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29 de set. de 2017

EUA retiram diplomatas de Cuba após ataques acústicos




DN, 29 de setembro de 2017 



Cuba nega qualquer envolvimento nos incidentes que provocaram lesões cerebrais traumáticas leves e perdas de audição em alguns diplomatas norte-americanos

Os Estados Unidos vão retirar de Cuba todos os funcionários da embaixada norte-americana considerados não essenciais e as suas famílias, após os ataques acústicos contra vários diplomatas que ocorreram nos últimos meses. Além disso, os EUA vão parar de emitir vistos em Cuba.

A embaixada dos Estados Unidos em Havana vai permanecer aberta, mas será operada por menos funcionários. O departamento de estado decidiu retirar alguns funcionários de Cuba por uma questão de segurança, avança a CNN, que cita fontes oficiais.


Há ainda muitas perguntas sem resposta no que diz respeito a este ataque. Segundo a CNN, alguns diplomatas relataram terem acordado a meio da noite a sentirem-se mal e a ouvirem sons que faziam lembrar insetos ou metal a ser arrastado pelo chão. Outros diplomatas disseram ouvir barulhos altos, enquanto uns outros disseram não ouvir nada.

Quando saíam da divisão - da casa ou do hotel - onde estavam, o barulho parava. As autoridades acreditam que tenha sido usada uma espécie de arma sónica capaz de emitir ondas de sons que provocam mal-estar físico, segundo a CNN.

Washington assegura que pelo menos 21 norte-americanos destacados em Havana sofreram "incidentes de saúde", apesar de ter sublinhado que não tem "respostas definitivas sobre a fonte ou causa" dos mesmos.

Segundo os meios de comunicação norte-americanos, que citam os relatórios médicos dos afetados, alguns dos diplomatas sofreram lesões cerebrais traumáticas leves e perdas de audição devido aos incidentes. Os casos de perda de audição aconteceram entre o final de 2016 e o início de 2017.

Os sintomas físicos do ataque acústico variavam muito e até ao momento não foi esclarecido o que terá provocado as lesões.

Esta terça-feira, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, e o ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Bruno Rodríguez, reuniram-se em Washington para falar sobre o ataque acústico.

Cuba nega qualquer envolvimento com os incidentes. Rodríguez "reiterou" a Tillerson que "o Governo cubano não realizou nem nunca realizará ataques de qualquer natureza contra diplomatas, nem permitiu ou permitirá que o seu território seja utilizado por terceiros para esse propósito".

Havana diz ainda "que a investigação para esclarecer este assunto continua em curso e que Cuba tem grande interesse em concluí-la".

Segundo a versão de Cuba, em 17 de fevereiro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros foi informado pela embaixada dos Estados Unidos em Havana e pelo Departamento de Estado norte-americano da "presumível ocorrência de incidentes que causaram problemas [de saúde] a alguns funcionários dessa representação diplomática e seus familiares".

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