YSM, 06/07/2022
Por Jane E Dee
Tendo descoberto recentemente a toxina que faz com que a doença tropical leptospirose seja tão letal, uma equipe de pesquisa de Yale desenvolveu uma vacina que previne a doença enquanto quase elimina as bactérias mortais do corpo.
A equipe, liderada por Joseph Vinetz, MD, professor (doenças infecciosas) no Departamento de Medicina Interna da Yale School of Medicine (YSM), e Reetika Chaurasia, associada de pós-doutorado na YSM, usou o projeto genoma para identificar a proteína secretada por Leptospira exotoxina como o principal candidato de como a leptospirose mata. Eles então mostraram que a vacinação com a toxina eliminava a doença e um anticorpo neutralizava as toxinas em modelos pré-clínicos. Eles relatam suas descobertas em um manuscrito científico que foi aceito para publicação em Frontiers in Cellular and Infection Microbiology.
O desenvolvimento de uma vacina para a leptospirose teria enormes implicações para a saúde pública global, disse Vinetz, autor sênior do artigo, com maior impacto nos países em desenvolvimento, onde há uma maior carga de doenças que não é atendida. A leptospirose, disse ele, “é uma doença tropical negligenciada que faz com que as pessoas morram de febre hemorrágica apesar dos antibióticos. Esta é uma doença que precisa de uma vacina.”
A equipe de pesquisa testou a hipótese de que a imunização de camundongos com uma família de proteínas chamadas proteínas VM protegeria contra infecções letais e reduziria a carga bacteriana no fígado e nos rins. Eles descobriram que os camundongos imunizados estavam protegidos da infecção letal e tinham uma carga bacteriana reduzida nesses órgãos.
A bactéria que causa a leptospirose coloniza permanentemente os túbulos renais dos rins dos animais. A vacina protege esses minúsculos tubos, que devolvem nutrientes e fluidos filtrados de volta ao sangue, com o restante de fluido e resíduos sendo expelidos como urina. Humanos e animais são infectados com leptospirose após serem expostos à urina de animais infectados - como ratos e cães - na lama ou na água, que pode entrar em feridas, nos olhos ou ser engolida.
Leptospira pode causar condições de risco de vida em humanos, incluindo síndrome de Weil e hemorragia pulmonar. É especialmente prevalente entre as populações mais pobres do mundo em países tropicais, onde ocorrem frequentes furacões e inundações. Esgotos descontrolados e vacinações limitadas de animais fazem com que a doença se espalhe ainda mais. Embora a leptospirose não seja um problema de saúde pública nos EUA, a doença infecta milhões de pessoas em todo o mundo anualmente, segundo estimativas.
Yale patenteou a propriedade intelectual no manuscrito científico, e Yale Ventures concordou com os termos para licenciar a tecnologia para a LeptoX BioPharma, uma empresa startup que Vinetz cofundou, um potencial conflito de interesse que ele observa no manuscrito. O próximo passo é traduzir a descoberta laboratorial em vacinas, primeiro para animais e depois para humanos.
Além de Vinetz e Chaurasia, os pesquisadores de Yale que contribuíram para o manuscrito, "Vaccination with Leptospira interrogans PF07598 Gene Family-Encoded Virulence Modifying Proteins Protects Mice from Severe Leptospirosis and Reduces Bacterial Load in Liver and Kidney", são os pós-bacharelado Aryeh Salovey, Xiaojia (Sasha) Guo, PhD, pesquisador associado em medicina (nefrologia), e Gary Désir, MD, Paul B. Beeson Professor de Medicina (nefrologia) e presidente do departamento de medicina interna da YSM.
O Departamento de Medicina Interna da Escola de Medicina de Yale está entre os principais departamentos do país, reunindo um grupo de elite de médicos, pesquisadores e educadores em uma das melhores escolas de medicina do mundo. Para saber mais, visite Medicina Interna.
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