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21 de jun. de 2022

Reação do ex-presidente colombiano responsável pelos acordos com as FARC, a eleição de Gustavo Petro: "Hoje a democracia venceu"




IFB, 19/06/2022 



O Prêmio Nobel da Paz destacou a participação massiva dos colombianos nas eleições e desejou sucesso ao presidente eleito

Durante a noite de 19 de junho, o ex-presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos Calderón, parabenizou o atual presidente eleito do país, Gustavo Petro Urrego, pela vitória alcançada no segundo turno contra o ex-prefeito de Bucaramanga, Rodolfo Hernández Suárez. Ele fez isso através de sua conta no Twitter.

Entre outras coisas, o Prêmio Nobel da Paz reconheceu que o resultado obtido pelo candidato do movimento de esquerda Pacto Histórico se deveu a uma eleição com números históricos de participação. Ele também enviou seus melhores votos ao ex-prefeito de Bogotá.


“Hoje a democracia venceu com recorde de participação. Desejo sucesso a @PetroGustavo em seu governo, que ele una a Colômbia e a conduza pelo caminho da paz”, disse Juan Manuel Santos.

Ressalte-se que Santos não havia declarado apoio a nenhum candidato, sendo coerente com sua política pessoal de não se envolver na política eleitoral após deixar a presidência, que ocupou por oito anos e dois mandatos: entre 2010 e 2018.

No entanto, vários dos ministros que o acompanharam durante esses anos se juntaram a Gustavo Petro nesta terceira corrida à presidência. O mais visível deles foi Alfonso Prada, que foi secretário-geral do gabinete de Santos durante seu último ano no cargo.

Os ex-ministros do Trabalho, Griselda Restrepo, Clara López e Luis Eduardo Garzón, também manifestaram seu apoio aberto à campanha do Pacto Histórico; os ex-ministros do Interior, Guillermo Rivera e Juan Fernando Cristo; o ex-ministro do Meio Ambiente, Luis Guillermo Murillo —  que formou a vice-presidência de Sergio Fajardo —; e o ex-ministro da Saúde Alejandro Gaviria — que foi o primeiro candidato presidencial pela Coalizão Centro Esperanza e apoiou Fajardo no primeiro turno.

Outros ex-presidentes que falaram

Álvaro Uribe Vélez, presidente do país entre 2002 e 2010, falou antes da vitória do ex-prefeito de Bogotá e refletiu sobre a democracia.

“Para defender a democracia, é preciso respeitá-la. Gustavo Petro é o presidente. Deixe um sentimento nos guiar: First Colombia”, comentou em suas redes sociais na noite de domingo.

Uribe estava calado no Twitter desde o início desta semana, quando enviou uma mensagem de condolências pela morte do líder indígena Jesús Montano, pela qual os internautas aguardavam suas declarações. Deve-se levar em conta que Gustavo Petro e Álvaro Uribe mantiveram uma rivalidade declarada devido às suas diferenças políticas.

Por outro lado, Ernesto Samper Pizano, que foi presidente entre 1994 e 1998, enviou suas congratulações ao líder do Pacto Histórico, a quem estendeu seu apoio durante a campanha.

“Parabéns ao presidente G Petro. Hoje venceu a nova Colômbia, aquela que se tornou visível com La Paz e agora aguarda justiça social. A partir de amanhã, devemos trabalhar com as equipes de R Hernández para cumprir o mandato do 1º turno e garantir a próxima governabilidade”, assegurou o ex-presidente Liberal.

Até o fechamento deste artigo, nem o ex-presidente liberal César Gaviria nem o conservador Andrés Pastrana Arango, as outras duas figuras vivas que ocuparam a presidência da Colômbia, haviam demonstrado reação antes do triunfo de Petro, que obteve 11.281.002 votos nesta escolha.

No entanto, César Gaviria havia desistido de ingressar na campanha de esquerda devido a questionamentos levantados por sua fórmula presidencial, Francia Márquez, sobre seu tipo de liderança. Pastrana sempre questionou Gustavo Petro por supostamente ter realizado reuniões com os desenvolvedores do software eleitoral.

Nota do editor do blog: Juan Manuel Santos foi o ex-presidente que firmou os acordos com as  FARC, e fez com que o grupo terrorista ganhasse representatividade política sem votos, à revelia de um referendo que rejeitava os acordos. Santos foi reeleito presidente graças a Álvaro Uribe Vélez, o seu antecessor, que foi quem o lançou candidato para substituí-lo no cargo. Uribe manobrou para obter sua própria reeleição, e assim obteve o direito para o seu pupilo. Graças a Uribe, Santos conseguiu completar todos os acordos com as FARC. Agora Uribe e Santos reconhecem Petro como presidente. Petro deve muito a Uribe, que foi o responsável pela anistia dos membros do M19 em 1992, o que possibilitou seu ingresso pleno na política, e um ânimo eleitoral para o próprio Petro. Santos terminou a obra que Uribe começou em 1992, e Duque fez os reparos finais cumprindo todos os acordos. Se existem culpados pela eleição de Petro, esses são Uribe e Santos. Porém, o primeiro tem mais mérito. 

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Fonte:https://www.infobae.com/america/colombia/2022/06/20/la-reaccion-de-juan-manuel-santos-al-triunfo-de-gustavo-petro-hoy-gano-la-democracia/

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