YN, 29/06/2022
Por Bill Hathway
Blockchain é uma tecnologia digital que permite um registro seguro e descentralizado de transações que é cada vez mais usado para tudo, desde criptomoedas até obras de arte. Mas os pesquisadores de Yale descobriram um novo uso para o blockchain: eles alavancaram a tecnologia para dar aos indivíduos o controle de seus próprios genomas.
Suas descobertas foram publicadas em 29 de junho na revista Genome Biology.
“Nosso principal objetivo é devolver a propriedade dos dados genômicos ao indivíduo”, disse o autor sênior Mark Gerstein, professor de informática biomédica Albert L. Williams e professor de biofísica molecular e bioquímica, ciência da computação e estatística e ciência de dados.
Milhões de pessoas que buscam informações sobre seus ancestrais ou informações sobre riscos médicos já doaram suas informações genéticas para empresas comerciais privadas. Quer eles saibam ou não, no entanto, eles também desistiram do controle sobre como essas informações são usadas ou vendidas.
A nova tecnologia, apelidada de SAMchain, garante que as informações genômicas individuais permaneçam seguras e sob o controle do indivíduo. Como as informações não podem ser alteradas depois de armazenadas em blockchains, a tecnologia também protege contra a corrupção ocasional de dados de DNA armazenados na nuvem, onde a maioria das informações genômicas agora é armazenada em redes distantes de computadores.
“À medida que os dados genômicos se tornam cada vez mais essenciais para nossa compreensão da saúde e da doença humana, sua integridade e segurança devem ser uma prioridade ao fornecer soluções para armazenamento e análise”, disse Gerstein. “Corrupção, mudança ou perda de genomas pessoais podem criar problemas no atendimento ao paciente e na integridade da pesquisa no futuro”.
A tecnologia SAMchain também pode acelerar o avanço da medicina verdadeiramente personalizada, dizem os autores do estudo. Por exemplo, os pacientes seriam capazes de fornecer acesso direto aos seus dados genômicos para médicos que podem usar as informações para ajudar a diagnosticar e tratar condições médicas. Eles também podem dar permissão a pesquisadores médicos para usar suas informações genéticas como parte de suas investigações ou até mesmo vendê-las para empresas farmacêuticas.
Pesquisadores dizem que o desenvolvimento da tecnologia blockchain para fins médicos foi prejudicado por um enorme obstáculo: o imenso tamanho dos dados contidos em nosso DNA. Ao contrário de uma transação financeira facilitada por blockchain, como uma negociação de bitcoin, que requer uma quantidade limitada de armazenamento de dados, os dados do sequenciamento de um único cromossomo humano podem conter milhões de “leituras” ou pequenos fragmentos de DNA.
A equipe de Yale, liderada pelos autores principais Gamze Gürsoy, ex-associado de pesquisa de pós-doutorado de Yale que agora está na Universidade de Columbia, e Charlotte Brannon, membro do laboratório de Gerstein, contornaram esse problema comparando o DNA de um indivíduo com um genoma de referência padrão. Eles então armazenaram apenas as diferenças em blocos vinculados do blockchain. Os blocos, por sua vez, são indexados de forma especial para permitir consultas rápidas.
Essas diferenças individuais podem estar ligadas a condições com fatores de risco genéticos conhecidos, que podem informar os pacientes não apenas sobre seu risco pessoal de desenvolver doenças, mas também ajudar a orientar os tratamentos para distúrbios existentes.
Gerstein também espera expandir a capacidade da tecnologia SAMchain de armazenar informações sobre perfis de expressão gênica – genes que são metabolicamente ativos em um indivíduo.
A nova abordagem, disse ele, seria disponibilizada como código aberto e disponível para todos os pesquisadores gratuitamente – com a permissão de um indivíduo.
“Achamos que isso facilitará a pesquisa genômica”, disse Gürsoy.
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Fonte:https://news.yale.edu/2022/06/29/blockchain-not-just-bitcoin-it-can-secure-and-store-genomes-too
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