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9 de mar. de 2022

Guerra russo-ucraniana - Resumo: EUA rejeitam plano polonês de dar caças a Ucrânia, primeira-ministra estoniana pede por um Exército Europeu e russofobia na França



Euronews, 09/03/2022 



EUA rejeitam proposta polaca de envio de caças para a Ucrânia 


Os Estados Unidos rejeitaram a proposta da Polônia para entregar os seus caças Mig-29 numa base norte-americana na Alemanha, para depois serem usados pela Ucrânia.

Surpreendida com a decisão de Varsóvia de tornar pública a oferta, a administração norte-americana indicou, através do porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, que vai "continuar as consultas com a Polónia e outros aliados da OTAN", mas que a proposta polaca não é "sustentável".


A Polônia disse esta terça-feira estar disposta a transferir para a base de Rammstein todos os seus caças Mig-29, devendo receber em troca os F-16 norte-americanos.

Varsóvia não tinha especificado que o destino final seria as Forças Armadas ucranianas, mas os pilotos ucranianos estão treinados para manobrar os Mig-29, de fabricação russa.

A Ucrânia tem pedido assistência militar e a Polônia já forneceu ao país armas defensivas no passado, mas Varsóvia teme as consequências de um envio direto a Kiev e a OTAN tem-se mostrado bastante hesitante face a decisões que a poderiam colocar num conflito aberto com o Kremlin.


Estônia defende força da defesa europeia para fazer frente à Rússia 


"A Ucrânia não está só a lutar pelo país, mas também pela Europa". Em Estrasburgo, no Parlamento Europeu, a primeira-ministra da Estônia repetiu, esta quarta-feira, um mantra que se normalizou no leste europeu.

Kaja Kallas apelou igualmente ao investimento em tecnologia de defesa de ponta.

"Ao intensificar a defesa europeia, devemos encontrar consenso dentro da União Europeia de que, às vezes, a melhor maneira de alcançar a paz passa pela disposição de usar a força militar", insistiu a primeira-ministra da Estónia.

Os embaixadores dos 27 Estados-membros junto da União Europeia aprovaram sanções adicionais contra a Rússia.


A primeira-ministra estoniana pediu desculpa aos russos que estão a ser forçados a pagar a fatura de um conflito apelidado como "a guerra de Putin".

"Nada disso é dirigido a vocês, dirige-se ao presidente Putin e ao seu governo. Entendemos que vos afeta, mas também nos afeta. Um autocrata não se importa com o povo, só se importa com o poder", ressalvou Kallas.

Durante o debate, o chefe da diplomacia europeia fez "mea culpa", por não ser rápido o suficiente a reagir.

Josep Borrell pediu, no entanto, aos europeus que fizessem o que pudessem para cortar a ligação umbilical com o gás russo: "apelo aos europeus para reduzir o aquecimento nas casas. Para que façam um esforço individual em cortar o consumo de gás tal como cortamos o consumo de água quando há uma seca e da mesma forma que recorremos às máscaras para combater a Covid-19".

Em nome da autonomia, o eurodeputado polaco Radosław Sikorski, do grupo do Partido Popular Europeu, defende, por outro lado, pagar gás mais caro, a par de maior investimento em defesa: "está claro que Vladimir Putin não respeita a lei internacional. Temo que tenhamos de sair do nirvana pós-guerra fria e de enfrentar força com força. Essa é a única linguagem que ele entende. Chegou a hora de levar a defesa europeia realmente a sério".

Mas esta não é a posição da União Europeia em geral, com o foco agora voltado para asfixiar a economia russa e parar a guerra.

Cerca de cem eurodeputados defendem que o bloco comunitário corte as importações de gás e petróleo russo.


Russofobia: Atos violentos aumentam 


Nos ares de Paris, como em muitas outras cidades, paira um sentimento que assume um nome bastante direto: russofobia, isto é, uma aversão acentuada pelos cidadãos daquele país.

Elena Mellanger, tradutora, sente que já não é bem-vinda em França. "Não entendo porque é que há tanto ódio contra os russos. Os russos não fizeram nada ao Ocidente", afirma.

Todos aqueles que têm coração, não vivem bem com isto. Mas não estão pior do que aqueles que enfrentam as bombas, nem daqueles que vivem em Moscou e arriscam 15 anos de prisão por dizer a frase errada.

Natalia Turine 

Editora russa em Paris


Na sequência do conflito ucraniano, já houve atos de vandalismo contra igrejas ortodoxas ou o centro cultural russo da capital francesa. Konstantin Volkov, diretor do centro, diz que "estamos a assistir a uma autêntica histeria antirrussos. Há que explicar que não há muitas vítimas entre os civis. Temos de transmitir outra visão".

Visões há muitas e a vasta população de russos que se opõe a Vladimir Putin e à guerra faz questão de salientar isso mesmo.

Para Natalia Turine, editora, "todos aqueles que têm coração, não vivem bem com isto. Mas não estão pior do que aqueles que enfrentam as bombas, nem daqueles que vivem em Moscou e arriscam 15 anos de prisão por dizer a frase errada".

A expressão "caça às bruxas" tem sido amplamente utilizada. Em Dublin, por exemplo, um homem projetou um camião contra a embaixada russa. Não houve feridos.

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Fonte:https://pt.euronews.com/tag/guerra-russia-ucrania

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