os serviços sociais essenciais, como os cuidados de saúde.
No início desta semana, os ministros de energia da UE concordaram com um plano para os estados membros reduzirem voluntariamente o consumo de gás natural em 15% desde o início de agosto até o final de março.
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