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25 de jan. de 2022

Presidente do Equador quer desvincular produção de petróleo da dívida em visita à China




Reuters, 25/01/2022 




QUITO, 25 Jan - O presidente do Equador, Guillermo Lasso, disse nesta terça-feira que tentará desvincular a transferência de petróleo da dívida pendente para a China durante uma visita ao país asiático no próximo mês, parte de seu plano de renegociar cerca de 4,1 bilhões de dólares em dívidas. .

Na última década, a China se tornou o principal "parceiro" financeiro do Equador, com contratos de crédito bruto, acordos de crédito abertos e investimentos multimilionários na indústria de mineração e barragens.


"Vamos buscar melhores condições e, acima de tudo, vamos desvincular o petróleo do pagamento da dívida à China, para que o petróleo esteja livremente disponível para o governo equatoriano", disse Lasso à rádio local. "Esse é o grande desafio desta negociação que espero iniciar nesta próxima visita à China."

Lasso disse que tentará renegociar US$ 4,1 bilhões da dívida do Equador com a China com seu colega, o presidente Xi Jinping. Outros US$ 500 milhões em crédito fazem parte de contratos de longo prazo com taxas de juros mais favoráveis ​​e não serão renegociados, acrescentou.

O Equador assinou 16 contratos de petróleo com petrolíferas asiáticas que estão vinculados a empréstimos de bancos chineses, em condições consideradas pelos analistas como desfavoráveis ​​ao Equador.

O país sul-americano ainda precisa entregar 160 milhões de barris de petróleo para as empresas asiáticas até 2024, disse Italo Cedeno, chefe da petrolífera estatal Petroecuador, à rádio local na segunda-feira.

"Seria melhor se em uma renegociação atingíssemos um prazo maior para termos mais petróleo para vender no mercado spot", disse Cedeno.

Ex-presidente, Rafael Correa


Nota do editor do blog: Quando Rafael Correa era presidente do Equador, ele prometeu maiores investimentos estrangeiros no país, mas como todo socialista, não disse quem seriam os convidados para a festa. Por abominar fazer negócios com países democráticos como os Estados Unidos – muito porque a justiça deste país estava arruinando os negócios do narcotráfico de seus parceiros na Venezuela – deu preferência a quem fizesse vista grossa para isso. A China é uma ditadura desonesta, e gosta de se aproveitar de países párias, que não têm lei, e cuja ganância política está acima dos interesses nacionais. Este é o caso do Equador, que assinou centenas de contratos que eram vantajosos somente para Pequim, a troco de seu líder (Correa) parecer fazer alguma coisa. 

Outro motivo que também levou Correa a assinar acordos sujos com a ditadura de Pequim foram as sanções: seu governo estava na mira dos organismos internacionais por uma série de arbítrios autoritários, entre os quais estava a prisão de jornalistas independentes, e manifestantes que pediam sua renúncia e punição legal. O Equador tal como a Venezuela começou a priorizar mais a justiça seletiva, do que a justiça criminal. É claro que teria de ser assim  se Correa fosse realmente favorável a aplicação da lei por órgãos independentes, ele não teria estado na presidência, mas na cadeia

Além disso, o ex-presidente equatoriano impediu que a DEA (agência federal antidrogas) operasse no país, como fez seus homólogos Hugo Chávez, Evo Morales e Manuel Zelaya, que expulsaram o órgão e impediram de atuar em seus solos. Uma atitude muito questionada, visto que seus países são tidos como os maiores fornecedores de drogas para o resto do mundo, e assim permanece até hoje. Porém, Lasso não é nenhum santo: ele tem colocado em práticas políticas questionáveis no Equador, tais como Ideologia de Gênero, reformas no código penal que não parecem levar a punição dos criminosos, mas apenas agradar organismos de direitos humanos, entre outras coisas. Lasso é tido como um liberal, e tal como foi Piñera para o Chile, ele está apto para atender todas as exigências dos organismos internacionais mesmo que isso vá contra os interesses da população equatoriana.  Eu posso estar enganado, mas acredito que Lasso vai terminar igual Piñera, e igual Maurício Macri: de quatro para Pequim. 

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Fonte:https://www.reuters.com/markets/us/ecuadors-president-wants-untie-oil-output-debt-china-visit-2022-01-25/?taid=61f064e71673170001ca53e3&utm_campaign=trueAnthem:+Trending+Content&utm_medium=trueAnthem&utm_source=twitter

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