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31 de mai. de 2022

União Europeia chega a um acordo por embargos, Hungria isenta, e guerra por grãos


Líderes da UE chegam a acordo para embargo do petróleo russo 


Euronews, 31/05/2022 



A União Europeia chegou a acordo para embargar quase 90% do petróleo russo até ao fim do ano.

O compromisso acabou por convencer Viktor Orbán. Depois de horas de negociação, o primeiro-ministro húngaro aceitou dar luz verde ao sexto pacote de sanções contra a Rússia.

O embargo abrange apenas o petróleo russo trazido por via marítima, permitindo uma isenção temporária para as importações entregues por oleodutos.

O presidente do Conselho Europeu anunciou o acordo através das redes sociais dizendo que haverá um enorme corte na fonte de financiamento para a máquina de guerra da Rússia.

Charles Michel depois explicou que haverá um impacto imediato com 75% do petróleo russo a ser afetado por estas medidas e até ao final do ano quase 90% do petróleo russo deixará de ser importado para os Estados-membros

Ursula von der Leyen, a Presidente da Comissão Europeia, lembrou ainda que "há outros elementos do pacote que também são importantes: a suspensão do SBERBANK. Há uma proibição de seguros de navios russos por empresas europeias; proibição de fornecimento às empresas russas de toda uma gama de serviços comerciais. Muito imporntante é também a suspensão da transmissão na União Europeia de mais três canais estatais russos."

Antes do anuncio deste acordo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, já tinha deixado um apelo aos líderes europeus para que deixassem de lado as questõe internas e avançassem rapidamente para a proibição do petróleo e um sexto pacote de sanções.

Viktor Orban foi o mais difícil de convencer e estava a bloquear qualquer decisão uma vez que recebe mais de 60% do petróleo da Rússia através do oleoduto Druzhba da era soviética.

Em cima da mesa para o segundo dia de cimeira estão outras questões relacionadas com a Ucrânia, como a segurança militar e alimentar.




Viktor Orbán consegue isenção no embargo europeu ao petróleo russo 


Para a União Europeia, mais importante do que as concessões que tiveram de se fazer, é o acordo alcançado, esta segunda-feira, para cortar 90% das importações de petróleo russo até ao final do ano.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, acabou por se impor na batalha e cantar vitória.

O embargo parcial acertado proíbe por completo o transporte marítimo do petróleo, mas poupa entregas através de oleodutos, como acontece no caso da Hungria.


Os críticos apontam o dedo ao calendário previsto do embargo, até ao final do ano, lembrando que dá ao Kremlin tempo de se ajustar e de continuar a guerra na Ucrânia.

Apesar das críticas, o presidente francês, Emmanuel Macron, defende o acordo, com unhas e dentes: "há dois meses, ninguém acreditava que as sanções contra o petróleo russo seriam possíveis. Muitos líderes diziam: nunca tocaremos no petróleo e no gás, com certeza. Por isso, este sexto pacote de sanções é histórico. Decidimos, de forma muito clara, sancionar e abandonar o petróleo russo o mais rápido possível. E as medidas de exceção que foram decididas são para os Estados-membros que estão muito dependentes, com refinarias que não podem ser convertidas rapidamente e que não têm acesso para o mar."

Os líderes europeus reuniram-se em Bruxelas, onde acabaram por aprovar o sexto pacote de sanções contra a Rússia.

A segurança alimentar foi outro assunto em cima da mesa e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apontou baterias a Moscou: "o fato de haver uma grave crise alimentar em desenvolvimento deve-se, unicamente, à guerra injustificada da Rússia. Sem esta guerra não teríamos essa crise. E devemos repetir sempre que a Rússia não está apenas a bloquear a exportação de trigo ucraniano. Está a bombardear armazéns onde o trigo é armazenado de forma deliberada."

O gás é o único combustível fóssil russo que permanece a salvo das sanções europeias, para já pelo menos.

Mas até quando?




Guerra pelo controle dos cereais 



Por Galina   Polonskaya 


Rússia controla já parte da produção de cereais da Ucrânia. Na região de Kherson, foi instalada uma administração russa e um dos responsáveis veio dizer que a colheita do ano passado está a ser entregue a compradores russos.

Zelenskyy acusa Moscovo de "criar deliberadamente" uma crise alimentar e acusa a Rússia de roubar pelo menos meio milhão de toneladas de cereais ucranianos.

Os peritos do Programa Alimentar Mundial já tinham avisado que o bloqueio dos portos ucranianos por parte da Rússia poderia desencadear uma crise alimentar global e que milhões de pessoas correm o risco de morrer de fome.

As autoridades russas dizem que a crise alimentar é provocada pelas sanções ocidentais e que é impossível deixar sair os grãos à medida que os portos são minados.

A situação estará a chegar a um ponto crítico, uma vez que os armazéns de cereais ucranianos estão cheios e já não há lugar para armazenar a nova colheita.

Turquia oferece mediação

Esta segunda-feira, o Presidente turco voltou a oferecer-se para mediar o conflito entre russos e ucranianos. Erdogan esteve ao telefone com Vladirmir Putin e terá dito que a Turquia estava pronta a retomar um papel no fim da guerra na Ucrânia e sugeriu que o seu país organizasse conversações de paz com a Ucrânia e a Rússia em Istambul, sob a égide da ONU e com o acordo de todas as partes.

Os meios de comunicação estatais turcos dizem também que Erdogan sugeriu a criação de um "mecanismo de observação" na Ucrânia, onde Ancara poderia ser pivot. Sugestões que não foram assumidas publicamente pelo Kremlin.

De acordo com Moscovo, Putin disse a Erdogan que a Rússia estava pronta a facilitar a "exportação marítima sem entraves de cereais dos portos ucranianos" em cooperação com a Turquia, e que se as sanções fossem levantadas, Moscou poderia exportar volumes significativos de fertilizantes e produtos agrícolas.

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Fonte:https://pt.euronews.com/2022/05/31/lideres-da-ue-chegam-a-acordo-para-embargo-do-petroleo-russo

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