NYP, 27/07/2022
Por Patrick Reilly
Uma bactéria mortal foi encontrada no solo e na água da costa do Golfo do Mississippi, anunciaram os Centros de Prevenção e Controle de Doenças na quarta-feira.
A bactéria, Burkholderia pseudomallei ou B. pseudomallei, pode causar a doença melioidose, que é fatal em 10-50% dos casos. Foi a primeira vez que esta bactéria em particular foi encontrada nos EUA.
A doença pode causar uma série de sintomas, como “febre, dor nas articulações e dores de cabeça”, e pode levar a condições mais graves, como pneumonia, infecções no sangue e formação de abscessos, disse a agência.
Uma média de 12 casos são identificados nos EUA por ano e geralmente acabam de vir de um país onde a bactéria é endêmica. É normalmente encontrado em áreas tropicais e subtropicais como sul e sudeste da Ásia, norte da Austrália e partes da América Central e do Sul e Porto Rico.
Outros casos, como um surto de quatro casos em quatro estados separados em 2021, estavam ligados a um spray de aromaterapia importado, disseram autoridades.
“Não está claro há quanto tempo a bactéria está no meio ambiente e onde mais ela pode ser encontrada nos EUA; no entanto, a modelagem sugere que as condições ambientais encontradas nos estados da Costa do Golfo são propícias ao crescimento de B. pseudomallei”, disse o CDC em comunicado.
“O CDC está alertando os médicos de todo o país sobre essa descoberta por meio de um alerta nacional de saúde, lembrando-os de estar cientes dos sinais e sintomas da melioidose e considerar a melioidose em pacientes que apresentam sintomas da doença”.
De acordo com o CDC, dois indivíduos não relacionados que vivem na região da Costa do Golfo foram diagnosticados com melioidose em dois anos - um em 2020 e outro em 2022. O surto incomum levou as autoridades de saúde do estado do Mississippi e o CDC a amostrar produtos domésticos, solo e água ao redor das casas dos pacientes.
Três amostras retiradas do solo e da água de poças deram positivo para B. pseudomallei, “indicando que as bactérias do ambiente eram a provável fonte de infecção para ambos os indivíduos e estão presentes na área desde pelo menos 2020”, disse o CDC.
O CDC disse acreditar que o risco de infecção para a população em geral “continua sendo muito baixo”, dado o pequeno número de indivíduos infectados.
Aqueles na região do Golfo do Mississippi com condições pré-existentes, como diabetes, doença renal crônica, doença pulmonar crônica ou uso excessivo de álcool, correm maior risco. O CDC recomenda que aqueles com maior risco tomem precauções, como evitar o contato com o solo e a água barrenta, especialmente após tempestades ou chuvas fortes; usar botas impermeáveis ao trabalhar ao ar livre; e usar luvas ao trabalhar com solo.
A descoberta da bactéria ocorre poucos dias depois que a Organização Mundial da Saúde declarou a varíola dos macacos, uma doença historicamente endêmica em regiões tropicais ou subtropicais da África, uma “emergência de saúde global”, à medida que os casos positivos aumentam em todo o mundo.
Na cidade de Nova York, 1.148 testaram positivo para varíola dos macacos em 27 de julho, de acordo com o Departamento de Saúde de Nova York. O departamento disse que os casos estão aumentando e provavelmente há muito mais casos não diagnosticados.
Artigos recomendados: Bactérias e Vírus
Nenhum comentário:
Postar um comentário