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20 de dez. de 2017

O comunista Rodrigo Duterte apoia o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo nas Filipinas




Church Militant, 18 de dezembro de 2017. 






O país líder do catolicismo na Ásia se torna o próximo campo de batalha matrimonial. 

MANILA, Filipinas (ChuchMilitant.com) – o presidente autocrático das Filipinas anunciou que pretende fazer pressão pela legalização do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo no país esmagadoramente católico. 

Falando no domingo em sua cidade natal de Davao, o presidente Rodrigo Duterte [comunista] disse a um grupo de apoiantes LGBT: “Eu quero o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O problema é que teremos que mudar a lei. Mas podemos mudar a lei”. 


“A lei diz que o casamento é uma união entre um homem e uma mulher”, observou Duterte, acrescentando: “Não tenho nenhum problema em tornar [pela lei] o casamento como sendo entre um homem e outro homem, uma mulher e outra mulher ou qualquer quer que seja a predileção do ser humano”. 

Ativistas homossexuais filipinos aclamara a declaração. Naomi Fontanos diretora executiva do grupo ativista transgênero Ganda Filipinas, aplaudiu a perspectiva, acrescentando: “Esperamos que não seja apenas um exercício de tokenismo”.

Em março, Duterte foi acusado de voltar atrás com a uma promessa de campanha de 2016 para levar o país em direção à legalização.

Em um discurso para a comunidade filipina expatriada em Myanmar, Duterte referenciou batalhas sobre a ideologia de gênero varrendo todo o Ocidente. 

Essa é a sua cultura”, disse ele. “Isso é apara eles. Isso não pode se aplicar a nós porque somos católicos”. 

Mas no domingo, o presidente prometeu aos seus apoiantes gays: “Aquilo que o fiz feliz, eu o darei a você”. 

Por que eu não devo parar com isto?” Ele acrescentou. “Por que impor uma moral que já não está funcionando e é quase ultrapassada?”. 

Apesar de seu apelo à fé em março, Duterte é conhecido como um agressivo oponente da Igreja das Filipinas. Ele acusa a Igreja de abuso sexual e hipocrisia enquanto se vangloria de seu próprio estilo mulherengo

Em janeiro, ele assinou uma ordem executiva em que oferece aos cidadãos anticoncepcionais gratuitos e que exige a implementação de programas de educação sexual nas escolas do país. Um membro de sua administração descreveu a medida como “pró-vida, pró-mulheres, pró-crianças e pró-desenvolvimento econômico”. 

A declaração de Duterte de apoio ao “casamento” homossexual no domingo promete aumentar ainda mais as tensões. Os bispos influentes do país advertiram contra empurrar o país para o reconhecimento das relações homossexuais. 

No ano passado, o Bp. Honesto Ongtioco de Cubao lembrou aos fiéis filipinos que “o casamento, como querido por Deus, é entre um homem e uma mulher”. 

A declaração de Ongtioco foi repetida pelo Bispo Ramon Arguelles de Lipa, que afirmou: “Aos olhos de Deus, um casal é homem e mulher”. 

O propósito do casamento é ter uma família, crianças, mas se o casal é do mesmo sexo, então, quem sofrerá mais nesta situação é o seu filho porque não é normal”, acrescentou Arguelles. 

O bispo José Oliveros, também, fez sua voz ser ouvida, reafirmando a posição da Igreja “não é uma questão de direitos, mas sim uma questão de o que é contrário à natureza do casamento”. 

As propostas de legalização do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo datam de 2006, mas nenhuma foi validada. As pesquisas de opinião de 2015 mostraram que quase 70% dos filipinos rejeitam fortemente o reconhecimento das parcerias gays. 

As Filipinas são a principal nação católica na Ásia. Aproximadamente 80% da população (cerca de 85 milhões de pessoas) se identificam como membros da Igreja. 

Por enquanto, o país mantém proibições sobre o aborto, o divórcio e o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. 

Desde que chegou ao poder em junho de 2016, Duterte provou ser uma figura polarizada. Apelidado de “Justiceiro”, no início de sua administração, lançou uma sangrenta “guerra às drogas” que matou milhares de pessoas. Em resposta a críticas tanto dentro e fora do país, o presidente retirou a polícia da campanha em outubro, designando a campanha como responsável a Agência Filipina de Controle de Drogas. 

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