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15 de set. de 2018

Atividades de espionagem da China se preparam para ser mais agressivas na América Latina




Epoch Times, 14 de setembro de 2018 






China, um gigante da espionagem com aspirações à supremacia mundial e um monte de dinheiro, encontrou um nicho geopolítico na República Dominicana

Enquanto a República Dominicana abandona Taiwan, seu sócio de longa data, e adota a política de “Uma Única China”, Washington deve se preparar para um aumento nas atividades de espionagem chinesas.

Devido aos níveis alarmantes de corrupção dentro do governo dominicano, à presença significativa dos Estados Unidos em solo dominicano, à proximidade do país com o território continental norte-americano e aos vastos recursos financeiros chineses, os espiões do grande país asiático estarão operando em um território provido de inúmeras oportunidades.

Washington e Santo Domingo estabeleceram relações diplomáticas em 1884. Essas relações se basearam em intercâmbios culturais, troca de informações, turismo, ajuda externa, cooperação bilateral, interesses econômicos e comércio. Entretanto, como um dos sócios mais recentes da China dentre os vizinhos dos Estados Unidos, a dependência financeira, a política externa, a atmosfera política e a lealdade do governo dominicano aos Estados Unidos serão influenciados pelos bolsos recheados de Pequim.

Através da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, a China tem injetado dinheiro nos países em desenvolvimento em um ritmo surpreendente, indicando que poderia ser um forte parceiro/financiador no qual os países em desenvolvimento podem confiar em sua busca por desenvolvimento econômico. A China investiu pesadamente na infraestrutura de pequenas economias como Zâmbia, Djibuti, Zimbábue, Sri Lanka e Quênia.

Em contrapartida, os chineses instalam bases militares; capitalizam sobre empréstimos lucrativos, importações e exportações; aumentam sua influência na política mundial; obtêm concessões para construir usinas, estradas, ferrovias, portos e indústrias de manufatura; e obtêm um acesso sem precedentes a regiões em que os Estados Unidos têm sido um bastião por décadas, como por exemplo Panamá, Djibuti, República Dominicana e outros.

O acesso à América Latina, em particular, permitirá aos talentosos agentes de espionagem da China realizar engenhosamente atividades de coleta de informações, especialmente operações de reconhecimento, ciberataques, espionagem industrial e coleta de informações através da interceptação de sinais eletromagnéticos (ELINT) e de comunicações eletrônicas (COMINT).

Além disso, por ter uma forte presença em uma região próxima aos Estados Unidos, os espiões chineses têm uma grande oportunidade de recrutar e, portanto, obter informações confidenciais de funcionários do governo e membros do exército norte-americano, bem como de norte-americanos que trabalham para ONGs, empresas multinacionais e organizações internacionais e intergovernamentais.

China, um gigante da espionagem com aspirações à supremacia mundial e um monte de dinheiro, encontrou um nicho geopolítico na República Dominicana, que é governada essencialmente por uma casta de mercenários políticos. Ao trair seu velho sócio Taiwan e sucumbir às suculentas ofertas monetárias de Pequim (3 bilhões de dólares em empréstimos mesmo antes de estabelecer relações diplomáticas), o governo dominicano indica que os Estados, corporações ou indivíduos com vastos recursos financeiros podem realizar manobras políticas cruciais dentro do seu aparato governamental. Consequentemente, as oportunidades para a próspera China na República Dominicana são monumentais.

As atividades chinesas orientadas à espionagem em solo dominicano encontrarão apoio de oficiais corruptos do governo dominicano dispostos a vender seus serviços e influência política a quem pagar mais. Nos últimos anos, o aparato de inteligência dominicano foi usado para atividades ilegais. Em abril de 2017, o então ministro do Interior e Polícia, Carlos Amarante Baret, deixou escapar em cadeia nacional de televisão que ele havia usado a principal agência de espionagem da República Dominicana, o Departamento Nacional de Investigações (DNI), para interceptar ilegalmente os telefones celulares de dissidentes políticos e jornalistas a fim de desbaratar as manifestações contra a corrupção e a impunidade.

Washington deve sancionar e, se for legalmente viável, extraditar funcionários corruptos do governo dominicano que violaram as leis norte-americanas ou internacionais, para assim enviar uma mensagem clara: as atividades corruptas em conjunto com o regime chinês em detrimento dos Estados Unidos não serão toleradas.

O aparato de segurança nacional dos Estados Unidos deve permanecer alerta e cauteloso quanto à presença da China em uma República Dominicana sem lei e dominada pela corrupção, porque os chineses têm as habilidades, os motivos, a influência política e as capacidades militares, de inteligência e financeiras para infligir sérios danos à infraestrutura, à economia, ao aparato de vigilância e ao núcleo governamental dos Estados Unidos. Em suma, ao estabelecer relações diplomáticas com a China, Santo Domingo deu a Pequim um acesso sem precedentes para avançar com seu plano de supremacia mundial sobre o vizinho Estados Unidos.

Ramon Collado é colaborador da NewsMax em seu blog “Global Insight”. Seus artigos já foram publicados pela Forbes, The Miami Herald, The Hill, The Jerusalem Post, El Día e outras importantes fontes de notícias. Collado fez pós-graduação no Centro de Assuntos Globais da Universidade de Nova Iorque com especialização em segurança transnacional

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