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21 de jan. de 2022

Exército dos EUA confirma mercenários russos atuando no Mali




AFP-Yahoo!news, 21/01/2022 



O exército dos EUA confirmou a presença de mercenários russos do grupo Wagner no Mali, que o governo da nação africana negou em meio a relações cada vez mais tensas com o Ocidente.

"Wagner está no Mali", disse o general Stephen Townsend, chefe do Comando Africano dos EUA, em entrevista à Voice of America, "acreditamos que eles estão lá, e são várias centenas agora".

"Eles estão se mobilizando lá, apoiados pelos militares russos, os aviões da Força Aérea Russa os estão trazendo", disse ele, ligando diretamente o grupo Wagner ao Kremlin, uma ligação que Moscou nega.

"O mundo pode ver isso acontecendo", disse Townsend. "É uma grande preocupação para nós."

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, acusou na semana passada os mercenários de Wagner de "apoiar" a junta governante do Mali sob o pretexto de combater jihadistas. Ele também criticou a Rússia por supostamente mentir sobre o status do grupo Wagner.

"Quando perguntamos aos nossos colegas russos sobre Wagner, eles disseram que não sabem nada (sobre isso)", disse ele.

"Quando se trata de mercenários que são veteranos russos, que têm armas russas, que são transportados por aviões russos, seria surpreendente se as autoridades russas não soubessem disso", disse Le Drian.

"Estamos vivendo em uma mentira."

A junta tomou o poder no Mali em 2020 através de um golpe militar. A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) concordou em dezembro em sancionar Bamako depois que a junta propôs permanecer no poder por até cinco anos antes de realizar eleições - apesar das exigências internacionais de respeitar a promessa de realizá-las em fevereiro.

A União Europeia pode seguir o exemplo em breve, por instigação da França, que acusou a junta de usar os serviços de Wagner, algo que Bamako nega.

Em Nova York, na sexta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também confirmou a presença do grupo Wagner no Mali.

Ele disse que a ONU ainda não entrou em contato com o grupo mercenário russo em meio aos esforços para fazer com que a liderança do Mali discutisse um prazo para novas eleições.

"A única coisa que queremos ver é que esse envolvimento (de Wagner) não crie nenhuma dificuldade para alcançar o que queremos", em termos de cooperação entre o exército maliano e a MINUSMA, (Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali) o grupo de manutenção da paz da ONU no Mali.

"E, claro, o que também queremos é ver o pleno respeito aos direitos humanos e ao direito internacional humanitário", disse Guterres.

Mais cedo na sexta-feira, funcionários da ONU, falando sob condição de anonimato, disseram que as Nações Unidas abriram a investigação de um suposto massacre na República Centro-Africana na semana passada envolvendo os militares da RCA juntamente com o grupo Wagner, que foi contratado para trabalhar com eles.

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Fonte:https://news.yahoo.com/us-army-confirms-russian-mercenaries-183404798.html

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