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29 de nov. de 2018

Experimento genético considerado antiético destaca crise da Aids na China




Epoch Times, 29 de novembro de 2018 




Pesquisadores chineses afirmam ter modificado DNA de meninas gêmeas para serem resistentes ao HIV

Pesquisadores chineses no sul da China afirmam que produziram as primeiras crianças geneticamente modificadas do mundo, um par de meninas gêmeas resistentes à infecção pelo HIV.

Além das questões éticas inerentes ao experimento, bem como das dúvidas sobre os supostos resultados, o desenvolvimento põe em destaque a gravidade da crise da Aids na China.

He Jiankui é pesquisador da Universidade Austral de Ciência e Tecnologia em Shenzhen, província de Guangdong. Em 26 de novembro, um dia antes da conferência internacional sobre engenharia genética em Hong Kong, ele disse que as gêmeas nasceram este mês com genes modificados e que elas estarão livres da Aids por toda a vida.

No entanto, antes de fazer sua afirmação, ele não havia publicado um artigo sobre seus experimentos ou fornecido qualquer evidência do que alegava ter conseguido. Enquanto isso, estudiosos da medicina internacional o criticaram por tentar um experimento tão arriscado e antiético.

Dia 1º de dezembro é o Dia Mundial da AIDS. O Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças (CCDC, na sigla em inglês) anunciou em 23 de novembro que até o final de 2018 haverá 1,25 milhão de pacientes com Aids na China. Além disso, esse número pode ser maior em cerca de um terço, devido ao número estimado de pessoas que não sabem que estão infectadas.

Na Quinta Conferência Acadêmica sobre Aids em Kunming, na província chinesa de Yunnan, de 26 a 29 de setembro, especialistas em Aids anunciaram que houve mais de 40 mil novos pacientes infectados no segundo trimestre deste ano, e que 93,1% deles contraíram a doença devido a atividade sexual.

A notícia foi um choque, uma vez que anteriormente o principal vetor de transmissão do HIV e da Aids eram as transfusões de sangue não saudáveis feitos com sangue doado, prática popular entre os chineses rurais como meio de suplementar sua escassa renda.

Gao Yaojie, ativista do combate à Aids que ganhou o Prêmio Jonathan Mann de Saúde e Direitos Humanos, disse em 2014 que havia pelo menos 10 milhões de pacientes com Aids na China, o que é 10 vezes mais do que os dados oficiais, e que a maioria deles havia sido infectada no processo de doação ou recebimento de sangue.

Mas em 23 de novembro, Wang Bin, vice-diretor do CCDC, declarou que o principal meio de transmissão de Aids na China hoje é o contato sexual, em 95,4% do total de casos, maior do que outras estimativas. Cerca de 70% dos casos atuais de Aids foram contraídos através de relacionamentos heterossexuais e 25,5% de relações homossexuais.

O CCDC afirmou que o aumento dos casos de Aids entre os estudantes é particularmente dramático. Apesar de não ter apresentado estatísticas para apoiar suas afirmações, ele citou os estudantes internacionais de países africanos como uma das principais causas do aumento. De acordo com o Ministério da Educação da China, 50 mil estudantes internacionais chegam à China a cada ano provenientes da África, o que representa mais de 10% de todos os estudantes estrangeiros no país asiático.

O jornal estatal China Daily informou que muitos estudantes africanos HIV-positivos entraram na China desde 2010, quando as autoridades abrandaram os controles da doença através dos postos oficiaiws de imigração. A matéria divulgada pelo China Daily indica que os estudantes internacionais tendem a levar estilos de vida promíscuos com mulheres locais chinesas, o que ajuda a espalhar a Aids mais rapidamente.

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